O motorista de ônibus Carlos Alves da Silva, de 66 anos, morador do bairro Parque Ipê, em Feira de Santana, fez um relato dramático em entrevista ao Acorda Cidade, sobre o tratamento recebido por uma equipe do Serviço de Atendimento de Urgência (Samu) do município.
De acordo com o motorista, ele sofreu um acidente doméstico e fraturou a coluna. O filho ligou para o Samu e a ambulância levou quase 30 minutos para chegar ao endereço do paciente idoso, e após a chegada, diversos problemas aconteceram até ele ser encaminhado a uma unidade de saúde.
“Eu sofri um acidente doméstico no quintal da minha casa. Eu nunca precisei do serviço do Samu, achava que era uma coisa interessante e prestativa, mas na hora que eu precisei foi realmente uma negação, porque eu caí da escada e sofri uma fratura na minha coluna. Meu filho ligou para o Samu e passou de 20 a 30 minutos para chegar. Quando chegou, o pessoal entrou com uma maca velha, torta, e eu morrendo de dor, sofrendo. O que aconteceu é que me levaram para a frente de casa, colocaram dentro do Samu, e quando deu a partida, o carro não pegou, e foi aquela agonia, um calor. A Samu sem ventilador, sem ar-condicionado, sem nada. A maca deu trabalho para entrar, estava tudo velho por dentro, desgraçado e desarrumado, e não pegou”, relatou Carlos Alves.
Como a ambulância não funcionou, a equipe precisou ligar para vir outra unidade móvel, que levou mais 40 minutos para chegar à residência.
“Ligaram para outra ambulância e levou 40 minutos para chegar. Quando chegou, me tiraram, e o motorista ainda foi na outra ver se conseguia pegar e não pegou. Foi aí que me conduziram para a Unimed, e na sinaleira, ouvi o motorista reclamando que estava quase sem embreagem e estava fazendo de tudo para pegar, parando na sinaleira, e eu dizendo: ‘Rapaz, adiante, que na sinaleira você tem preferência’. E estava doendo. O pior aconteceu quando chegou na emergência da Unimed, que meu irmão que foi tirar essa maca, toda torta, minha filha foi segurando, para não cair dentro da Samu. A maca desabou na porta da emergência e agora é que foi dor, eu com a coluna fraturada, e o equipamento desabou no piso e acabou de me desgraçar todo”, contou o motorista.
Ele lamentou que o atendimento esteja acontecendo desta forma com os pacientes do município e imaginou como seria se estivesse morando na zona rural da cidade.
“É uma coisa que, sinceramente, acabou a Samu. Precisa ser trocada a ambulância de dois em dois anos, mas a situação que está é sucateada. Uma Samu daquela ali era para ser levada para o desmanche. Eu estou aqui na sede, e imagine as pessoas que moram na zona rural, por exemplo, no distrito de Jaguara, de São José, Pé de Serra, que vai pegar um paciente machucado, dolorido, de cirurgia, para chegar até a sede, imagine você que situação e sofrimento. Eu não sabia que o Samu estava acabado, nesta situação. Mas graças a Deus fui muito bem recebido na Unimed, me trocaram de maca e fui lá para dentro, foi feito o raio-x, tomografia do crânio, ressonância magnética e graças a Deus só constatou uma fratura na coluna e estou de repouso por 45 dias, usando colete”, completou o paciente.
Questionada sobre a quantidade de ambulâncias, a coordenadora do Samu de Feira de Santana, Maiza Macedo, informou que conta atualmente tem 10 ambulâncias, sendo duas de suporte avançado e oito de suporte básico.
“Desse total, temos cinco veículos que são de 2017 para cá, temos um do ano 2010 e outros quatro de 2012. Então são veículos muito utilizados diuturnamente para servir à população de Feira de Santana. Nós realizamos a correção dos problemas mecânicos, técnicos e elétricos que aparecem, porém os mais antigos já vem sendo utilizados há muito tempo. Mas nós já fizemos toda a documentação para o Ministério da Saúde, para a renovação dos veículos com mais de cinco anos, que é o que está previsto na legislação do Ministério e estamos no aguardo.
Com informações do repórter Ney Silva do Acorda Cidade
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