A sexta-feira (6) em Paris marcou dois feitos históricos para o atletismo e a natação brasileira em Jogos Paralímpicos. Thiago Paulino conquistou a 200ª medalha da modalidade com a prata no arremesso de peso. Já na natação, Gabriel Bandeira foi prata nos 100m costas na 150ª medalha da natação. Juntas, as duas modalidades acumulam 350 dos 443 pódios do Brasil em Jogos Paralímpicos.
O dia ainda teve os bicampeonatos de Talisson Glock, nos 400m livre S6, e de Alana Maldonado, no judô. A sexta-feira trouxe mais oito medalhas ao Brasil, que agora soma 70 em Paris e se aproxima do recorde de 72 do Rio 2016 e Tóquio 2020.
Atletismo
O Brasil conquistou mais um feito em Paris nesta sexta-feira (6). O atletismo brasileiro alcançou a 200ª medalha na história dos Jogos Paralímpicos com a medalha de prata conquistada por Thiago Paulino no arremesso de peso F57, destinado a atletas que competem sentados. Os primeiros pódios da modalidade vieram em 1984, com seis ouros, 14 pratas e três bronzes. São 30 medalhas, o segundo melhor desempenho em uma única edição, atrás apenas do Rio de Janeiro em 2016, quando foram 33.
A paulista Zileide Cassiano, 26, conquistou nesta sexta-feira, sua primeira medalha em Jogos Paralímpicos no salto em distância, da classe T20 (deficiência intelectual). Ela levou a prata com 5,76m. A potiguar Jardênia Félix ficou em 5º lugar com 5,57m e a acreana Débora Lima ficou em 6º lugar com 5,49m. O ouro ficou com a polonesa Karolina Kucharczyk, que fez 5,82m.
A piauiense Antônia Keyla conquistou a medalha de bronze na final dos 1500m T20 (deficiência intelectual) dos Jogos Paralímpicos de Paris, nesta sexta-feira. Ela chegou na terceira colocação com o tempo de 4min29s40, cravando o novo recorde das Américas. A marca anterior era da própria Keyla – 4min30s75.
A vencedora da disputa foi a polonesa Barbara Zajac, com a marca de 4min26s06. A ucraniana Liudmyla Danylina ficou com a prata, com 4min28s40. Estreante em Jogos, Keyla também competiu em Paris a prova dos 400m T20, na qual terminou na sétima colocação.
A mineira Izabela Campos terminou na sexta colocação na final do arremesso de peso da classe F12 (deficiência visual). Ela teve 9,91m como a sua melhor marca entre os seis arremessos. A vencedora da prova foi a italiana Assunta Legnante, que fez 14,54m. Essa foi a segunda prova de Izabela em Paris 2024. Ela também foi quarta colocada no lançamento de disco F11.
O paraense Alan Fonteles terminou na quinta colocação na final dos 400m T62 (amputados de membros inferiores com prótese). Ele fez o tempo de 50s30. O vencedor foi o norte-americano Hunter Woodhall, com 46s36. Em Paris 2024, Alan também correu os 100m T64, na qual encerrou na oitava colocação.
A capixaba Lorraine Aguiar e a potiguar Clara Daniele não conseguiram a classificação para a final dos 200m T12 (deficiência visual). Estreantes em Jogos, Clara Daniele completou a prova em 26s31 e Lorraine, em 26s55. A final acontece às 19h34 (Paris) e 14h34 (Brasília) deste sábado (7).
O fluminense Ricardo Mendonça, o paulista Christian Gabriel e o maranhense Bartolomeu Chaves avançaram para a final dos 200m T37 (paralisados cerebrais). Christian correu em 23s05 e fez o melhor tempo das eliminatórias. Ricardo, com 23s51, avançou em quinto, e Bartolomeu, com 23s53, em sexto. A final acontece às 10h36 (Paris) e 5h36 (Brasília) deste sábado (7).
Entre os brasileiros na prova dos 400m T47 (amputados de braço), apenas o paulista Thomaz Ruan avançou para a final. Ele fez 48s68, o quarto melhor tempo geral das eliminatórias. O paraibano Petrúcio Ferreira e o paulista Lucas Lima não se classificaram. Fizeram os tempos de 50s27 e 50s68, respectivamente. A final será às 15h59 (Brasília) deste sábado (7).
Halterofilismo
A amazonense Maria de Fátima Castro, 30, conquistou a medalha de bronze na categoria até 67kg na Arena La Chapelle. A atleta alcançou o resultado com um levantamento de 133kg. O ouro ficou com a chinesa Yujiao Tan, com 1 42kg (novo recorde mundial) e a prata com a egípcia Fatma Elyan, com 139kg.
O resultado garantiu à Maria o recorde das Américas. A melhor marca continental anterior era da mexicana Amalia Perez Vazques, que suportou 132kg em junho deste ano, em etapa da Copa do Mundo na Geórgia.
Maria é estreante em Jogos Paralímpicos. Ela tem má-formação congênita nas pernas. Conheceu o halterofilismo em 2017 e passou a se dedicar à modalidade em 2019. Foi medalhista de prata no Mundial de halterofilismo de Dubai em 2023 na disputa por equipes femininas, ao lado da mineira Lara Lima e da carioca Tayana Medeiros.
Judô
A paulista Alana Maldonado, 29, se tornou bicampeã paralímpica no judô ao vencer nesta sexta-feira, a chinesa Yue Wang, na final da categoria até 70kg da classe J2 (atletas que conseguem definir imagens) nos Jogos Paralímpicos de Paris. Alana foi a primeira mulher brasileira a ganhar a medalha dourada no judô no megaevento, em Tóquio 2020.
