Acorda Cidade
Superação e força de vontade para enfrentar as adversidades que a vida propõe são características que os atletas aprendem a ter ao logo da carreira. E da carreira, muitos deles levam para vida. Assim foi com a ginasta Daniele Hypólito. Ela conquistou muitas batalhas na vida, dentro e fora do esporte e após se aposentar como atleta, ela, que segue treinando, contou ao Acorda Cidade durante entrevista, que continua aceitando os novos desafios que a vida lhe propõe.
“Acabei de participar do programa da Xuxa, o Dacing Brasil, e faz duas semanas que o programa terminou. Foi outro desafio na minha carreira, você poder provar para você mesmo que você consegue também fazer outras coisas, isso é realmente mais uma experiência que eu vivi para mostrar para as pessoas que sim, que quando a gente acredita no nosso sonho, quando a gente acredita na gente, as coisas se tornam possíveis”, afirmou.
Autoconfiante e praticando a resiliência, Daniele Hypólito, ministrou uma palestra em uma faculdade de Feira de Santana com o tema ‘Superação, alta performance e foco em resultados’. Ela informou ao Acorda Cidade que três palavras que estão ligadas no dia a dia de todos e que faz a gente esquecer da nossa capacidade, estiveram presentes em sua palestra.
“Quando você escuta de alguém que você não pode, que você não é capaz, que você não vai chegar lá, muitas vezes você esquece de acreditar em você mesmo, de focar no que você está fazendo e começa a dar ouvidos para as pessoas que não fazem o seu trabalho, que não estão ali fazendo parte do seu dia a dia e não estão com você 24 horas do seu dia para saber o que você faz, o que você pensa e batalha para chegar em um resultado final. A determinação nada mais é que uma motivação, a motivação nada mais é que o foco e o foco nada mais é que uma disciplina que você tem que levar adiante para você chegar no que você quer, o resultado final. Para isso, é necessário que você tenha um objetivo grande, porque a gente tem que ter e sonhar o mais alto possível mesmo que todo mundo fale que é impossível. Acredite muito em você mesmo”, destacou.
Com esse pensamento, o impossível para Daniele não existe. Ela credita que isso são apenas limitações da nossa cabeça e reconhece que existem sim, dificuldades, mas que todas elas, através de esforço e trabalho, podem ser superadas.
“Eu costumo dizer que tem coisas difíceis, mas não impossíveis. Acho que em qualquer profissão que você se jogue, em qualquer coisa que você se determinar a fazer, existem coisas difíceis, obstáculos, mas o mais importante é como você levanta, leva isso e como você recebe as críticas. Você recebe e se derruba ou você recebe e cresce. O importante é como você recebe os obstáculos. A gente tem que olhar as coisas simples. O sorriso de uma criança, o nascer do sol, coisas pequenas que parecem bobeiras, mas que fazem o dia a dia diferente”, afirmou.
Aceitar novos desafios
O fim da carreira como atleta para Daniele foi muito mais que o encerramento de um ciclo da vida. Ela encarou como o início de uma nova jornada, determinada a encarar e vencer novos desafios. Atualmente ela está fazendo uma série de palestras pelo Brasil e comentou sobre essa transição na carreira.
“O atleta ele não pode simplesmente parar o que ele faz e não saber o que vai fazer depois. Nisso eu tenho um apoio bem forte da Estácio nem só como aluna, mas me dando uma oportunidade de me conhecer como uma palestrante, porque eu tenho feito bastante palestras e isso é interessante. Você tem uma transição de carreira com calma, tranquila, da maneira correta, é muito importante. A gente passa anos e anos se dedicando a modalidade e esquece que depois disso a gente tem uma vida. A gente tem que se preocupar, principalmente quando está chegando no final, quando a gente está pensando em se aposentar, tem que começar a fazer essa transição para fazer de uma forma correta e de uma maneira que não fique perdido ou que sinta que saiu de uma coisa para a outra”, afirmou.
Jogos de 2020
Pensando nos jogos de 2020, Daniele Hypólito afirma que o atleta de alto rendimento treina focado em estar participando de uma olimpíada, mas diz ter consciência de que a equipe brasileira está muito forte e analisa que cumpriu seu papel com cinco ciclos olímpicos.
“Agora é realmente treinar e o que estiver que ser, estará nas mãos de Deus. Se eu tiver que participar das olimpíadas eu vou fazer o máximo que eu puder e é uma coisa que não depende só de mim. A gente passa por avaliações, por competições para ser avaliada e para se formar a melhor equipe. Tenho certeza que o treinador chefe junto à comissão técnica da seleção vão levar a melhor equipe para a olimpíada. Mas, daqui 10 dias a gente passa por um maior desafio que é classificar. Primeiro tem que passar pelo mundial paraolímpico para depois ver qual vai ser a melhor para levar para a olimpíada”.