Agente de limpeza destaca seu amor pela profissão e exalta a força de trabalho da mulher: ‘Ela pode tudo o que quiser’

Trabalhando há seis meses na empresa Sustentare, na função de varredora, Edna de Araújo Santos, de 43 anos, expressa com muita gratidão e felicidade o prazer que tem em atuar como agente de limpeza.

Todos os dias, ela inicia às 6h, para às 12h, retorna às 13h, e depois finaliza o turno às 14h48. Seus instrumentos de trabalho são uma pá, uma vassoura e um carrinho, que é chamado de bambolê.

Se para a sociedade, a função de varrição representa um trabalho de baixo reconhecimento ou desvalorizado, para Edna de Araújo, residente no bairro Conceição, conseguir a vaga foi a realização de um sonho, conquistado com muito esforço.

“Consegui, primeiro por causa da fé em nosso Senhor Jesus Cristo, após batalha e perseverança, e através de uma amiga, pois eu já tinha 4 anos tentando entrar na empresa e não conseguia, tentando por vários meios”, contou a agente de limpeza, em entrevista ao Acorda Cidade.

De acordo com Edna de Araújo, através da amiga, ela foi até a Secretaria de Políticas para as Mulheres, e conversou com a secretária Gerusa Sampaio.

“Fui até a secretária Gerusa, e através de um projeto que a Secretaria da Mulher tem com a Sustentare, eu consegui essa vaga tão sonhada e tão desejada. E hoje estou fazendo o que eu amo, que era meu sonho trabalhar como agente de limpeza. Comecei nesta área por decisão própria e amor à profissão. Já trabalhei no Hospital Geral Clériston Andrade (HGCA) e em outras empresas, mas o meu sonho era trabalhar na varrição. Antes eu era ajudante de pedreiro, na construção civil”, relatou.

Segundo a agente de limpeza, durante o período em que passou como ajudante de pedreiro ela também buscou mostrar o valor da sua força de trabalho e sua dedicação em tudo que se propunha a fazer.

“Tenho vários colegas que trabalham na área e por eu ser uma pessoa muito esforçada e gostar de trabalhar, eu sempre buscava meus colegas para me dar uma oportunidade. Claro que tem aquele preconceito de a mulher não aguentar, não saber fazer, mas quando eles dão oportunidade a mulher mostra que sabe, que faz bem, com muito amor e dedicação”, destacou Edna.

Ela contou que, na construção civil, não havia desafio que não topasse e tudo que era demandado ela fazia muita bem.

“Como ajudante de pedreiro eu fazia massa de concreto, carregava blocos, se precisasse botar uma massa na parede eu fazia. A construção civil é uma área muito pesada para a mulher, porém se ela receber oportunidade, desempenha esse papel bem. Mas deixei por falta de oportunidade e de carteira assinada, que dá a estabilidade, o INSS, o plano de saúde, até por questão de se você se acidentar, ter uma maneira de se sustentar neste período.”