Cinema

'Bruna Surfistinha' pirata é maior do que nos cinemas

Versão do filme nos camelôs e internet tem quase meia hora a mais de duração

Acorda Cidade

Sucesso nas bilheterias brasileiras, com 1,2 milhão de espectadores em pouco mais de uma semana em cartaz, "Bruna Surfistinha" não conseguiu escapar da pirataria. Mas não foi através dos famigerados screeners, cópias feitas a partir da filmagem das telas de cinema. Assim como no primeiro "Tropa de Elite", a versão que chegou aos camelôs e caiu na internet é uma cópia de trabalho da equipe, não-finalizada.

Por conta disso, o DVD pirata tem 22 minutos a mais do que o longa-metragem oficial, com 109 minutos. A trilha sonora não é a mesma – saem brasileiros como Holger e Céu, entram os nova-iorquinos do Yeah Yeah Yeahs e mais Radiohead, que já tinha garantido presença com o hit "Fake Plastic Trees". Quem imaginava que, proporcionalmente, haveria mais cenas de Deborah Secco, protagonista do filme, nua, se enganou – a maior parte das imagens que ficaram de fora da versão final é da fase adolescente da personagem principal, sua família e do dia a dia com as outras garotas de programa na casa de prostituição.

Percebe-se sem muito esforço que se trata realmente de um trabalho em evolução. A edição é claudicante, um esboço daquela que chegaria aos cinemas. Os créditos iniciais não existem – aparecem apenas "Produtor 1, Produtor 2 apresentam" e o antigo nome do filme, "O Doce Veneno do Escorpião" –, nem os finais. Letreiros técnicos com tela preta mostram que tomadas seriam adicionadas posteriormente ("Macro: gelo e canudo caindo no copo", "pés de Deborah saindo de quadro na chuva"), assim como grafismos e textos que Bruna escrevia em seu famigerado blog.

Embora o diretor Marcus Baldini e a equipe de "Bruna Surfistinha" tenham se recusado a comentar o assunto, a distribuidora Imagem Filmes divulgou um comunicado. A empresa não confirma datas, mas garante que a cópia pirata é uma das primeiras ideias do filme, "um rascunho sem sentido que não tem nada a ver com o que foi lançado nos cinemas", e nega que seja uma "versão sem cortes" ou o "filme na íntegra". Não é demais supor, porém, que se trata de uma montagem feita pouco depois do final das filmagens, realizadas no segundo semestre de 2009, e da revelação dos negativos.
A Imagem admite que houve um "furo" no esquema de segurança, cercado de todas as "medidas possíveis". "Nenhuma cópia em DVD saiu da nossa distribuidora e só profissionais da nossa confiança tiveram acesso a esse material", diz o texto. Não foi o suficiente.

Escaldada pela dura experiência de "Tropa de Elite" em 2007, que chegou aos camelôs antes da estreia nos cinemas e esvaziou o impacto que o filme teria nas bilheterias, a Zazen Produções blindou todas as informações sobre a sequência. Pouquíssimas pessoas tiveram acesso ao roteiro e menos ainda sabiam onde "Tropa 2" estava sendo editado. "Onde existia o filme em formato digital havia câmeras, senhas de acesso e nenhuma conexão de internet. Finalizamos o longa apenas em película, então para roubá-lo a pessoa precisaria pegar sete rolos enormes de negativos, exibir o filme no cinema e filmá-lo com uma câmera", revelou o diretor José Padilha no ano passado, em Paulínia.

A Imagem Filmes informa estar tomando "todas as providências legais" para combater o crime. Foi contratada uma empresa especializada em crimes online, embora seu nome e ações estajam em sigilo para "facilitar as investigações". Até o momento, não foi identificado o responsável pelo vazamento.

As informações são do IG

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