Um dia após o ato dos camelôs, devido a volta da cobrança da taxa de aluguel do Shopping Popular Cidades das Compras, a Secretaria de Prevenção a Violência (Seprev) ordenou a ocupação de viaturas na Praça da Bernardino Bahia. Quem foi ao centro hoje (25) percebeu a presença constante de agentes fazendo o patrulhamento no espaço.
De acordo com o secretário, Moacir Lima, a medida foi tomada mediante a ameaça dos camelôs de voltarem a ocupar a praça como local de trabalho, voltando assim à informalidade.
“A gente está aqui para recepcionar qualquer pessoa que venha conversar, trazer as suas demandas, buscarmos alternativas que sejam boas para todo mundo. Agora, na imposição que vai fazer aquilo, não vai, porque isso aí é conflito, é ruim para todo mundo e o que a gente não quer é conflito. Como houve ontem, uma manifestação deles dizendo que iriam de qualquer forma para lá, desde ontem já ocupamos o espaço, colocando o pessoal lá acompanhando, porque não é dessa forma que se resolve os problemas da nossa cidade”, disse.
Segundo Moacir, desde ontem (24) à noite, foi necessário colocar viaturas na praça para desmobilizar a ação dos camelôs. Ele disse que a Seprev realiza através de câmeras todo o monitoramento da cidade e que será possível perceber qualquer manifestação dos permissionários, caso eles insistam no retorno para as principais vias do centro.
“O que fizemos foi ocupar um espaço que é nosso, que é público, que nós temos que administrar em razão das ameaças que estavam tendo que eles iriam invadir de qualquer jeito, em razão da falta de diálogo. Tem as questões do shopping, compreendo que tem que ser resolvidas, não estou aqui para dizer quem está certo ou errado, estou dizendo que é necessário diálogo, para que se possa resolver as demandas”.
Lembramos que em 2020 a prefeitura realizou a remoção das barracas da Rua Sales Barbosa em favor da requalificação das ruas do centro de Feira, via essa que era ocupada, principalmente pelos camelôs que foram realocados para o Novo Shopping Popular.
O secretário afirmou que não será possível o retorno dos comerciantes para as ruas do centro e que a prefeitura não cogita entrar em conflito com os trabalhadores. Moacir reforçou que a situação deve ser resolvida, sem que haja o retrocesso de problemáticas passadas como era na Sales Barbosa, onde as pessoas não conseguiam caminhar pelo excesso de barracas dos camelôs.
“São pais e mães de família que a gente não quer conflito com essas pessoas. O que a gente está querendo nesse momento é preservar o espaço que é público. Você viu uma luta nossa para ‘limpar’ a Sales Barbosa, como ela era e como ela está hoje, servindo de modelo, todo mundo elogia por causa das ações que foram feitas e nós não vamos deixar voltar. Se deixar ocupar, volta a ser tudo como era antes, aquela situação degradante que nós tínhamos. Estamos tentando resolver as questões da cidade e não criar problemas para que esses obstáculos continuem a vir para nossa gestão” concluiu.
Leia também:
Prefeitura deve cerca de 7 milhões ao Consórcio Shopping Popular, afirma Elias Tergilene
Shopping Popular volta a cobrar aluguel e novas taxas; camelôs pedem apoio da prefeitura
Cerca de 400 camelôs do Shopping Popular discutem os custos da permanência no empreendimento
Camelôs do Shopping Popular demarcam espaços na Praça Bernardino Bahia
Prefeitura conclui remoção de todas as barracas da Sales Barbosa e transversais
Com informações do repórter Paulo José do Acorda Cidade
Siga o Acorda Cidade no Google Notícias e receba os principais destaques do dia. Participe também dos nossos grupos no WhatsApp e Telegram