Uma tela de cinema com cadeiras de bambu, instaladas tradicionalmente no campinho de futebol, em uma pequena vila chamada Sagarana, no município de Arinos. É com este formato que moradores e visitantes podem compartilhar da 8ª edição do CineBaru – Mostra Sagarana de Cinema, que acontece entre os dias 19 e 21 de setembro.
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Para este ano são quase 30 curtas-metragens de até 30 minutos concorrendo nas categorias Mostra Competitiva Regional Baiangoneira, com 21 filmes, e Mostra Infantil Sertãozin, com 8 filmes. Além dos curtas, o festival oferece o Sagarana CineLab, laboratório para a elaboração de novos filmes, para os cinco projetos selecionados, três oficinas e alimentação no restaurante comunitário realizada no restaurante comunitário gerido por mulheres da comunidade.
“Desde 2017, o CineBaru já exibiu mais de 200 filmes, consolidando-se como um espaço de resistência cultural e audiovisual, e celebrando a diversidade e as tradições do Cerrado por meio do cinema”, explica Simone Veloso, produtora e uma das idealizadoras do CineBaru.
Para este ano, a mostra segue com o objetivo de descentralizar e democratizar o acesso ao cinema, fortalecendo produções nos estados da Bahia, Goiás, Minas Gerais e no Distrito Federal. Dessa forma, o CineBaru busca trazer um olhar sensível para esses territórios, principalmente nas questões ligadas ao meio ambiente e em como a emergência climática afeta os modos de vida de todos, em distintas proporções.
A parceria com o SescTV, aliado desde a 2a edição em 2018, com a “Seleção Especial SescTV“, que escolhe um filme da Mostra Competitiva Regional Baiangoneira para conceder uma premiação no valor de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) referente a um contrato de exibição por dois anos em sua programação.
“O Festival também deixa um legado de formação, geração de renda e encantamento pelo cinema em Sagarana, promovendo acesso à cultura, preservação ambiental, justiça de gênero e cuidado com a infância, enquanto fortalece o turismo comunitário e conecta a região com o mundo”, comenta Rhaul de Oliveira, produtor e um dos idealizadores do CineBaru.
Filmes de Destaque
Entre as seleções de destaque deste ano estão filmes com importante carreira internacional, como As Miçangas, de Emanuel Lavor e Rafaela Carneiro, e Lapso, de Carolina Cavalcanti, exibidos no Festival de Berlim (Alemanha); Big Bang, de Carlos Segundo, com primeira exibição no Festival de Locarno (Suíça); e O Silêncio Elementar, de Mariana de Melo, no Festival de Roterdã (Holanda). Outro destaque em número e relevância de exibições é Vão das Almas, de Edileuza Penha de Souza e Santiago Dellape, que já passou em mais de 125 mostras e festivais.
Também merecem destaque filmes que concorreram aos festivais nacionais. Na Bahia, durante o festival Panorama Internacional Coisa de Cinema, o mais antigo da região em atividade, destacam-se os seguintes curtas que também serão exibidos no CineBaru: A Faísca, de Gabriela Monteiro; Além da Cancela, de Margarete de Jesus; Benção, de Mamirawá e Tainã Pacheco, e Sagrado Compor, de Henrique Dantas e Marcelo Abreu.
Na região Centro-Oeste, no Festival de Brasília, destacam-se os filmes A Chuva do Caju, de Alan Schvarsberg; e Instante, de Paola Veiga, enquanto outros dois curtas estiveram na Mostra de Tiradentes deste ano: Busca, de Rodrigo Sousa & Sousa e Soneca e a Jupa, de Rodrigo Meireles, que levou o prêmio de melhor filme pelo público na ocasião. Já Nunca Pensei Que Seria Assim, de Meibe Rodrigues, teve exibição no Cine BH, Mostra Internacional de Cinema de Belo Horizonte.
Além disso, há a importância de resguardar as culturas populares e os territórios tradicionais da região baiangoneira, que percorrem filmes como A Farinha de Mandioca dos Kalunga, de Alcileia Torres; Assum Preto, um grito des’da margem, de Cícero Fraga e Marco Motta; Cabeça de Fogo, de Lidiana Reis, e Tempo de Folia, de Natália Vitral, Nalu Mendes e Flávio Teixeira.
Por fim, o começo das sessões. Toda noite parte de um curta que nasceu ali mesmo, atravessando o CineBaru, tocado por realizadores próximos às atividades da Mostra Sagarana de Cinema. São eles: Seu Zezim, de Fernando Marques; Somos Carranca, de Elivelton Tomaz, e Um Lugar Que Eu Nunca Vi, de Luiz Ricardo de Oliveira Machado, abrindo os caminhos para cada uma das três séries de filmes.
Cinelab&Oficina
Além da exibição de filmes, o CineBaru possui o Sagarana CineLab, uma espécie de laboratório em pleno sertão mineiro que neste ano selecionou cinco projetos para elaboração de filmes longa-metragem e três oficinas, onde os participantes podem colocar a mão na massa, realizando a troca de experiências entre pessoas de diferentes regiões e vivências.
Para o público infanto-juvevil haverá as oficinas Quintal do Sertãozin, que irá debater através de imagens as paisagens simbólicas e afetivas dos quintais/ sertões e em Residência Crionças será despertado o olhar para a comunidade de Sagarana, seu território e suas histórias. Já em Quintal da Dona Celenita haverá uma vivência sertaneja para os demais públicos, através de um mutirão de trabalho que celebra a simplicidade e a tradição.
A programação completa pode ser acompanhada através do site do CineBaru.
CineBaru
O CineBaru – Mostra Sagarana de Cinema, maior festival de cinema do Noroeste mineiro, é idealizado pelo Coletivo Ecos do Caminho, que é formado por alguns participantes do projeto Caminho do Sertão desde 2014. Com o propósito de interagir com os agentes e as entidades culturais, sociais, ambientais e políticas da região e após diversas atuações e parcerias com a comunidade local e com a agenda de atividades da Vila Sagarana, o Ecos organizou a primeira edição do CineBaru – Mostra Sagarana de Cinema, em outubro de 2017.
É o adentrar os gerais como possibilidade de encontro artístico, cinematográfico, seja numa camada maior, em que se insere na agenda de festivais de cinema, seja numa visão mais ao chão, em que permite a inauguração de um novo olhar para uma vila distante das praças de exibição ou das capitais Belo Horizonte e Brasília.
Se é a literatura rosiana que media as relações dos que chegam em Sagarana, o CineBaru pretende ter no cinema – o que se vê e o que se faz – uma ferramenta de troca. Levar o sertão ao mundo, trazer o mundo ao sertão.
Serviço:
8º CineBaru – Mostra Sagarana de Cinema
Mostra Infantil Sertãozin
Data: 19 e 20 de setembro, quinta e sexta-feira
Horário: 8h às 11h30
Local: IEF (Instituto Estadual de Florestas)
Mostra Competitiva Regional Baiangoneira De Curtas
Data: 19 a 21 de setembro, quinta-feira a sábado
Horário: 19h30 às 21h30
Local: Campinho da Vila de Sagarana
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