Feira de Santana

Após reclamações sobre superlotação, secretário afirma que transporte alternativo é fiscalizado

A diretoria de transporte público e a divisão de operações começaram a acompanhar de perto essa situação.

Rachel Pinto

Quem mora nos distritos e na zona rural de Feira de Santana conhece muito bem as dificuldades com o transporte público. Nesses locais o sistema é operado em sua maioria por vans do transporte alternativo e alguns ônibus. Essa realidade consiste em longas demoras nos pontos de ônibus, veículos que não estão em bom estado de conservação, têm bancos quebrados, teto deteriorado e, para piorar a situação, trafegam com superlotação de passageiros.

Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

Não é difícil ver, por exemplo, uma van que tem capacidade para 16 passageiros sentados, trafegar com 30 ou 32 pessoas. Gente sentada, amontoada, em pé e totalmente imprensada entre a porta e o cobrador. Eles até usam da “gentileza”, para tentar arrumar o carro. É comum ouvir dos cobradores: “Dá uma chegadinha pra lá, dá uma apertadinha aí, por favor, pessoal”.

Com a necessidade de chegar ao trabalho, à escola, cumprir os horários dos compromissos e partindo do princípio de que todos precisam se locomover, praticamente ninguém se indispõe com essas condições do sistema de transporte alternativo. Todos seguem viagem mesmo no aperto e no calor. O ruim mesmo é ficar para trás e esperar no ponto, esperando sabe Deus quando virá outra van.

Durante a noite, essa realidade ainda é pior. As vans são reduzidas e quem vai precisar usar o transporte do último horário, com certeza, depois de um dia exaustivo de trabalho, terá que voltar para casa em pé e tentando equilibrar-se para não cair.

Esses relatos sobre a situação do transporte público nos distritos chegam diariamente ao Acorda Cidade. Vale ressaltar que esses fatos também ocorrem nas vans que prestam o serviço de transporte nos bairros. Não é um caso isolado da zona rural.

Na última segunda-feira (19), várias denúncias chegaram à redação sobre a superlotação das vans que fazem o transporte alternativo para o distrito de Ipuaçu. Segundo o secretário municipal de transportes e trânsito, Saulo Figueiredo, a fiscalização acontece diariamente e, somente em 2018, já foram flagradas 225 vans com algum tipo de irregularidade.

Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

“As irregularidades mais costumeiras são a 'queima do balão', desvio de roteiro e a superlotação. Então com a ampliação desde o mês de setembro da fiscalização, a gente tem intensificado esses casos. O que a gente pede à população é que, verificando qualquer tipo de irregularidade, faça anotação do número de ordem e chegando essa informação aqui à secretaria por meio das redes sociais ou do nosso número de telefone. Imediatamente, a gente chama esse permissionário, ouve em termos de declarações e dá um retorno ao usuário. Hoje são cerca de 44 linhas e, humanamente, a gente sem o aparato que já teremos no novo sistema, a gente não tem condições de fazer essa fiscalização, de estar presente em todos os lugares. Mas, temos a certeza que com o auxílio de populares e de usuários, vamos corrigindo todas as situações que foram denunciadas ”, acrescentou.

Sobre a superlotação das vans que fazem linha para o distrito de Ipuaçu, ele disse que a diretoria de transporte público e a divisão de operações começaram a acompanhar de perto essa situação. A partir desta terça-feira (20), fiscais da secretaria estavam presentes em vários pontos que integram o roteiro dos veículos.

Foto: Divulgação/SMTT

Com o início da fiscalização, os usuários relataram que, como alguns veículos já passavam com a quantidade permitida de passageiros, não paravam mais nos pontos. O tempo de espera para conseguir ir sentado em uma van foi de em média 30 ou 40 minutos. Segundo os passageiros, a fiscalização é válida, mas ainda assim o número de vans não dá conta das demandas da população da zona rural. Por isso mesmo ocorre a superlotação.

O secretário declarou que quando não ocorre o atendimento das demandas, a secretaria refaz alguns horários. Ele afirmou que o novo sistema de transporte será anunciado pelo prefeito Colbert Martins nos próximos dias e alguns ajustes serão feitos. “O prefeito convocará uma coletiva de imprensa e todos ficarão sabendo”, frisou.

Foto: Divulgação/SMTT

Ele salientou ainda que, quando um veículo é flagrado com excesso de passageiros, as pessoas excedentes desembarcam e as vans são apreendidas após o término do balão.

“Depois o motorista vem para a secretaria, onde é feito o devido auto de infração. A penalidade vai desde uma advertência, passa por multas e, a depender da reincidência, pode haver a cassação da permissão”, comentou.

Saulo Figueiredo salientou que o número de passageiros permitidos nas vans que fazem o transporte alternativo depende da capacidade dos veículos. Normalmente o número é de 20 passageiros. Todos devem estar sentados e bem acomodados.

Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade.


 

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