Laiane Cruz
Atualizada às 15:39
A procura por vagas de emprego na Casa do Trabalhador, em Feira de Santana, registrou um aumento considerável neste início de ano, em comparação com o mesmo período do ano passado. De acordo com o diretor do local, Arlindo Marques, a razão seria o aquecimento do mercado do trabalho.
“Em função do número de ofertas de vagas, houve um acréscimo bem representativo considerando os anos anteriores, porque é de praxe da Casa do Trabalhador, da segunda quinzena de dezembro até as primeiras semanas de janeiro, o movimento ser fraco, devido às pessoas que retornaram para seus distritos, pois passam o réveillon com familiares. Mas este ano em função do aquecimento do mercado de trabalho, há uma procura bem considerável para o início do ano”, afirmou Arlindo Marques.
De acordo com ele, a média de desempregados por dia na Casa do Trabalhador é de 250, podendo chegar a 280 nos dias mais movimentados. E se forem levados em consideração todos os serviços, incluindo seguro-desemprego, o volume de atendimentos pode chegar a 320 pessoas por dia.
Entre as áreas mais procuradas, a de comércio deve sofrer uma leve queda, já a área de serviços promete aumentar a oferta de vagas.
“A partir de agora, o mercado de serviço, principalmente, reage positivamente comos as empresas de logística, telemarketing, saúde, educação, segurança, empresas de apoio nas áreas de indústria e comércio, pois o comércio começa a aquecer e oferecer novos serviços. Logo após a área de serviço, vem a indústria e vamos esperar também uma recuperação como teve um pouco no ano de 2018 a construção civil. A construção civil também puxa o “carro”, é o carro-chefe em termo de mercado de trabalho, principalmente para a população mais carente, de forma que estamos esperando também uma reação da construção civil”, informou o diretor da Casa do Trabalhador.
Ele ressaltou, porém, que não há uma previsão de quantos empregos devem ser gerados em 2019, em Feira de Santana, pois isso varia a cada ano e os números sofrem diversas interferências. “Nós temos os dados que são gerados pelo Caged, onde nós apuramos quantos empregados foram demitidos mensalmente. Nós podemos fazer até uma projeção, mas o número preciso não tem como a gente informar agora em função de uma série de variáveis que interfere o mercado de trabalho.”
Reação
Arlindo Marques avaliou que nos últimos meses na cidade houve uma reação do mercado de trabalho, em relação aos anos anteriores.
“Tenho certeza, pela perspectiva desde o Black Friday do ano passado, que houve uma reação bem melhor que anos anteriores. Aqueceu o comércio também no mês de dezembro, e janeiro começou aquecido. 2018 só foi melhor do que 2017. Apenas na Casa do Trabalhador, nós tivemos 1.105 no ano de 2015, quando o emprego no Brasil estava em 6,5%. Hoje com 11,5%, 12,5%, nós estamos com 950, é um dado bem alentador.”
Perfil do trabalho
Em relação ao perfil do trabalho, Arlindo Marques diz que mudou, com vagas mais voltadas para a área de tecnologia.
“Não é mais aquele trabalho braçal, aquele trabalho de mão de obra, em que bastava apenas a experiência. Hoje a formação é fundamental. Tudo hoje é tecnologia. Empresas que antigamente contratavam 1.200 a 1.500 empregados, hoje estão com 400 ou 500 pessoas, principalmente pela reforma trabalhista, que deu um novo rumo para contratação de trabalho. Houve uma flexibilidade e a tendência é haver uma flexibilidade maior ainda. Então aqueles empregos de carteira assinada, formais, que a pessoa entrava e se aposentava no trabalho e que não precisava de muita instrução, bastava experiência e esperar para ser promovido, já não existem mais, a não ser empresa estatal.”
Com informações do repórter Paulo José do Acorda Cidade.