Laiane Cruz
Após a prefeitura de Feira de Santana liberar, na manhã de hoje (25), o funcionamento de três terminais do BRT, uma comissão formada pelos vereadores Jhonatas Monteiro (Psol), Professor Ivanberg Lima (PT) e Silvio Dias (PT) visitou, na tarde desta quarta-feira (25), os terminais de ônibus, percorrendo as linhas disponíveis, para averiguar de perto a operação do sistema.
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Foto: Paulo José/Acorda Cidade
De acordo com o vereador Jhonatas Monteiro, o objetivo da comissão era confirmar, observando diretamente, aquilo que tem sido alvo de reclamação por parte da população, confrontando a ideia do projeto que foi anunciado, com o que de fato vem ocorrendo desde que os ônibus começaram a circular em fase experimental.
“O fato é que nós não temos um BRT no município. Na prática o que nós constatamos é que os ônibus continuam funcionando de modo convencional. Os poucos veículos, que são próprios para o BRT, não estão efetivamente integrados ao funcionamento da estação, os números são reduzidos, não há integração com o resto do sistema, então na prática temos um faz de conta, que custou quase 100 milhões de reais”, avaliou o vereador do Psol.
Foto: Paulo José/Acorda Cidade
Para o vereador Silvio Dias, a prefeitura não cumpriu as promessas feitas com a construção do BRT em Feira de Santana, o que se configurou em desperdício do dinheiro público.
“Precisamos entender o que é o BRT e o que foi prometido: ônibus articulados em vias exclusivas, veículos que não precisam parar em semáforos. Essa foi a promessa, inclusive, do ex-prefeito, de que os ônibus sairiam da Uefs e iriam até o Tomba em 18 minutos. E o que nós estamos constatando é que, após gastos de mais de 120 milhões, não foi entregue à população um sistema de transporte público moderno e eficiente, que viesse resolver o problema. Foi desperdício de dinheiro público. O BRT não funciona em nossa cidade”, declarou o vereador.
Silvio Dias afirmou ainda que alguns ônibus que fazem parte do sistema estão circulando para outros bairros, tendo sido incorporados ao sistema convencional, por conta da saída de ônibus da cidade.
Foto: Paulo José/Acorda Cidade
“Não funcionam as catracas, as linhas não estão funcionando. O ônibus sai pela Getúlio Vargas e retorna no primeiro retorno após o viaduto da Nóide Cerqueira. A Estação da Nóide não está funcionando. As casinhas de pombo que se encontram na Avenida João Durval Carneiro também não funcionam. Então além do desperdício, há sim que existir uma ação de improbidade administrativa, pelos recursos que foram gastos. Foram 96 milhões em empréstimos da Caixa Econômica, mais 30 milhões de contrapartida da prefeitura e nós não temos o sistema prometido. Não existe BRT, é fraude. Qualquer um que pegar o BRT hoje vai ver que não funciona. É a maior fraude que Feira de Santana já viu”, disparou.
O vereador Ivanberg Lima concluiu que a avaliação da comissão foi negativa e declarou que tudo não passou ‘de uma falcatrua'.
“A avaliação é que a gente não tem BRT. As catracas não funcionam, não tem sinalização, não tem faixa exclusiva, os ônibus não deveriam ter cobrador, mas tem o cobrador. A porta está sendo aberta do lado errado, com risco dos passageiros descerem no meio dos carros e serem atropelados. Então a gente vê que esse BRT de Feira de Santana realmente é uma falcatrua. Mais de 100 milhões gastos em um transporte que em nada contribui para melhoria do transporte em Feira de Santana. Nossa avaliação é negativa. Tem que se rever muita coisa, do que jeito que está aqui, nosso dinheiro desceu ralo abaixo”, lamentou.
Com informações do repórter Paulo José do Acorda Cidade.