Cinema

Panorama Coisa de Cinema transforma Cachoeira em cidade da sétima arte

Além de apresentar as produções dos cineastas em formação na UFRB, o Panorama traz também filmes já consagrados, como os longas-metragens A febre do rato, de Cláudio Assis

 

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Entre os dias 25 e 30 de outubro, Cachoeira será o grande centro da sétima arte no interior da Bahia. Neste período, a cidade sedia pela primeira vez o Panorama Internacional Coisa de Cinema, em sua oitava edição. Com muitos filmes inéditos na Bahia, a programação apresenta 30 produções, todas exibidas gratuitamente. Alguns filmes são dirigidos por alunos da Universidade Federal do Recôncavo (UFRB), onde acontece a exibição das obras, mais precisamente no Centro de Artes, Literatura e Humanidades (CAHL).
 
Durante o festival, o público poderá conhecer a produção de estudantes de cinema da UFRB, que têm realizado curtas-metragens continuamente, conquistando reconhecimento e premiações. É o caso de Leon Sampaio, que atualmente escreve o roteiro do seu primeiro longa-metragem. Ele é diretor de “O cadeado”, a ser exibido no dia 26 (18h30), que foi premiado no Festival Internacional de Curtas de São Paulo e exibido na Mostra de Tiradentes.  No filme, ele mostra as reações de alunos e professores diante de uma escola sempre fechada, na qual sempre um cadeado no portão.
 
Na mesma sessão está “Rua dos Bobos”, de Ohana Almeida, outra prata da casa, que apresenta uma mulher em processo de desapego das convenções sobre espaço e objetos. O trio de estudantes da UFRB se completa com “Entre Passos”, curta de Elen Linth sobre as dores da infância, que será exibido no dia 27, às 18h10. Nas duas sessões com curtas baianos (seis filmes em cada), os diretores das produções exibidas estarão presentes e conversarão com o público ao final da sequência de filmes.
 
Para a professora da UFRB e coordenadora do CineClube Mário Gusmão (apoiador do Panorama), Cyntia Nogueira, um dos grandes ganhos desta parceria é a oportunidade de colocar realizadores e público frente a frente. Na sua avaliação, esse encontro agrega conhecimento não para os estudantes de cinema como também ao público em geral, que pode entender melhor as obras e seus processos de produção.
 
Além de apresentar as produções dos cineastas em formação na UFRB, o Panorama traz também filmes consagrados, como os longas-metragens “A febre do rato”, de Cláudio Assis, e "Histórias que Existem Quando Lembradas", de Julia Murat. O primeiro é o filme brasileiro indicado ao Prêmio Goya, considerado o Oscar espanhol, e tem premiações acumuladas nos festivais de Paulínia, Triunfo e no Cine Ceará. O segundo é uma das produções brasileiras mais premiadas no exterior, tendo recebido troféus nos festivais de Cinema Brasileiro de Paris, de Cartagena (Colômbia) e de Abu Dhabi (Emirados Arábes).
 
A população, que tinha recebido uma mostra itinerante do Panorama em 2011, vai poder conferir também uma iniciativa inédita na trajetória do evento: a parceria com o Animage – Festival Internacional de Animação de Pernambuco. Com isso, sete animações de diversas partes do mundo, desde o Brasil à distante Estônia. Vale ressaltar que são filmes que dificilmente entrarão em circuito exibidor em Salvador ou qualquer cidade brasileira
 
Aguardando o início das atividades do recém-reformado do Cine Glória, Cachoeira atualmente tem sua programação cinematográfica garantida apenas por meio da iniciativa dos cineclubes ligados à UFRB. O CineClube Mário Gusmão promove sessões semanais na Universidade e uma sessão mensal em praça pública. Por conta do curso universitário de cinema, a cidade abriga também a revista eletrônica CineCachoeira, editada pelo professor Guilherme Sarmiento, que será júri da Competitiva de Curtas Baianos no VIII Panorama Internacional Coisa de Cinema.
 
Patrocinada pela Petrobras, a 8ª edição do Panorama conta com apoio da Secretaria de Cultura, por meio do Fundo de Cultura da Bahia; do Irdeb; da Diretoria de Audiovisual da Funceb (Dimas); do Centro de Artes Humanidades e Letras (CAHL) da Universidade Federal do Recôncavo (UFRB) e do Cineclube Mário Gusmão (CAHL/UFRB).
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