Acorda Cidade
Universitários das 27 Unidades Federativas do Brasil estarão reunidos de hoje até a próxima sexta-feira, dia 28 de março, em um hotel no interior do Rio de Janeiro, para participarem da capacitação para “agentes mobilizadores” da Mostra Cinema pela Verdade.
Oriundos dos cursos de Cinema, Letras, Jornalismo, Direito, História, Sociologia, entre outros, eles ficarão responsáveis por produzir e promover a Mostra, que acontece em abril em maio, em universidades de todas as capitais e em algumas cidades do interior do país. Durante a semana de capacitação, eles irão assistir aos três filmes da Mostra, participarão de debates com os diretores dos filmes, de palestras com membros da Comissão de Anistia, e de dinâmicas promovidas por pedagogos e professores de teatro.
No ano em que completam-se 50 anos do golpe que instaurou a ditadura civil-militar no Brasil, a Mostra Cinema pela Verdade volta a exibir filmes que retratam este período marcante da história brasileira. Em sua terceira edição, a Mostra promove exibições de filmes seguidas de debates que ajudam a provocar reflexões sobre o tema. Este ano, os filmes selecionados foram os documentários Repare Bem, de Maria de Medeiros, Camponeses do Araguaia – A Guerrilha Vista por Dentro, de Vandré Fernandes, e Ainda Existem Perseguidos Políticos. Cada estado do país terá pelo menos seis sessões de filmes, totalizando 162 exibições.
Realizado pelo Instituto Cultura em Movimento (ICEM), em parceria com o Ministério da Justiça, o projeto foi contemplado pelo edital “Marcas da Memória”, da Comissão de Anistia, que visa à promoção de eventos e projetos com foco na Ditadura Militar no Brasil e na América Latina. "O Festival de Cinema pela Verdade chega a sua terceira edição em um momento de afirmação de nossa democracia com o aniversário dos 50 anos do Golpe. Este ano serve para reafirmar o NUNCA MAIS e para dizermos em alto e bom tom que a sociedade brasileira não aceita ruptura com as instituições e com a Constituição", diz o Secretário Nacional de Justiça e Presidente da Comissão de Anistia, Paulo Abrão.
“O ICEM acredita no audiovisual, no cinema, como um instrumento potencializador do debate e o Cinema Pela Verdade é uma ótima oportunidade de interlocução com o público jovem, atuante e crítico. Esse ano, em que se completam os 50 anos do Golpe, o projeto vem para somar a discussão do que foi a Ditadura Militar no Brasil. Falar sobre, discutir, esclarecer, facilita o entendimento do presente e futuro e é isso que o Cinema Pela Verdade se propõe a fazer”, conclui a vice-presidente do ICEM, Luciana Boal Marinho.