A idosa Maria de Lourdes Santana, 66 anos, que reside na Avenida Tomé de Souza, bairro Calumbi, em Feira de Santana, reclamou nesta sexta-feira (21) do serviço prestado pelo ônibus da Secretaria de Saúde, responsável por levar e trazer pacientes que precisam de atendimento médico em Salvador.
De acordo com a paciente, em entrevista ao Acorda Cidade, ela utilizou o serviço de transporte da secretaria para realizar uma cirurgia de retirada de um pedaço da mama na última quarta-feira (19), no Hospital da Mulher, em Salvador.
A idosa relatou que chegando na capital, o procedimento foi feito por volta das 6h desta quinta-feira (20), e a unidade deu alta por volta das 16h. Ao tentar retornar para Feira de Santana ontem, junto com a acompanhante, o motorista informou que o ônibus estava lotado e ela não poderia mais utilizar o serviço, que é ofertado gratuitamente aos pacientes.
“Disseram lá que na hora que era pra eu ligar para a Secretaria daqui de Feira, que na hora que eu fosse operada que a secretaria dava um jeito de trazer a gente de volta. Fui operada quase 6 horas da manhã do dia 20, quando foi às 16h, o hospital liberou a gente. Eu fui operar da mama, tirar um pedaço. Depois que liberou, disseram que não tinha mais comida, nem nada para o acompanhante nem para o paciente, e a gente ficou a Deus dará. Eu estava operada, sem dinheiro, tive que tomar emprestado. Moro aqui na Avenida Tomé de Souza e não tive o transporte para retornar”, contou a idosa.
Ainda conforme a paciente, ela foi para a rodoviária mesmo estando recém operada, junto com a acompanhante, e por pouco não sofreu uma queda.
“Quase caio no degrau da rodoviária. Cheguei em casa às 19h. Sou hipertensa e tomo remédios. Me falaram que o ônibus estava cheio e não podiam me trazer. Já estou com outra consulta marcada. Então, minha reclamação é com o transporte, que a Secretaria disponibiliza para levar e para trazer, mas deixou a gente lá no meio da rua. Eu quero saber como vai resolver isso, porque vou voltar no dia 26”, desabafou Maria de Lourdes, preocupada em ter que enfrentar essa situação novamente.
Em contato com o Acorda Cidade por telefone, o prefeito Colbert Martins informou que a paciente Maria de Lourdes compareceu hoje à Secretaria de Saúde, no setor de Tratamento Fora do Domicílio e relatou o que aconteceu.
Segundo o prefeito, não houve condições de trazer a paciente de volta, devido a uma falha de comunicação do hospital que realizou o procedimento.
“Ela programou uma viagem para o dia 19, aonde ela fez uma intervenção na mama, foi internada no Hospital da Mulher à noite, e o procedimento foi feito no dia 20 pela manhã. Às 16h30, a assistente social a avisou que ela iria sair de alta, mas que não tinha ainda os documentos necessários para a sua saída. Nós não tínhamos como fazer nenhuma programação, e o ônibus que a prefeitura dispõe não estava programado para poder ir na Cidade Baixa buscar essa paciente, e nós não tínhamos como deslocar um ônibus às 16h30 para ir até lá e depois voltar. Não houve possibilidade, e ela em razão de decisões próprias, pegou um ônibus entre Feira e Salvador”, justificou o prefeito Colbert Martins.
Segundo ele, a paciente já remarcou para o dia 26 o retorno a Salvador, e declarou que a Secretaria de Saúde fez o que era possível.
“Nós fizemos o possível. Uma alta às 16h30 não avisada com antecedência, a gente não tinha como fazer o retorno dessa pessoa. E quem avisa é justamente a assistência social do hospital diretamente ao setor de tratamento fora do domicílio aqui em Feira. Tinha um ônibus em Salvador, mas estava em outra área e não havia programação para passar neste hospital, que fica na Cidade Baixa, e não houve a possibilidade de fazê-lo. Quero dizer que se houve qualquer tipo de dificuldade, estamos aqui para resolver. Da forma como foi a ida, seria a volta também. Nós tínhamos condição de trazê-la hoje pela manhã, mas ela informou que estava com uma acompanhante, que não podia ficar no hospital, e ela tomou a decisão de vir por meios próprios. Mas o pessoal da Secretaria está atento a essas questões de tratamento fora do domicílio”, disse.
Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade
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