A equipe do Bahia de Feira entrou em campo na tarde de ontem (4) na Arena Cajueiro, em Feira de Santana, para enfrentar o Jequié pela 6ª rodada do Campeonato Baiano da Série A.
A partida terminou empatada em 2 a 2, o que não não foi motivo de alegria para os jogadores, comissão técnica, nem torcedores. O time está na zona de rebaixamento, ocupando a 9ª posição com apenas 5 pontos.
A partida de domingo marcou a estreia do novo técnico do Bahia de Feira, Nazareno Silva, após a saída de Oliveira Canindé, que chegou a comandar a equipe por cinco rodadas do Baianão. Além da estreia, o jogo também foi marcado por três expulsões, pênalti polêmico e gol anulado no último lance do jogo.
Diante dessas eventualidades, o presidente do Bahia de Feira, Jodilton Souza, “soltou o verbo” na Resenha Esportiva, pela Rádio Sociedade News, durante entrevista com o apresentador Miro Nascimento.
Segundo ele, não somente o Bahia de Feira está sendo prejudicado, mas como todo futebol baiano e terá uma conversa com o presidente da Federação Bahiana de Futebol (FBF), Ricardo Lima.
“Estou muito chateado, muito magoado. Eu vou esfriar um pouco a cabeça, eu estou muito desapontado, muito decepcionado. Vou ligar para Ricardo e vou mostrar a ele o prejuízo que ele está causando ao futebol da Bahia. Porque não está causando só ao Bahia de Feira. A gente que é da empresa do Bahia de Feira, que é quase que uma SAF, a gente toca a vida da gente e fica fora do futebol. Mas você vai perdendo aquelas pessoas que têm poder de investimento para fazer um futebol melhor. E aí eu vou ficar agora com esse elefante branco aqui, não sei se eu vou alugar, vou soltar uma bomba aqui, destruir, mas realmente está muito difícil”, lamentou.
O presidente informou que se o Bahia de Feira permanecer na Série A, o clube passará a ser uma Sociedade Anônima de Futebol (SAF).
“Se o extracampo não prejudicar e se a gente não cair, permaneça na primeira divisão, que é o que nós vamos trabalhar para isso, a gente vai transformar numa SAF. Hoje nós seríamos os proprietários dessa SAF e buscar no mercado alguém que tenha mais paciência do que a gente, que tenha mais poder, que queira ter mais poder de investimento, até porque a gente já gastou muito dinheiro e não saiu do lugar, está se gastando com recurso próprio e talvez as pessoas que têm um futebol, que vivam dentro do futebol, possam querer. Então assim, para gente é muito difícil, temos outros afazeres, somos muito atarefados, a gente tentou contratar um gerente de futebol, não deu certo, contratou dois, não deu certo, porque você sabe como funciona o futebol, aí você contrata um gerente de futebol, vem ele com a panela de jogadores dele, termina não acontecendo. A gente já tentou todas as prerrogativas necessárias pra que pudesse dar caminho, mas não tem apoio”, declarou.
Jodilton Souza também lamentou a falta de apoio por parte da FBF.
“Até com respeito, muito respeito ao presidente Ricardo, a gente não tem apoio nem da própria federação. A própria federação, na realidade, que deveria estar ao nosso lado, que deveria estar ajudando os clubes a nível de patrocínio, a nível de estrutura. A gente é só, fica eu e Thiago iguais a dois loucos para montar uma equipe, quando você não tem uma atividade no segundo semestre, uma Série B, um Campeonato Brasileiro da Série D, uma Copa do Brasil, aí você fica sem calendário, você vai contratar o jogador, ele não quer vir. Para jogar três meses? Se ele pode achar um contrato para jogar o ano todo, então isso aí termina destruindo um projeto, um sonho que a gente tinha. O sonho da gente que está sendo destruído, é exatamente pelos fatos que aconteceram aqui”, disse o presidente após o final da partida na Arena Cajueiro.
Durante a entrevista, o presidente do Bahia de Feira também criticou como é feito o formato de jogos de cada rodada e declarou que irá se afastar do futebol.
“Você faz uma tabela, você estreia contra o Jacobina aqui em um sábado, na terça-feira você vai jogar, no outro sábado pega o Vitória, na terça-feira pega o Itabuna fora, no sábado pega o Bahia aqui, não tem time que aguente você jogar em cinco dias contra o Bavi e contra o Itabuna lá. Você sabe como é difícil. Outra coisa, aí chega Bahia e Vitória, eles montam o time e jogam de acordo com o interesse deles, não tem critério a Federação. Como é que o Jequié pega o sub-17 do Bahia, pega o time misto do Vitória e a gente pegou os dois completos? Que critério tem a Federação? Devia ter um número de inscritos. Eu realmente vou me afastar do futebol independentemente do que venha a acontecer com o Bahia de Feira, eu não aguento mais, eu não posso destruir minha vida, destruir minha família, vivendo no futebol e o presente que a gente recebe são atitudes dessa forma”, afirmou.
Segundo Jodilton, o melhor neste momento é se dedicar às outras empresas.
“Vou cuidar das minhas empresas, graças a Deus estão todas bem, dos meus hospitais, das minhas faculdades, da minha pecuária, eu sofro menos do que eu sofro no futebol. Miro, você já foi torcedor de arquibancada, imagine quanto sofre quando perde, agora imagine a gente que banca, que está no dia a dia, que sabe a importância desses meninos. Quer dizer, uma atitude dessa aí pode tirar o Bahia de Feira, que tinha chance de ir para um quadrangular, e você desempregar um mês esses pais de família. Quer dizer, nada disso é pensado, então assim, eu estou muito desapontado, e para não criticar ninguém, para que a gente não brigue com ninguém, não perca o equilíbrio que a gente anda trabalhando para ter, acho que todos nós como seres humanos temos. Eu acho que o futebol não me cabe mais, e isso aí é uma decisão independente, se vai cair, ótimo, a gente toca, arruma uns panos aí, vai cuidar da vida, vende o empreendimento, ou deixa para as faculdades, se permanecer eu vou fazer uma SAF”, concluiu o presidente.
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