O reconhecimento do Roberto Gomes Pedrosa e da Taça Brasil como títulos brasileiros pela CBF vem causando uma onda por todo o país. De Norte a Sul, clubes se manifestam e reivindicam o reconhecimento de antigas conquistas por parte da entidade. Sobrou até para a Fifa, que deve receber em breve algumas reivindicações.
De grandes clubes da Primeira Divisão ao Grêmio Maringá, passando pela polêmica conquista da edição de 1987 do Campeonato Brasileiro, dirigentes de todo o país apresentaram reivindicações desde a última quarta-feira, dia da oficialização.
A Portuguesa, por exemplo, quer ser reconhecida como bicampeã brasileira, uma vez que conquistou os títulos do Torneio Rio-São Paulo em 1952 e 1955. A diretoria da Lusa alega que a competição antecedeu o Roberto Gomes Pedrosa, oficializado como Campeonato Brasileiro pela CBF.
Há casos também como o do Grêmio Maringá, clube da Terceira Divisão paranaense. Nessa quinta-feira, o presidente Aurélio Almeida afirmou que vai reivindicar como título brasileiro a conquista do Torneio dos Campeões de 1969, competição organizada pela CBD.
– Isso não vai ficar assim, vamos atrás do que é nosso por direito. O Grêmio Maringá conquistou esse título e é com respeito à história do nosso clube e a todos os torcedores maringaenses que vamos reivindicar este título – disse o dirigente.
Para o jornalista Odir Cunha, responsável pela elaboração do dossiê que reuniu os documentos apresentados à CBF para a unificação dos títulos, são casos distintos. Em relação à reivindicação da Lusa, ele não vê chances de o Rio-São Paulo ser reconhecido como título nacional.
– Isso tudo tem um lado positivo. Algumas competições que estavam esquecidas vão ser analisadas. É simples. Tem de se ver a finalidade da competição. O Torneio Rio-São Paulo não tinha a finalidade de indicar o campeão brasileiro. Apesar de termos a quase certeza de que os melhores times e os melhores jogadores estavam envolvidos nessa competição, não há como dizer que era um torneio nacional, uma vez que os clubes de Minas, do Rio Grande do Sul, do Paraná e do Nordeste não participaram.
Já no caso do Grêmio Maringá, Odir Cunha reconhece que cabe uma análise.
– O Torneio dos Campeões, conquistado pelo Grêmio Maringá em 1969, era uma competição experimental. Não pegou. Botafogo e Santos abdicaram da competição para excursionarem pela Europa para arrecadar dinheiro. Mas o Maringá não tem culpa disso. No entanto, não dá para ser considerado o campeão brasileiro de 1969. O bom senso fala mais alto. Não falo pelo departamento jurídico da CBF. A competição não tinha um nível superior ao Torneio Roberto Gomes Pedrosa ou à Taça do Brasil – analisou Odir.
Reivindicações à Fifa
Até quem se deu bem com a unificação está correndo atrás de algo a mais. O Santos, idealizador do dossiê e maior beneficiado pela oficialização, prepara para uma nova batalha. Com a ajuda da CBF, vai reivindicar à Fifa o reconhecimento da conquista da Recopa Internacional de 1968 – que terminou em 1969 – como título mundial, já que na decisão derrotou o Inter de Milão.
Empolgado com a oficialização dos títulos do Palmeiras na Taça Brasil e do Roberto Gomes Pedrosa, ambos em 1967, o presidente Salvador Hugo Palaia trouxe de volta à tona o assunto da Copa Rio de 1951. E quer vê-la reconhecida como título mundial. Antes da decisão da CBF, o Fluminense – campeão do Roberto Gomes Pedrosa em 1970 – já havia reivindicado o mesmo em relação à edição de 1952.
A polêmica Copa União
A polêmica sem fim da Copa União de 1987 também se tornou assunto com a unificação dos títulos, chegando a uma troca de farpas entre Flamengo e CBF. Ricardo Teixeira declarou que não podia considerar o clube carioca como campeão por causa de uma decisão da Justiça comum em favor do Sport. Patrícia Amorim disse que o clube vai até o fim na luta pelo reconhecimento do título nacional de 1987.
( As informações são do G1)