No último sábado, 12 de outubro, o comércio de Feira de Santana funcionou parcialmente durante o feriado do Dia das Crianças e da padroeira do Brasil, após um decreto de última hora, publicado na quinta-feira (10) pelo prefeito Colbert Martins. A decisão de permitir a abertura das lojas gerou controvérsia entre os sindicatos, já que o Sindicato dos Comerciários afirmou não ter sido consultado sobre a medida.
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Até a publicação do decreto pela prefeitura, o comércio do centro da cidade não estava autorizado a funcionar. Com as novas informações, houve confusão sobre se as lojas poderiam ou não aderir ao funcionamento no sábado.
Ao Acorda Cidade, o presidente do Sindicato do Comércio de Feira de Santana (Sicomfs), Marco Silva, fez uma avaliação positiva do funcionamento do comércio no feriado, apesar da dúvida gerada pela publicação do decreto.
“A avaliação foi positiva. É claro que não foi perfeito, temos que reconhecer, tendo em vista a dúvida que foi o decreto do prefeito, que só foi publicado na quinta-feira. Inclusive, quero agradecer ao prefeito, que sentiu o risco, porque o prefeito tem uma atitude muito democrática. Ele sempre diz: ‘Sindicatos, tanto o patronal quanto o laboral, conversem, cheguem a um acordo que eu vou seguir o acordo de vocês’. Sempre foi assim até hoje”, afirmou.
Entretanto, Marco Silva destacou que a convenção coletiva deste ano estabeleceu que o comércio poderia abrir nos feriados após negociação, o que não ocorreu em outras datas festivas deste ano.
“Nenhum feriado foi aberto, inclusive o de 12 de outubro, que, segundo pesquisas, 20% do faturamento do Dia das Crianças ocorre no próprio dia, quando as famílias têm tempo para ir ao comércio”, acrescentou.
Apesar das divergências, o presidente relatou que as lojas que abriram tiveram bom movimento, com destaque para o centro da cidade e o Feiraguay, que comercializa diversos tipos de produtos infantis.
“As lojas que abriram, inclusive não só as de artigos infantis, mas também de confecção, calçados e utilidades domésticas, tiveram um excelente movimento e nós temos alguns setores que tiveram um movimento fantástico. A Marechal Deodoro estava movimentada desde cedo; você procurava um local para parar o carro e não conseguia. O Feiraguay bombou, está de parabéns, fizeram ações, brincadeiras com as crianças, pintura no rosto, música, palhaço. Isso é o que a gente fala: hoje, a venda tem que ser uma experiência boa de consumo, porque nosso maior concorrente é a internet, e o nosso diferencial é que a gente pode estar ao lado do cliente fazendo essas ações”, destacou.
O presidente do sindicato lamentou que algumas lojas não abriram por falta de organização e tempo para preparar as equipes, o que ele atribuiu à publicação tardia do decreto. Ele pontuou que, principalmente, os clientes das cidades circunvizinhas ficaram sem o atendimento.
“Fica o nosso registro de que tentamos essa negociação desde o início de setembro. Há quase 45 dias, tentamos isso. Então, que fique mais uma vez a lição de que não interessa a ninguém essa divisão. O comércio de Feira de Santana tem que continuar gerando emprego, gerando renda, acima da média da Bahia, do Brasil, e essa divisão foi muito ruim. Mas, mesmo assim, foi um resultado muito positivo. A parte que temos a lamentar é que algumas empresas não abriram, várias lojas da Sales Barbosa não abriram, lojas-âncoras, porque disseram que não tiveram tempo de organizar a equipe, e eu entendo que isso tem que ser definido com antecedência, por respeito às pessoas”, declarou.
Ainda em entrevista ao Acorda Cidade, o presidente comentou sobre a declaração do Sindicato dos Comerciários, que alegou não ter sido ouvido sobre o decreto autorizando a abertura. Ele afirmou que as tentativas de negociação começaram com antecedência.
“É lamentável, porque nós chamamos para negociação há cerca de 45 dias e sequer conseguimos sentar à mesa. Infelizmente, o prefeito utilizou o seu poder, como está estabelecido na Súmula Vinculante nº 38 do STF, que determina que a prefeitura tem poder para decidir sobre o funcionamento do comércio. Essa mesma legislação foi usada na época da covid para fechar o comércio”, explicou o presidente.
Marco Silva ainda acrescentou que o objetivo agora é pacificar a situação. A expectativa é que o debate sobre o funcionamento do comércio nos próximos feriados seja resolvido de maneira mais antecipada, evitando impasses de última hora. Ele também reforçou o sucesso das lojas que decidiram abrir.
“Quem abriu, salvou o seu Dia das Crianças. Teve loja que teve desempenho fantástico. Inclusive, algumas empresas me ligaram agradecendo, e eu disse: ‘Não agradeçam a mim, agradeçam ao prefeito, às entidades patronais, como a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), Associação Comercial e o Feiraguay’. Todos trabalharam juntos para gerar emprego e renda”, concluiu.
Com informações do repórter Paulo José do Acorda Cidade
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