A duplicação da Avenida Artêmia Pires, um dos principais vetores de crescimento urbano de Feira de Santana, segue em andamento, enfrentando desafios técnicos e de infraestrutura.
Com uma extensão de aproximadamente 7 km, a obra busca melhorar a mobilidade na região, frequentemente criticada pelos moradores, mas esbarra em questões como remoção de postes, adequações de drenagem e conflitos com propriedades privadas.
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Com previsão inicial de 12 meses para as primeiras etapas, a duplicação da Avenida Artêmia Pires busca não apenas aliviar o trânsito local, mas também impulsionar o desenvolvimento da região.
De acordo com o engenheiro Ianco de Souza Pinho, diretor de execução de obras do município, o projeto contempla a criação de duas novas faixas de tráfego no trecho entre o Condomínio Supremo e o final da avenida. Entretanto, um trecho inicial, entre a Avenida de Contorno e o condomínio, não poderá ser duplicado por limitações técnicas.
“Nesse trecho, será implementado um sentido único em direção à Avenida de Contorno para a parte da Lagoa de Berreca. Tivemos um cuidado em não desfavorecer a universidade, porque se a gente não contemplasse a duplicação nela, os estudantes teriam uma extrema dificuldade de acessar”, explicou Pinho.
Entre os desafios enfrentados está o deslocamento de postes de energia, que requer uma colaboração por parte dos moradores, da Coelba e dos provedores de internet.
“Tivemos um trabalho árduo com a Coelba para poder viabilizar o deslocamento dos postes para poder a gente abrir margem para trabalho. É um trabalho extremamente complexo que teve que ter muito diálogo com os moradores, os comerciantes, o pessoal do entorno, porque realmente existe um recuo que vai ser avançado. Chegou a ter situações em que, de fato, batia com algumas propriedades. A gente precisou viabilizar todos esses aspectos”.
Segundo o diretor, já foi iniciada a instalação de postes novos, mas apenas será transferida a rede elétrica após a implementação de todos. Após essa etapa, a previsão é concluir a urbanização do espaço.
“A partir daí, a gente dá os próximos passos, que seria a colocação de passeio, urbanização, para a gente poder criar as novas faixas, recapiar as faixas existentes. Então isso é um trabalho que precisa ser finalizado para a gente dar prosseguimento. Associado a isso, a gente tem a questão da drenagem, que é um compromisso do prefeito em requalificar a drenagem da cidade como um todo, e a Artêmia Pires, obviamente, não ficaria de fora”, detalhou Pinho.
Ele também destacou a preocupação com a drenagem, afirmando que o projeto inclui medidas para requalificação do sistema em toda a avenida, visando evitar alagamentos no futuro.
A execução do projeto tem exigido um diálogo contínuo com a comunidade.
“Precisamos avançar em áreas que pertencem ao entorno. Alguns comércios serão impactados, mas é necessário pensar no bem comum, já que a densidade de veículos é muito elevada. É uma obra essencial para a cidade”, ressaltou o engenheiro.
O prefeito de Feira de Santana, Colbert Martins, reforçou a importância da obra para a cidade e criticou os entraves políticos e financeiros que dificultaram o andamento do projeto.
“Já pagamos à Coelba pela retirada dos postes, e esse atraso na retirada também implica em dificuldades para o avanço dessas obras. Na frente do supermercado São Roque nós já fizemos o retorno de direita livre. No restaurante Menu, quem vem na direção da Contorno da Artêmia, no Contorno, nós já temos também direita livre. Na frente da farmácia Drogasil também direita livre para poder evitar aquele congestionamento existente na Fernando Pinto de Queiroz”, explicou o prefeito.
Sobre as intervenções já realizadas, o prefeito destacou dois pontos principais.
“Entre a Fernando Pinto de Queiroz e aqui, depois da FTC, nessa baixada, o que fizemos foi duas intervenções importantes. Uma delas foi a criação de um retorno no sentido da FTC para o Contorno, visando facilitar o fluxo. Isso porque, logo em seguida, temos um estreitamento muito grande da pista no sentido de quem vem também da Avenida de Contorno”, explicou.
Outro retorno também já foi implementado para evitar conflitos e melhorar a fluidez do trânsito na região.
Sobre as construções irregulares na área, o prefeito garantiu que a prefeitura pagará indenizações aos ocupantes, mas retomará as áreas públicas invadidas.
“Quem estiver avançado e não tem escritura, a prefeitura vai pagar as construções que aconteceram. No caso, tem uma medida entre o meio da pista e as áreas laterais da rua que são áreas públicas. Quem construiu em área pública, a prefeitura vai retomar essa área que é dela e vai pagar os investimentos que foram feitos pelas pessoas que ocuparam irregularmente essas áreas”, assegurou.
De acordo com Colbert, as principais irregularidades com invasões do espaço público foram mapeadas por residências e pequenos comércios; condomínios, postos de gasolina e estabelecimentos em geral estão dentro das normas.
“Vários desses condomínios, todos eles têm o recuo adequado. Você vê muito avanço com construções para comércios, principalmente os pequenos comércios. Então existem esses avanços. O que eu imagino é que vamos continuar na próxima gestão, dialogando como estamos fazendo, mostrando que é importante que a Artêmia seja duplicada, que hoje já é uma dificuldade muito grande de se transitar”, afirmou.
Retornos também estão sendo implementados com destino ao bairro Santo Antônio dos Prazeres. A ideia, segundo o prefeito, é dar mais alternativas para que as pessoas possam sair e entrar no bairro sem percorrer grandes distâncias para pegar o retorno.
Colbert Martins também esclareceu que alguns postes que estão em via pública foram colocados no passado, quando a Artêmia Pires ainda era a Estrada de São Roque. Ele afirmou que gostaria que a companhia de energia fizesse a instalação dos cabos de energia subterrânea, mas, no momento, vai ter que permanecer recuado, na lateral das ruas. Ele também falou sobre os custos com a Coelba para a retirada dos postes.
“Em torno de 30 mil reais (cada poste) quando se faz para poder tirar esse equipamento, colocar ele novamente no lugar, recompor os fios. E isso é o que a empresa cobra. Como nós temos uma empresa privada que não tem concorrente, portanto ela vira basicamente uma empresa pública, e os custos que ela cobra, realmente a gente efetivamente paga”.
Ainda segundo o prefeito, todo o investimento na duplicação está estimado entre 40 e 60 milhões.
Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade
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