O superintendente de Operações e Manutenção da prefeitura de Feira de Santana, João Vianey, revelou nesta segunda-feira (14) que, após a nova colisão envolvendo uma carreta, na última quinta-feira (10), parte do viaduto Dr. Miraldo Gomes terá que ser demolido, para depois ser reconstruído.
De acordo com ele, em entrevista ao Acorda Cidade, a Superintendência de Operações e Manutenção (Soma) já realizou os cálculos e está em discussão com os projetistas acerca das intervenções que devem ser realizadas no local, como também o tempo para que todo o processo seja concluído.
“Esse escoramento que foi feito, nós já fizemos o cálculo, a discussão com os projetistas, para que ele suporte o esforço dos rompedores, quando nós formos demolir a parte superior, porque inclusive houve comentários sobre o custo da intervenção, mas o que vai acontecer é que vamos demolir parcialmente o viaduto para poder reconstruí-lo. Então de fato é um trabalho minucioso, vamos fazer a viga embaixo, e teremos que esperar 28 dias para a cura dela. Aí eu lanço a viga em cima, coloco a pré-laje e vou ter que esperar mais 28 dias para a cura da laje, para poder fazer o asfalto e a viga. Estamos vendo algumas soluções para poder acelerar isso, mas realmente são passos bem lentos, que seremos obrigados a cumprir”, informou João Vianey.
Ele esclareceu que devido à nova colisão, o viaduto permanecerá interditado, pois o esforço do tráfego de veículos e a vibração gerariam um risco maior à estrutura, cujo concreto que já começou a desplacar em alguns pontos.
“Por uma questão de precaução, vamos ter que manter fechado tanto em cima quanto embaixo. Fizemos agora um reforço do escoramento, e o vão que estava com 10 metros livres teve que ser reduzido para 6, então realmente embaixo está impossibilitado de ser liberado. Nós fizemos uma via lateral, próximo a uns galpões vizinhos ao viaduto, e no final de semana regularizamos com material de asfalto, e fizemos uma espécie de Y. À direita você pode permanecer no Anel de Contorno, e há uma derivação à esquerda, que encaixa na rotatória e como está sem conflito ali, o tráfego está fluindo bem. É uma solução, que não é definitiva. A gente já tinha um planejamento de estruturar esse pavimento na lateral, mas em virtude do escoramento, fomos obrigados a fazer esta intervenção, para dar uma trafegabilidade imediata”, explicou.
Ele informou que os motoristas que vêm da Maria Quitéria em direção ao Conjunto Alvorada serão obrigados a fazer o retorno no Ginásio Oyama, e reiterou que a ocorrência da última quinta (10) fragilizou o escoramento que foi feito no local por conta da colisão do dia 20 de julho deste ano.
“Isso gerou um problema, pois a armadura foi mais danificada do que estava e como ficou sem o suporte do escoramento, começou a trincar o concreto e desplacou uma parte do concreto. Isso gera um risco maior, especialmente para os motociclistas, de cair um bloco de concreto. A viga está numa situação de degradação muito grande e fomos obrigados a reforçar o escoramento, fazer um pórtico, porque realmente a evolução do dano foi muito grande. O escoramento só tinha três torres em cada lateral, e tivemos que acrescentar mais um no meio, e tem uma viga apoiando”, explicou.
Ele destacou que o piso da rotatória foi recuperado pela Viabahia, mas sua espessura não estava alterada, de modo que a altura livre entre a rotatória e o viaduto permaneceu dentro dos critérios exigidos.
