Fazer do atletismo a sua motivação: este foi o objetivo do feirense Thomas de Oliveira Santos, de 35 anos, que ficou paraplégico ao ser baleado no ano de 2011.
Mas, este relato de perseverança e determinação, vivenciado de uma forma não tão positiva, hoje é contada com muita emoção. Em um bate-papo especial, o atleta Thomas Santos, contou detalhes da sua história de vida, como também o seu sonho de se tornar um atleta paralímpico.
O acidente
A vida de Thomas Santos teve uma reviravolta ao se tornar paraplégico. Aos 22 anos, ele estava em uma festa com amigos, e quando presenciou uma briga e tentou separar, foi atingido com um tiro no peito.
Inicialmente, ele contou como aconteceu o acidente, além das experiências vivenciadas desde quando percebeu que não teria os movimentos dos membros inferiores.
“Eu estava me divertindo com os amigos, e na hora de ir embora, já que no outro dia teríamos que trabalhar, estava acontecendo uma briga e quando chegamos próximo e tentamos amenizar, um cara deflagrou um tiro no meu peito, me deixando paraplégico, sem os movimentos da cintura para baixo. No início passei alguns dias entre a vida e a morte no hospital, mas Deus me deu essa oportunidade, foi bem difícil, já pensei em desistir, mas Deus me deu força, o apoio da minha família e conheci pessoas que tinham situações piores que eu e que estavam vivendo, então eu reagi, fiz a minha graduação de administração e estou aqui hoje”, disse.
Relação com o atletismo
A história de amor de Thomas Santos com o atletismo iniciou no último ano, quando decidiu praticar esportes mesmo estando na cadeira de rodas. Por incentivo dos próprios atletas de Feira de Santana, ele viu no esporte também uma motivação para viver.
“Eu sempre gostei de esportes, mesmo antes do acidente, então eu tinha vontade de fazer ciclismo, mas a maioria das competições na Bahia não aceitam a handbike que é o aparelho que usa para competir, então uma certa vez eu vi o pessoal aqui em Feira de Santana competindo nas maratonas e eu falei que ia competir. Fiz uma meia-maratona no ano passado e assim eu criei um vício e hoje sou apaixonado, é uma coisa muito bacana”.
Desafios
Mesmo praticando o esporte que ama, a vida de uma pessoa com deficiência física tem diversos desafios, como as tarefas consideradas simples para outras pessoas no dia a dia. Para Thomas, o segredo para conseguir realizar tudo o que almeja é acreditar na superação. O atleta também aproveitou para deixar uma mensagem de motivação diante das dificuldades enfrentadas por pessoas PCD (Pessoa com Deficiência).
“Hoje o meu maior desafio é mostrar que, independente das minhas limitações, eu sou capaz de fazer qualquer coisa e o esporte mostra isso. A gente pensa que não é capaz, mas quando a gente corre e termina uma prova, a gente fala que se superou e isso serve também para a minha deficiência. Todos os dias, quando eu completo algo ou conquisto algo, eu digo ‘me superei’. A minha cadeira de rodas não me limita, ela me leva onde eu quero chegar”, contou.
A nova cadeira
Diante dos desafios e superações e para se tornar profissional naquilo que ama fazer, Thomas Santos necessita de uma cadeira específica para o atletismo que custa R$17 mil. Ao Acorda Cidade, ele também contou os principais obstáculos ao praticar o esporte sem os equipamentos necessários, além de criar uma vaquinha para adquirir a cadeira de atletismo.
“Eu uso a minha cadeira do dia a dia para competir e por isso eu não consigo evoluir, ter um rendimento maior como atleta e por isso eu preciso de uma cadeira específica para esse tipo de esporte que é o triciclo. Infelizmente, ela tem um custo alto, custa R$17 mil. Ela é um triciclo e vai me dar uma melhor performance para competir de igual para igual com outros competidores. Fiz uma vaquinha e tenho a chave PIX e quem quiser doar qualquer valor pode ajudar não só a mim, como a inclusão de uma pessoa com deficiência no esporte”.
Sonhos
Thomas Santos ainda contou quais são seus sonhos para o futuro, após adquirir a cadeira de atletismo para competir profissionalmente. De acordo com ele, com muita dedicação, participar de campeonatos mundiais ou paralimpíadas, será uma realidade.
“Meu sonho é me tornar um atleta profissional, representar a minha cidade nas competições nacionais e se Deus permitir quem sabe participar de um mundial, uma paralimpíada. Coloquei isso como meta de vida, participar de competições importantes no Brasil e no mundo”, concluiu
Para ajudar Thomas de Oliveira Santos na compra da cadeira de atletismo basta acessar a página da vaquinha online (clicando aqui) ou através do PIX: [email protected]
Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade
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