Laiane Cruz
Diagnosticada desde que nasceu com osteogênese imperfeita, também conhecida como 'ossos de vidro', a menina Patrícia Kelly da Paixão, de 9 anos de idade, que reside no bairro Conceição em Feira de Santana, sonha com o dia em que poderá andar e brincar com os seus amigos de esconde-esconde e pega-pega.
Durante toda a sua vida, Patrícia realiza tratamentos médicos e precisou conviver com o problema, evitando algumas atividades por conta da sua condição de saúde. No entanto, no dia 26 de fevereiro, a estudante do terceiro ano do ensino fundamental irá realizar uma cirurgia e poderá ter mais qualidade de vida, o que permitirá em breve que ela também possa se relacionar melhor com outras crianças.
“Eu estou muito feliz porque eu vou poder realizar meu sonho de andar, brincar com meus amiguinhos, correr, brincar de esconde-esconde, brincar de pega-pega, e eu agradeço muito ao Senhor por isso. É muito triste eu não poder brincar com eles, então graças a Deus eu vou andar e vou poder brincar com meus amiguinhos”, comemorou Patrícia Kelly.
Ela revelou ainda que apesar de sentir muitas dores, consegue dormir bem à noite, e durante o dia, gosta muito de estudar.
Também feliz pela realização da cirurgia, a mãe de Patrícia, a dona de casa Juscelia de Jesus Nascimento, relatou que quando a filha nasceu, a família ficou sabendo que a menina tinha os 'ossos de vidro' e o médico realizou diversos exames que comprovaram a doença, como também ultrassons que mostravam que os membros dela eram menores que o de outras crianças. “Ela faz acompanhamento a cada 6 meses em Salvador e toma uma medicação para fortalecimento dos ossos”, explicou.
Em relação ao medicamento que Patrícia toma, a mãe informou que o Sistema Único de Saúde (SUS) não está fornecendo no momento, porém o plano de saúde está cobrindo essa medicação, que tem um valor elevado.
Foto: Ney Silva/Acorda Cidade
De acordo com Juscelia, outra dificuldade no tratamento de Patrícia, foi o corte do Benefício de Prestação Continuada (BPC), que foi suspenso no ano passado, porque, segundo a dona de casa, o pai ganha um salário mínimo.
“Eles querem dizer que um salário mínimo dá para manter a casa, mas eles não sabem o que a gente usa com ela, o que a gente gasta. Agora a gente está esperando o dia 15 de março, para levar a papelada dela e recorrer”, disse.
Juscelia Nascimento destacou que por conta dos cuidados com a filha ela não pode trabalhar e quase não sai de casa, devido à pandemia.
“O cuidado maior é o medo que eu tenho de ela se machucar. Ela estuda, eu fico mais em casa com ela, é difícil eu sair, até nesse tempo de pandemia eu estou evitando ao máximo sair com ela. Também agora ela vai fazer uma cirurgia prevista para o dia 26 de fevereiro. Conseguimos a cirurgia, graças a Deus, através da ajuda de muitos amigos também e a conselheira tutelar”, comemorou.
Assim como Patrícia, o maior sonho de Juscelia era que a filha conseguisse realizar a cirurgia e pudesse levar uma vida normal, junto com outras crianças. O procedimento será realizado no Hospital Aliança, em Salvador, para colocação de haste no fêmur e tíbia. E a recuperação deve levar em torno de dois meses.
“O objetivo da cirurgia é diminuir as fraturas e garantir a firmeza. Ela pode vir a andar um dia. O meu maior sonho é que ela realize logo essa cirurgia, para dar uma qualidade de vida a ela. A cirurgia vai diminuir as fraturas, o médico fala que diminui 90% as fraturas, vai dar mais qualidade porque ela vai ficar mais próxima de outras crianças, eu não vou ter muito medo”, contou.
Com informações do repórter Ney Silva do Acorda Cidade