Gabriel Gonçalves
Entre os dias 25 e 28 de novembro, será realizado no Ginásio do Ibirapuera em São Paulo, o Mundial de Jiu-Jitsu 2021. O lutador Lucas de Oliveira, 14 anos de idade, estará representando o município de Feira de Santana, além do estado da Bahia, na competição.
Com o sonho de ser lutador de MMA, Lucas informou à reportagem do Acorda Cidade que iniciou no mundo esportivo, lutando karatê e Muay Thai, e através do interesse em conhecer outras modalidades, iniciou a prática também no Jiu-Jitsu.
"Eu já treinava Muay Thai e comecei a ver o Boxe, o Jiu-Jitsu e isso me despertou um interesse em também praticar, um estilo diferente e luta. Atualmente eu pratico o Muay Thai junto com o Jiu-Jitsu, para fazer uma junção das modalidades, porque o meu maior sonho mesmo, é ser lutador de UFC, de MMA, e para ser um lutador nestas categorias, é necessário ter a noção dos golpes, noção de como lutar em pé, no chão e poder se virar", destacou.
Pela primeira vez, Lucas está saindo de Feira de Santana para participar de um torneio. Segundo ele, existe nesse momento uma sensação tão maravilhosa, na qual, nunca passou.
"Até então, os únicos torneios que eu participo são de Jiu-Jitsu aqui mesmo na cidade e pretendo participar, já que estou treinando, para competir nos torneios de Muay Thai. Essa é a minha primeira competição fora da cidade, e pela primeira vez também, estou indo participar de uma das maiores lutas que vou ter. Essa está sendo uma experiência incrível que nunca passei em nenhuma outra modalidade e darei o meu melhor para conseguir representar, não só Feira de Santana, mas também, todo o estado da Bahia", afirmou.
Paralelo aos treinos, Lucas ainda está cursando o 9º ano do ensino fundamental. Ao Acorda Cidade, o lutador explicou que é necessário manter um cronograma para conciliar as atividades.
"Eu continuo estudando, atualmente estou no 9º ano do ensino fundamental, mas neste momento, o meu plano inicial, realmente é viver do esporte, fazer com que isso possa dar certo e eu realize o meu sonho. Confesso que é bem difícil conseguir administrar os dois, mas tenho que ter uma certa divisão de tempo, é o que minha mãe sempre me ensinou, saber dividir o tempo para que dê tudo certo no final. Então hoje eu tenho tempo para estudar, tempo para treinar, dormir tranquilo, estudar para as provas e assim eu me dou bem tanto nos estudos, quanto no esporte", contou.
O Jiu-jitsu é um esporte que mantém contato entre participantes. De acordo com Lucas, durante o período de pico mais alto da pandemia, os treinos precisaram ser realizados de forma online, através de lives. Mas com o processo da vacinação, as atividades foram retomadas de forma presencial.
"Com essa pandemia, acabou complicando um pouco nossa rotina, principalmente no início. Começamos a fazer os treinos pelas lives, tudo de forma online junto com meu mestre, junto com meus colegas de treino e aí, voltamos agora ainda com o distanciamento social, espaços isolados, mas já fazendo os exercícios de funcional. Depois que teve o processo de vacinação, a gente retomou com o contato entre os atletas, mas com todo cuidado, porque devemos ter a noção, que quando não estiver bem, não ir para a academia, pois ali, eu posso estar colocando não só a minha vida em risco, como a dos meus colegas e todos os treinos são realizados de máscara, respeitamos o isolamento social", explicou.
Mesmo com oito medalhas já conquistadas, Lucas não escondeu a ansiedade nas vésperas do torneio. De acordo com ele, sempre rola um 'friozinho na barriga'.
"Eu já participei dos campeonatos de Jiu-Jitsu aqui mesmo na cidade, campeonatos locais e como informei, pela primeira vez, estou saindo de Feira, mas durante este período, eu já conquistei sete medalhas de ouro e uma de prata. No próximo mês de dezembro, eu já completo três anos praticando o Jiu-Jitsu, mas sempre sinto um pouco de nervosismo, aquele friozinho na barriga, a gente não conhece os adversários, não sabe qual o estilo de jogo deles, mas a gente treina justamente para isso, se preparando para qualquer situação que venha acontecer durante a luta. Eu vou viajar na próxima quinta-feira, porém, mal estou conseguindo dormir, bate aquela ansiedade, fico me perguntando o que vou fazer quando chegar lá, mas a gente está treinando o máximo, tanto o corpo, quanto a mente, para que tudo dê certo", concluiu.
Fã número 1, Cláudia Pereira Oliveira, incentiva o filho desde pequeno. Ao Acorda Cidade, ela contou que ainda na infância, Lucas demonstrava grande ansiedade, foi quando recebeu a sugestão em colocar em uma escola de artes marciais.
"Desde pequeno eu sempre motivei Lucas a praticar o esporte, porque ele estudava pela manhã, ficava em casa pela tarde, ficava ansioso assistindo televisão, no celular, foi quando as professoras me indicaram a colocar ele em uma escola de karatê, para conter essa agitação que ele tinha. Hoje posso dizer que dou o meu total apoio a ele, dentro das minhas possibilidades, sempre estamos juntos e não meço esforços para ajudar ele", declarou.
Orgulhosa do filho que irá representar Feira de Santana, Cláudia Oliveira contou que não imaginava que o salto de sucesso pudesse ter sido tão rápido.
"Eu estou muito feliz porque esta é uma grande realização do sonho dele, ele está começando a realizar este sonho, é apenas a pontinha do iceberg, onde ele quer chegar, mas as coisas estão acontecendo e eu acredito que ele vai alcançar sim, e digo que foi muito rápido, imaginava que isso pudesse acontecer quando ele estivesse com 17, 18 anos. Mas Lucas é um garoto muito tranquilo graças a Deus, com uma rotina até agitada, dever da escola, treinos, descanso, mais treinos na academia, e torcemos para que tudo possa dar certo", concluiu.
Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade