A reportagem do Acorda Cidade conversou pela primeira vez com o chapista Emerson Freitas Santos, 24 anos, jovem que foi baleado na cabeça na madrugada do dia 9 de julho deste ano, no bairro Tomba em Feira de Santana.
Emerson chegou a ficar internado no Hospital Geral Clériston Andrade (HGCA) por cerca de 20 dias. Atualmente, segue tratamento domiciliar recuperando de forma parcial os movimentos do corpo.
Ao Acorda Cidade ele destacou que está se recuperando, mas para ele, tudo ainda é difícil.
“Eu estou levando, mas tudo ainda é difícil. É uma vida nova, a minha recuperação ainda está sendo difícil, mas estou tendo apoio do meu ‘coroa’ (pai). No momento, somente a mão que ainda não estou movimentando, mas a perna já mexe normal, antes eu nem ficava em pé, não conseguia mexer nem o pé, nem a mão, mas já consigo erguer os braços, mas ainda não movimento os dedos”, contou.
O jovem que teve medo de não recuperar os movimentos do corpo, informou que lembra como era o dia a dia antes do ocorrido, mas após o crime, a lembrança foi apagada da mente.
“Assim que eu cheguei em casa, eu pensei que iria ficar apenas deitado na cama, que eu não iria mais andar, pensei que eu não iria mais sair, voltar a ter a minha liberdade que tinha. Sobre o dia do crime, eu lembro que antes de ir para o aniversário, eu cortei o cabelo, quando retornei para casa, ainda fui lavar a moto e fui para o aniversário. Depois disso, só lembro do momento que estava retornando aqui para casa, já estávamos na rua, mas só lembro até aí. Graças a Deus, lembro de tudo que ocorreu antes disso, lembro até das dívidas”, brincou.
Emerson ainda relatou que pretende melhorar logo para retornar ao trabalho. “Não aguento mais ficar em casa”.
O pai de Emerson, Edson Damião Santos Neto, foi uma das pessoas que mais ficou próxima do filho nesses últimos três meses.
Ao Acorda Cidade, ele contou da felicidade em ver o jovem se recuperando em casa.
“Cada dia é uma grande surpresa para a gente. Ele está se esforçando, está voltando a ter os seus movimentos, só ainda não está mexendo a parte esquerda do corpo, porém ele está bem melhor do que três meses atrás. Hoje ele reconhece o pai, a mãe, a namorada, todos os familiares, os clientes, ele consegue lembrar de todo o seu histórico”, contou.
Embora a recuperação do filho seja um motivo de alegria, Edson contou que está tendo um gasto em torno de R$ 10 mil por mês no tratamento de Emerson.
Segundo ele, o homem acusado de atirar no jovem, se propôs a ajudar nos custos do tratamento, porém só pagou o primeiro mês.
“Somente no mês de agosto, eu tive um custo em torno de R$ 12 mil, para ser mais exato, pois eu tenho todas as notas fiscais aqui, foi no valor de R$ 11.669,97. O advogado do acusado entrou em contato comigo, dizendo que iriam ajudar, que o rapaz estava arrependido do que tinha feito e eu apenas respondi, tudo bem, vamos conversar. O próprio homem entrou em contato comigo via WhatsApp, disse que não tinha condições de pagar toda a quantia, mas que iria me passar um valor de R$ 9 mil. Isso foi feito, porém nem foi de vez, ele passou uma quantia de R$ 2 mil, depois R$ 3 mil, foi fazendo assim, até fechar os R$ 9 mil”, explicou.
Segundo Edson, esta despesa foi referente ao mês de agosto, mas o mês de setembro também precisa ser paga, porém tanto o acusado, quanto o advogado, não responderam mais as mensagens.
“Todo dia 10 fecha a fatura, então mandei via PDF todas as notas fiscais via WhatsApp, inclusive um valor de R$ 9.801,43, ele visualizou, disse que iria entrar em contato com o advogado, para que o advogado conversasse comigo, mas não tive nenhum retorno. Próximo dia 10 de outubro, novas despesas, e que no total, já chegam a quase R$ 25 mil”, lamentou.
Ao Acorda Cidade, Edson contou que o desejo neste momento, é que a Polícia Civil possa fechar o inquérito policial.
“Eu espero que a Polícia Civil venha logo a fechar este inquérito o mais rápido possível, pois eu preciso correr atrás dos materiais para o meu filho. Eu só queria que ele [acusado] arcasse com todas as despesas que nós estamos tendo aqui. Meu filho precisa ter a vida normal que ele tinha antes, ele era independente, tinha o próprio salário, tinha os conhecimentos e não dependia de mim. Meu filho já tem três meses assim, eu só queria que ele pudesse continuar arcando como fez da primeira vez. Já estive na Delegacia, conversei com o delegado e fui informado que todos estavam trabalhando em cima do caso, e assim que tivesse uma informação, iriam me repassar”, concluiu.
Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade
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