“Aquele trecho, a Viabahia fez uma campanha de recuperação parecida com a da Presidente Dutra em 2014, essa foi a última intervenção, e na verdade foi uma fresagem e recapeamento, então não teve nenhum milímetro a mais de espessura naquele local. Até porque nós temos ali na transição o viaduto da rotatória, então temos uma limitação e o recapeamento. Agora o que eu quero que fique claro é que no dia do primeiro acidente fizemos a medição com a PRF para o Boletim de Ocorrência, inclusive, e a norma rodoviária diz que o gabarito tem que ser de 5,5m, é obvio que em algumas situações são maiores, e o marco que está colocado, a sinalização do viaduto indica essa metragem. Fizemos a medição no menor ponto, que é o direito, e está com 5,52m e como é uma rampa, do lado esquerdo está 5,72m. O local da batida estava com 5,62m, a altura livre, a autorização da carga indicava inclusive 5,62m. Isso mostra que ele estava acima”, informou Vianey.
Ele disse ainda que a empresa da carreta responsável pela primeira colisão já foi notificada e a Procuradoria do Município está cuidado do caso juridicamente.
“Já fizemos a notificação da primeira empresa e eles nos responderam. A segunda empresa, a PRF está fazendo a checagem. A PRF e o DNIT estão checando quais cargas passaram naquele dia. Não temos a segurança de quem provocou aquele acidente. O escoramento ficou totalmente danificado e ficou solto do lado direito. E houve um impacto na segunda viga, que não tinha sido afetada na primeira. A primeira empresa fez alguns questionamentos do projeto, e já solicitou uma reunião com a prefeitura para entender, mas acho que é uma questão jurídica. Acho que a atitude do prefeito foi prudente e a gente tomou as medidas. A procuradoria, com toda a segurança, jurídica, vai tomar as medidas necessárias para o ressarcimento, nós não poderíamos esperar uma ação diferente”, disse.
Segundo João Vianey, as câmeras do videomonitoramento não conseguiram flagrar a colisão mais recente, e a prefeitura está buscando imagens de câmeras de empresas vizinhas ao viaduto, a fim de identificar a empresa.
“A prefeitura tem câmeras em locais próximos, porém que não conseguiram identificar os casos. Mas o major Moacir está checando com empresas próximas, assim como foi no primeiro caso, e estamos tomando as medidas para tentar identificar”, afirmou.
Orçamento comprometido
O superintendente da Soma observou também que para que as obras definitivas sejam realizadas no viaduto Dr. Miraldo Gomes sejam realizadas. é necessário que a Câmara de Vereadores aprove o remanejamento de recursos da LOA [Lei Orçamentária Anual], solicitado pelo poder executivo.
“Para a obra definitiva ser realizada, estamos aguardando a questão do orçamento. E estou me colocando à disposição novamente para ir à Câmara apresentar o projeto, a solução que está posta. Não só para a questão do viaduto, o orçamento da Soma está bem comprometido, estamos sem orçamento para fechar o ano. Já foi solicitado à Câmara o remanejamento orçamentário para que a gente possa fazer esse planejamento. Então, a gente está contando com isso. Na nossa ida lá no dia 3, eu acredito que foram muito receptivos. O vereador Silvio Dias fez o questionamento sobre a situação, e alguns questionaram a questão do orçamento da Soma, e houve até uma nota da Câmara informando que o orçamento da superintendência é de R$ 60 milhões, e na verdade ele até supera, mas como se trata de uma estimativa, alguns recursos que são oriundos de sessão onerosa, do CID, que é o imposto sobre o combustível, que não vieram. Então existe uma rubrica orçamentária que não tem um financeiro”, justificou.
Conforme Vianey, o orçamento da Soma foi comprometido pela emenda que alterou o valor do recurso próprio.
“De recursos próprios tivemos uma dificuldade, porque o orçamento era de R$ 32 milhões e com a emenda à LOA, foi reduzido para R$ 17 milhões, devido à proposição do Hospital Municipal, que retirou R$ 15 milhões do orçamento, e efetivamente o prefeito fez suplementações ao orçamento da Soma este ano, mas tivemos uma dificuldade muito grande, porque o combustível teve um impacto e quem está pagando o combustível da Soma hoje é a Secretaria de Administração, porque há dois meses a Soma não tem orçamento para pagar combustível, e estamos fazendo um esforço de priorização, de sequência, mas a suplementação no nosso caso é muito importante”, frisou.
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