O seriado Os normais chegou ao cinema em 2003 com bom desempenho de público: quase três milhões de espectadores. Agora, o diretor José Alvarenga Jr. e os atores Luiz Fernando Guimarães e Fernanda Torres, que interpretam o hilário casal de classe média carioca Rui e Vani, tentam repetir o êxito cinematográfico com Os normais 2- A noite mais maluca de todas.
Desta vez, a trama está mais caliente: emcrise, depois de 13 anos de noivado, Rui e Vani resolvem procurar uma voluntária para uma relação sexual a três. Nessa procura, encontram personagens interpretados por Claudia Raia, Danielle Winits, Danielle Suzuki, Mayana Neiva, Drica Moraes e Alinne Moraes. Produção de R$5 milhões, numa parceriada Globo Filmes e da distribuidora Imagem, Os normais 2 foi mais um motivo para Luiz Fernando e Fernanda Torres voltarem a trabalhar juntos.
“O filme ia ser feito há dois anos, mas Nanda engravidou e o projeto parou. Nós somos muito amigos, tanto que, atualmente, também estamos juntos no Teatro dos Quatro, na Gávea (Rio), com a peça Deus é química”, afirma Luiz Fernando. Francisco Cuoco e Jorge Mautner também estão no espetáculo.
Os normais2 – A noite mais maluca de todas mostra que Alexandre Machado e Fernanda Young (estão casados há 15 anos) foram superestimados como roteiristas. Seu humor, quase sempre embalado por temas da música brega ou do pop trash, não possui a graça genuína dos diálogos cômicos e, tampouco, o riso irônico do politicamente incorreto. Envelheceu antes do tempo. De todo o modo, o casal acredita que Rui e Vani são personagens atemporais e universais.
“Todo o mundo é meio maluco e faz as mesmas maluquices. O nosso objetivo é a redenção, é a pessoa não se achar desqualificada pelo nosso humor. Tem aquele alívio dos espectadores de saber que não são só eles que pensam naquelas besteiras. O negócio não é apenas tentar ser engraçado – o humor está em fugir dos truques e buscar a verdade e a profundidade”, diz Alexandre.
Com apenas 75 minutos, Os normais 2 é, curiosamente, um filme de estética e ritmo muito mais próximos da série de tevê do que o primeiro (que já não era grande coisa). E, por mais que os fãs de Rui e Vani estejam com saudade das estripulias do casal, é difícil fechar os olhos para o acabamento tosco da produção.
O acabamento tosco do longa-metragem alcança seu ponto máximo quando, após uma aparição estapafúrdia de um bicho-preguiça na cama de Vani, o filme recorre a um artifício do cinema mudo, com os caracteres brancos num fundo negro, para perguntar ao público: “Se você cruzar um ser humano com um bicho-preguiça, nasce o quê?” A resposta: “Um baiano de pulôver”.
Informações do Correio da Bahia