Maíse Cristina Pinto Bacelar tem 40 anos, é copeira e está há nove anos afastada do trabalho. Ela é portadora de fibromialgia, uma síndrome clínica que ataca todo o corpo, faz com que sinta dores crônicas, como nas articulações, tendões e por este motivo, além de não conseguir trabalhar, não consegue realizar atividades do dia dia, como tarefas domésticas.
Ela faz parte da Associação de Pessoas com Fibromialgia de Feira de Santana e contou ao Acorda Cidade sobre as principais dificuldades encontradas pelos pacientes no município.
“Decidimos montar uma associação, montada e sonhada de início por duas pessoas. Hoje temos cerca de 400 associados e surgiu com o objetivo de um dar forças para o outro. Sofremos preconceito tanto da família como de profissionais da saúde, precisamos de medicamentos, perícia humanizada e de tratamento com uma equipe multidisciplinar”, disse.
De acordo com Maíse, as dores que sente pelo corpo fazem com que perca até a vontade de viver, se socializar e estar em convívio familiar. Segundo ela, o corpo está sempre com muita fadiga que pode ser considerada como um cansaço crônico.
“Quando eu descobri a fibromialgia ela estava nas articulações e hoje eu me encontro com dor no corpo todo. Na lombar, no quadril, no joelho, na perna. Os dedos das mãos e pés incham e doem também os dentes, não consigo nem mastigar. Além disso, sofremos com o preconceito das pessoas que dizem que é uma dor imaginária”, lamentou.
A paciente relatou que o tratamento da fibromialgia pelo Serviço Único de Saúde (SUS) é precário e faltam medicações importantes e de alto custo.
“Tem o tratamento, mas não tem a cura. Usamos muitas medicações caras e hoje só estamos conseguindo judicializando, encontramos barreiras no SUS, alguns médicos são hostis ao nos atender. Outro dia uma reumatologista disse que eu precisava perder peso, fazer atividade física. A gente precisa de atendimento, com psicólogo, reumatologista psiquiatra, acupunturista, nutricionista, médico da dor e fisioterapeuta. Precisamos de um núcleo multiprofissional, do passe livre e de um atendimento humanizado na perícia do INSS”, comentou.
A paciente contou também que as dores são potencializadas quando há situações de estresse, angústia e ansiedade. Segundo ela, chega a ter crises de precisar ir buscar atendimento na emergência.
Maíse informou que a associação funciona em uma sede improvisada na Avenida Maria Quitéria em frente ao Mercantil Rodrigues e por falta de políticas públicas de apoio sobrevive de doações.
Quem quiser participar ou colaborar, o telefone de contato é (74) 99184 – 9999.
Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade
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