Após irmãs serem picadas por escorpiões, especialista orienta sobre cuidados
A doutora Ilka Biondi, do laboratório de Animais Peçonhentos da Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs), falou sobre prevenção e informou que existe um grupo de pessoas que correm maior risco de sofrer as consequências da picada do escorpião.
As irmãs Solineide de Jesus Santos e Lucinete Ramos de Jesus, moradoras do bairro Chácara São Cosme, em Feira de Santana, vivem uma situação complicada devido aos escorpiões, que constantemente aparecem na casa delas. Solineide foi picada na mão em 2011 e conta que até hoje ainda sente dores e tonturas. Já Lucinete, foi picada na noite da última segunda-feira (22) no pé.
A doutora Ilka Biondi, do laboratório de Animais Peçonhentos da Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs), viu as fotos dos escorpiões encontrados pelas irmãs e afirmou que se trata de uma espécie que, em áreas urbanas, costuma ficar em padarias, por causa da lenha, e dentro de casa, eles normalmente ficam em ambientes úmidos, como no banheiro, e também onde tiver rachaduras, buracos e lixo acumulado, já que se alimentam de baratas.
Assim como explicou a especialista, Solineide de Jesus contou que ao lado da casa dela tem uma padaria, onde ficam acumuladas lenhas. Ela afirmou que já conversou com o proprietário e que já denunciou à situação as autoridades, mas que nenhuma providência foi tomada.
“Fui picada em 2011. Não durmo direito, fico nervosa, tenho dores de cabeça constante, sinto muita tontura. Tudo devido a picada desse escorpião, mas até agora nada foi feito para resolver”, afirmou.
Ainda de acordo com ela, a irmã, Lucinete Ramos, foi picada dentro do banheiro na última segunda. Lucinete foi socorrida para o Hospital Geral Clériston Andrade (HGCA), onde foi medicada, ficou em observação e depois voltou para casa.
Orientações
Em casos de picadas de escorpião, a doutora Ilka orientou que a pessoa seja encaminhada diretamente para o hospital, onde segundo ela, deve permanecer em observação por, no mínimo, 48 horas.
“Quando a pessoa é picada, ela sente muita dor no local e conforme o caso vai se agravando, a pessoa começa a sentir falta de ar. Esse é um dos maiores problemas e por esse motivo, a pessoa picada tem que ficar em observação na emergência do hospital”, explicou.
Prevenção
Ainda não existem inseticidas capazes de acabar com o escorpião, por isso a especialista orienta que pessoas verifiquem se tem acúmulo de telhas, de madeiras ou terrenos baldios perto de casa, e pedir para os responsáveis re-arrumar.
Outra dica da especialista é sempre verificar dentro dos sapatos antes de calçar, além de não deixar toalhas molhadas atrás de portas e também criar galinhas no quintal, pois é um animal que cisca.
“Essas são coisas preventivas que vão impedir que a pessoa tenha um convívio direto com o animal. Inseticidas nós ainda estamos testando e não aconselhamos que a população faça o uso, pois vai matar só aquela pequena quantidade. Os outros 20 escorpiões que vierem depois não vão morrer”, explicou.
Grupo de pessoas com maior risco
A doutora Ilka Biondi informou que existem pessoas que tem maior risco de sofrer com as consequências da picada de um escorpião. De acordo com ela, pessoas idosas, crianças com menos de sete anos, hipertensos, diabéticos e pessoas com a saúde debilitada tem maior risco de óbito.
“Existe um perigo de forma geral, porque o escorpião tem toxinas, um composto que vai levar a um efeito fisiopatológico no corpo da pessoa, mas nos casos citados o risco é maior. No momento da picada, o escorpião está introduzindo dentro do corpo da pessoa veneno. Se a pessoa está debilitada ou tem menos de 50 quilos, o veneno vai percorrer mais rápido, então ela vai ter mais problemas”, afirmou.
As informações são do repórter Ed Santos do Acorda Cidade
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