UFC

Após conquistar cinturão na Inglaterra, Carlos Felipe 'Boi' mira no retorno ao UFC

O lutador foi demitido após suspensão por doping.

Foto: Ed Santos/Acorda Cidade
Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

O lutador feirense Carlos Felipe ‘Boi’ conquistou na última sexta-feira (19) o cinturão pelo 3DFC World Title Fight, quando enfrentou o também brasileiro Fernando Santo Forte, na Inglaterra.

Ao Acorda Cidade, o atleta contou como recebeu o convite para a luta e as dificuldades enfrentadas durante os rounds.

“Essa luta já estava marcada para acontecer em um evento do Fast Music Show – mesmo evento que lutou o Acelino Popó junto com o Whindersson Nunes – para o título mundial, só que o adversário do Fernando se machucou, e sem opção, teve a ideia de me convidar. Mudou um pouco o formato, porque a luta da gente seria o boxe e passou a ser boxe sem luva, valendo o cinturão. Graças a Deus eu sai com a vitória, foi uma luta dura. Eu confesso que achei que seria uma luta mais fácil, porque a gente já tinha assistido aos vídeos dele, o jogo dele não casava com o meu, até porque o boxe é o meu forte, mas é sem luva. Então estávamos preparados porque poderia ser uma luta difícil. No primeiro golpe que ele acertou, já quebrou meu nariz, eu fiquei o resto da luta sem respirar direito, já tinha machucado antes no treino. Eu já fui um pouco remendado para esta luta, uma semana antes eu tinha aberto o supercílio aqui no treino também, então eu tirei inclusive os pontos dois dias antes de viajar e quando bateu, abriu novamente, e com isso tudo contribuiu para a luta sair mais difícil do que eu esperava, mas eu gostei do jeito que foi, uma guerra porque querendo ou não, me testou. Se fosse uma vitória tão fácil, talvez não tivesse adquirido tanta experiência como adquirir”, contou.

Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

De acordo com Felipe Boi, a rotina do dia a dia é resumida basicamente em treinos e tem a academia como uma segunda casa.

“Minha rotina basicamente é treinar, dar aula, e quem me conhece sabe que praticamente eu moro aqui na academia. Posso dizer que é minha segunda casa. Então eu treino pela manhã, volto para dar aula, descanso, faço o que tenho que fazer entre outros afazeres, luto, faço novos treinamentos e aula. Querendo ou não, a rotina de um atleta precisa ser desta forma”, disse.

Em março deste ano, o lutador recebeu a informação que nunca desejou: ser demitido do UFC. Com cinco lutas no currículo, três vitórias e duas derrotas, Felipe Boi teve resultado positivo para boldenona num exame antidoping realizado pela Comissão Atlética de Nevada (NAC, na sigla em inglês), após sua luta contra Andrei Arlovski, em 16 de outubro de 2021.

Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

Boi foi suspenso por 18 meses, mas pode retornar a lutar em 16 de abril de 2023. Ao Acorda Cidade, ele contou que comprovou que não fez uso de nenhum tipo de substância, mas infelizmente não foi o suficiente para que a decisão fosse mudada.

“Infelizmente teve esse empecilho aí com o doping que eu já consegui mostrar que eu não tinha tomado nada, até porque fizeram um exame antes com 20 dias e não deu nada, e fiz 20 dias depois e não deu nada e só neste exame que foi de outra organização, que foi da comissão atlética de lá, que deu positivo. Eu acredito que seja uma panela muito grande para isso, inclusive já teve um caso parecido também com Bruno Blindado, ele conseguiu provar, gastou quase R$ 70 mil, ele conseguiu provar que não tinha tomado nada, mas mesmo assim sofreu a punição e este foi um dos motivos também que me levou a não pagar um advogado ou tentar pagar outro teste. Independente de que você provando ou não, a decisão deles não iria mudar, então não fazia sentido gastar todo esse dinheiro, preferi acatar a suspensão mas em abril do ano que vem eu estou de volta”, informou.

Por conta da suspensão, Boi precisou apostar no ‘Plano B’. “Quando você é atleta do UFC, por exemplo, não existe um piso salarial mensal. Você só recebe por luta, então por isso que é importante que você tenha um Plano B, saber administrar o seu dinheiro, porque nesse momento estou sem lutar de forma remunerada desde o mês de outubro do ano passado, então estou me mantendo com o que já tinha, além de dar aula. É necessário que o atleta também pense nessa logística, porque ninguém sabe o que pode acontecer, eu jamais iria imaginar isso, principalmente quando eu estava fazendo tudo certo, não estava tomando nada. Meu empresário quando me ligou para informar, ainda perguntei se ele estava brincando comigo, porque realmente não acreditava, mas infelizmente aconteceu, não tenho o que lamentar, é bola para frente e tentar voltar da melhor forma possível”, concluiu.

Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade

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