Gabriel Gonçalves
É comum verificar não só em Feira de Santana, mas também em outros locais do Brasil, a grande quantidade de lixo que é jogada em córregos, riachos e até mesmo lagoas, prejudicando o meio ambiente.
Este tipo de descarte incorreto feito pelos seres humanos, atinge diretamente os animais que vivem nas lagoas, como é o caso da Lagoa Grande, localizado na Avenida Eduardo Fróes da Mota, em Feira de Santana.
Ao Acorda Cidade, o Chefe de Educação Ambiental João Dias, da Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semmam), destacou que a presença do lixo em mananciais, faz com que os animais confundam com alimentos, acabam ingerindo e evoluindo para a morte.
Foto: João Dias/Semmam
"Os bairros que estão no entorno da Lagoa Grande, apresentam dois riachos, que são fluxos naturais que correm das nascentes para dentro da Lagoa Grande, e com a urbanização da Lagoa, estes riachos também tiveram alterações, só que infelizmente aqui no Brasil, o Índice de Desenvolvimento Humano é muito baixo, em Feira mesmo, só temos 0,75 e as pessoas não entendem que cuidar do meio ambiente, é cuidar da nossa saúde. Elas descartam resíduos de vários tipos dentro dos riachos e quando acontece as chuvas, todo esse resíduo é levado para a Lagoa, e lá nós temos os cágados, peixes, os répteis que no caso, são os jacarés, e acabam comendo esse lixo, achando que é alimento. Nesse processo, eles se sufocam, porque ali pode ser uma garrafa de refrigerante, seringas, latas de cerveja, e acabam morrendo, além de prejudicar os parâmetros da água", disse.
De acordo com João Dias, a Lagoa Grande aos finais de semana, está servindo como ponto de lazer e recreação para a população feirense. Porém por não ter uma equipe de limpeza, tanto no sábado, quanto no domingo, muitos lixos ficam acumulados na segunda-feira, o que também provoca poluição no manancial.
Foto: Ney Silva/Acorda Cidade (Arquivo)
"Atualmente a Lagoa Grande está sobre a tutela da Conder, empresa que está recuperando a Lagoa e que está realizando esse processo de remoção do esgoto da Lagoa. Essa mesmo empresa, realiza a limpeza do espaço, com exceção do final de semana, que é justamente os dias onde acontece eventos aqui. Algumas pessoas instalam barracas de lanches, bebidas e acaba gerando um grande acúmulo de lixo na segunda-feira. Então já estamos conversando com a própria Conder, para buscar um meio de poder acumular todo este lixo e que não haja o risco de correr para dentro da Lagoa. Um dos projetos, é poder colocar recipientes maiores para armazenar todo o lixo que são descartados pelas pessoas que passam o final de semana aqui", pontuou.
Ainda segundo o Chefe de Educação Ambiental, dois jacarés já morreram na Lagoa Grande, e alertou sobre o consumo de peixes no local.
Foto: João Dias/Semmam
"Pelo nosso conhecimento, até então dois jacarés morreram e dois ficaram feridos, mas a Lagoa tem diversos jacarés porque vivem cerca de 50 anos, e a espécie que temos aqui em nossa região, é do jacaré de papo amarelo, que inclusive está no período de reprodução, acontece sempre no mês de janeiro até o mês de março, e com certeza, os jacarés irão se reproduzir e esse número pode aumentar. Com relação aos peixes, eles não podem ser consumidos, até pelo próprio nível da água que está poluído. Existem doenças que os peixes adquirem e podem transmitir para os seres humanos, então é desaconselhável consumir os peixes da Lagoa Grande", concluiu.
Com informações do repórter Ney Silva do Acorda Cidade
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