A carioca Brenda Freitas conquistou a prata ao vencer a grega Theodora Paschalidou, na semifinal, e perder para a chinesa Li Liu na decisão na categoria até 70kg da classe J1 (cegos totais ou com percepção de luz).
O mineiro Harlley Arruda, da categoria até 73kg na classe J1, chegou até a semifinal com duas vitórias, mas perdeu para o romeno Florin Bologa e depois foi superado pelo português Djibrilo Iafa na disputa do bronze.
A sul-mato-grossense Kelly Victório foi derrotada, por ippon, pela georgiana Ina Kaldani. Com o resultado, a brasileira disputou o bronze na categoria até 70kg da classe J2, mas perdeu para a japonesa Kazusa Ogawa.
Pela repescagem da categoria até 57kg da classe J2, a paulista Lúcia Teixeira derrotou a argentina Laura Gonzalez, por ippon, mas perdeu a disputa pelo bronze para a espanhola Marta Payno.
Natação
O nadador catarinense Talisson Glock, 29, venceu nesta sexta-feira, os 400m livre da classe S6 (limitações físico-motoras), conquistou seu primeiro ouro nos Jogos Paralímpicos de Paris e o bicampeonato paralímpico. Ele ganhou a medalha dourada na mesma distância nos Jogos de Tóquio 2020.
Talisson finalizou a prova com o tempo de 4min49s55, novo recorde das Américas. A prata ficou com o italiano Antonio Fantin, com o tempo de 4min49s99, e o bronze com o mexicano Jesus Alberto Gutierrez Bermudez, que nadou para 5min07s00.
“Eu fico muito, muito feliz com o que eu tenho feito aqui nessa competição. Foi muita entrega, muita dedicação. Melhor recorde pessoal. E não acabou, amanhã tem a última para a gente encerrar. Eu tenho uma grande conexão mesmo com o meu técnico. Eu já tentei em alguns momentos da minha carreira fazer alguma coisa diferente, mas eu sempre acabo retornando para ele. É muito bom ter o Felipe do meu lado, ele é um técnico muito bom. E isso é fruto do nosso trabalho, a gente plantou, plantou e agora a gente tá colhendo”, disse Talisson.
Nos 100m costas da classe S14 (deficiência intelectual), o paulista Gabriel Bandeira conquistou a medalha de prata, com o tempo de 58s54, novo recorde das Américas. O ouro foi para o australiano Benjamin Hance (57s04) e o bronze para o britânico Mark Tompsett(59s21). Outro brasileiro na prova, o mineiro Arthur Xavier Ribeiro, ficou em décimo na classificatória, com 1min02s60, e não nadou a decisão.
A mineira Ana Karolina Soares se classificou para a final dos 100m costas da classe S14 (deficiência intelectual) com o oitavo tempo (1min11s18). Na final, ela terminou com o sétimo melhor tempo.
O paulista Gabriel Cristiano ficou com o 12º tempo nos 100m livre da classe S8 (limitações físico-motoras) e ficou fora da final.
O mineiro Gabriel Araújo, que é da classe S2 (limitações físico-motoras), nadou os 50m livre da classe S3, com atletas com menor limitação físico-motora, e fez o 11º tempo, com 52s95, e também não foi para a final. Gabrielzinho tem três ouros em sua categoria nos Jogos Paralímpicos de Paris 2024.
O paulista Samuel Oliveira foi quarto lugar nos 50m borboleta da classe S5 (limitações físico-motoras) com o tempo de 32s33.
Também no 50m borboleta S5, mas entre as mulheres, a paulista Esthefany Rodrigues terminou em oitavo lugar, com 50s02.
A mineira Laila Suzigan disputa ficou em quarto lugar nos 400m livre da classe S6 (limitações físico-motoras) com o tempo de 5min33s02.
A fluminense Lídia Cruz bateu o recorde paralímpico dos 50m livre da classe S4 (limitações físico-motoras) e avançou à final com o melhor tempo. Na mesma prova, a mineira Patrícia Pereira marcou 41s70. Na final, Lídia chegou em segundo lugar, mas foi desclassificada por queimar a largada. Patrícia terminou em 4º lugar com o tempo de 41s75. O ouro foi para americana Leanne Smith, com tempo de 40s03, novo recorde mundial.
Nos 100m borboleta da classe S11 (deficiência visual), o brasiliense Wendell Belarmino passou para a final com o quarto melhor tempo, marcando 1min05s98. Na final, Wendell terminou em sexto lugar, com o tempo de 1min04s84. O ouro foi para o japonês Keiichi Kimura, que fez 1min00s90, novo recorde paralímpico.
Canoagem
O Brasil garantiu três vagas diretas em finais A da canoagem nesta sexta-feira, após as eliminatórias. O piauiense Luis Cardoso Silva venceu sua bateria nos 200m caiaque KL1 (usa somente braços na remada) e avançou direto para a final A. Ele vai brigar por medalha na manhã deste sábado (7), às 6h20 (Brasília).
Fernando Rufino e Igor Tofalini venceram suas baterias na canoa VL2 (usa tronco e braços na remada) e avançaram direto para a final A. A prova decisiva será no domingo, 8. Rufino tenta o bicampeonato paralímpico, já que ele ganhou o ouro nos Jogos Paralímpicos de Tóquio 2020.
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