Laiane Cruz
A Associação de Apoio à Pessoa com Câncer, localizada no bairro São João, em Feira de Santana, está arrecadando alimentos para distribuição de cestas básicas para os pacientes de Feira e região, que buscam o apoio da entidade.
Foto: Ney Silva/ Acorda Cidade
A entidade também está recebendo doação de roupas, sapatos e itens de higiene pessoal para continuar realizando um bazer, com preços acessíveis a toda a comunidade, e que auxilia na manutenção do espaço.
Foto: Ney Silva/ Acorda Cidade
Após ser curada há cerca de um ano e meio de um câncer de colo do útero, Juliana Pereira segue em acompanhamento, realizado pelos profissionais da AAPC. No local, além de paciente, ela também atua como voluntária e destacou a importância das doações.
“Vencer o câncer é como receber uma segunda chance. É uma vitória, porque o diagnóstico é bem assustador. Fiz a histerectomia há sete meses e estou bem. Essa campanha é muito importante, recebemos mensalmente as doações e sempre temos falta de algum alimento”, explicou.
Foto: Ney Silva/ Acorda Cidade
Também atuando como assistente social voluntária da AAPC, Isoneide Félix da Costa é paciente da entidade há três anos. Ela salientou que o trabalho voluntário a tem ajudado na luta contra o câncer e na busca pelo tratamento.
“Além de eu ajudar outras pessoas, também estou me ajudando, como paciente. Então meu trabalho aqui é fazer o acolhimento, os encaminhamentos, porque a maioria dos portadores de câncer desconhecem seus direitos, então é levantando a autoestima dos pacientes que estão iguais a mim ou até piores. Então a AAPC faz esse acolhimento e tem esse apoio muito importante na minha vida”, afirmou.
Isoneide da Costa relatou que primeiro descobriu o câncer de mama, depois teve metástase, no nível 4, e recentemente descobriu outro diagnóstico, que é um carcinoma na pele.
“Mas estou aqui ajudando pessoas e isso tem me ajudado bastante. Isso me motiva a continuar o tratamento e continuar minha luta, porque não é fácil. E no meu atendimento eu sei o que o outro passa, então acho que eu sou a pessoa mais indicada para estar aqui, porque além de eu ser assistente social, também sou portadora do CA. Qualquer ser humano, quando recebe um diagnóstico desse, a primeira coisa que passa na cabeça é que vai morrer. Mas o câncer hoje não é sentença de morte, é uma mudança de vida. E aqui na AAPC tem uma equipe multidisciplinar, que dá todo o apoio. Tem psicóloga, nutricionista, assistente social, o setor jurídico, então todos os portadores de câncer têm que ter o acompanhamento multidisciplinar, porque nem todo mundo tem aceitação. O acolhimento familiar e dos amigos é muito importante, para diminuir a dor e a chance de cura é muito grande. Quando o câncer é descoberto no início a chance de cura é de 95%.”
Foto: Ney Silva/ Acorda Cidade
A diretora de Relações Públicas da entidade, Maria Betânia Knoedt, a entidade foi criada em abril de 2002 e atualmente conta com três mil pacientes de diversas cidades e distritos.
“Todos que têm câncer e vierem de fora, se não tiverem uma casa para morar e precisarem desse apoio, com certeza recebemos. O público atendido aqui é variado. Podem ser senhoras, idosos, jovens, crianças, todos que têm câncer e vierem de outros lugares, principalmente de distritos, e não têm acompanhamento, principalmente um lugar para fazer radioterapia e quimioterapia, ficam aqui conosco. Aqui oferecemos serviços de apoio moral, social, de compreensão com o que as pessoas estão precisando neste momento, e psicólogos, nutricionistas, assistentes sociais, e a diretoria aqui também recebe a todos”, ressaltou Maria Bethânia.
Foto: Ney Silva/ Acorda Cidade
Ela explicou que a AAPC realiza doações de próteses mamárias de silicone, bolsas de colostomia, e alimentação.
“Estamos numa campanha grande de arrecadação e estamos com necessidade principalmente de leite em pó, açúcar, óleo e farinha. Outros itens nós temos, e esses que eu citei são os que nós precisamos para incluir na cesta básica. Para aqui vem pacientes de outros lugares, até de outros estados. Todas as pessoas que aqui são tratadas vivem com a gente, e tem café da manhã, almoço e jantar. Além de uma cama limpa e higienizada, um quarto arrumado, onde eles podem ficar o tempo que precisarem para o tratamento. E também distribuímos cestas básicas para pacientes que são de Feira de Santana, mas não residem aqui com a gente.”
Com informações do repórter Ney Silva do Acorda Cidade.
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