Feira de Santana

Associação Mães de Filhos Autistas busca apoio para não fechar as portas em Feira de Santana

Atualmente, a instituição assiste cerca de 45 mães.

Foto: Ed Santos/Acorda Cidade
Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

Criada no ano de 2020, a Associação Mães de Filhos Autistas (Amfa), localizada na Rua Gameleira, bairro Conceição II em Feira de Santana, está lutando contra algumas dificuldades, no sentido de manter as portas da instituição de forma aberta.

Ao Acorda Cidade, a presidente da Associação, Kamylle Alves Cundes, que também é mãe de gêmeos autistas, explicou que pela dificuldade de encontrar um tratamento adequado para os filhos, decidiu criar uma rede de apoio própria.

“Eu tenho filhos gêmeos autistas e tive muitas dificuldades para realizar o tratamento deles, através da rede pública. Foi a partir disso, que tive a ideia de criar a minha própria rede de apoio, não só para dar um tratamento humanizado para meus filhos, mas também para as demais mães que não tinham acesso pela rede pública. Hoje, a gente tem uma quantidade de cerca de 45 mães que são assistidas aqui na instituição, na qual damos total suporte com uma equipe multidisciplinar”, informou.

Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

Infelizmente, Kamylle explicou que durante este período, principalmente depois da pandemia, as dificuldades começaram a surgir na instituição, e agora está buscando apoio da comunidade feirense para ajudar na manutenção da Associação.

“Hoje a gente tem em torno de 13 profissionais, alguns são parceiros que uma outra instituição nos disponibilizou para estar nos ajudando, a exemplo de fonoaudiólogos, psicopedagoga e neuropediatra. Atualmente, a gente se mantém dos valores das mensalidades, que são valores simbólicos, não temos nenhum tipo de patrocínio, não temos nenhum tipo de ajuda de empresas, nem de utilidade pública. A gente sabe que a rede de pessoas com autismo aqui na cidade, é muito defasada, precisa ter um apoio, pois este tratamento é de suma importância para estas crianças, em seu desenvolvimento. E aqui em nossa Associação, o acompanhamento sempre é realizado três vezes na semana, durante todo o mês”, afirmou.

Segundo a presidente, a instituição não está mais conseguindo honrar os pagamentos dos profissionais que atuam no local.

“Nossa maior dificuldade é manter o pagamento dos profissionais que atendem dentro da instituição, pagar o aluguel do espaço, outros funcionários, e todo recurso que a gente tem, é com base nas mensalidades, que são valores simbólicos. Para isso, estamos aqui conclamando a sociedade de Feira de Santana, que possa nos ajudar com doações, podem ser patrocinadores do nosso projeto, divulgar para outras mães que não conhecem a nossa Associação e que se junte conosco. Estamos aí prestes a completar dois anos de existência, mas está sendo difícil manter, mas que as pessoas entendam que este tratamento é de suma importância para o desenvolvimento das crianças”, destacou.

Janaíra Silva, é pedagoga e mãe de uma criança autista. Atualmente, trabalha como voluntária na Associação. De acordo com ela, as atividades realizadas dentro do espaço, fizeram com que a pequena Laura, pudesse desenvolver melhor a autonomia.

Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

“A minha filha é uma das primeiras crianças que aqui entrou. Nós estamos participando desde novembro de 2020 e estamos juntas nesta luta, porque realmente este período de pandemia foi muito difícil, foi muito complicado, devido às medidas sanitárias, os atendimentos também foram reduzidos, mas graças a Deus, todas as atividades foram fundamentais para minha filha. Hoje ela é mais comunicativa, bem desenvolvida, mas precisamos continuar com o tratamento, precisamos continuar com os atendimentos aqui. Precisamos de profissionais, precisamos de parceiros que possam se disponibilizar e abraçar o projeto. Temos gastos com água, energia, internet, aluguel e precisamos manter as portas abertas, não só para quem já está aqui, mas também para quem quer entrar”, disse.

Ainda segundo Janaíra, Laura foi diagnosticada com autismo de forma tardia.

Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

“Hoje Laura tem este desenvolvimento por conta da Amfa, pois é aqui que ela tem todo o acompanhamento, todo o atendimento, mas ela também foi diagnosticada de forma tardia, hoje ela já vai completar 6 anos, mas para a medicina, isso já é tarde para o autismo, por isso a importância de ter um diagnóstico precoce. A partir do diagnóstico cedo, o tratamento é logo iniciado e não corre o risco de estar dentro do quadro severo. Então quanto mais cedo for, melhor será a evolução da criança, por isso que estamos lutando para manter a Associação”, concluiu.

A Associação fica localizada na rua Gameleira, bairro Conceição II.

Telefone para contato: (75) 99189-3475

Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade

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