BBB 22

A solidão vai muito mais do que apertar um botão de desistência? Psicólogo destaca as principais causas

De acordo com o psicólogo, mesmo sozinha, uma pessoa não se sente na solidão.

Atualizada em: 17h13

Gabriel Gonçalves

No dia 27 de fevereiro, o ator Tiago Abravanel apertou o botão de desistência que fica na sala do Reality Show da Rede Globo BBB 22. Antes da decisão, o sister se despediu de cada um dos cômodos da casa e ao entrar no Confessionário, informou: 'Acabou pra mim'.

Na hora da desistência, os Brothers estavam deitados e se assustaram com o barulho da sirene que apita na casa toda. Os participantes foram pegos de surpresa com a decisão de Abravanel.

Ainda na noite do mesmo domingo, o apresentador do programa Tadeu Schmidt, explicou que o Brother Tiago Abravanel presou por construir relações dentro do jogo, e apesar de ter amizades com todos os grupos da casa, as alianças não foram suficientes para protegê-lo, e desta forma, se sentiu solitário.

Em entrevista ao Acorda Cidade, o psicólogo Alfredo Morais, explicou que a solidão já ocorre na humanidade há muito tempo e necessita ter um auto conhecimento.

"A solidão é um mal que já ocorre na humanidade há algum tempo. Foi ato de vários poetas, e o poeta na solidão, ele promove mais poesias e sempre esteve ligada a uma construção de amor e de relacionamento, mas a solidão é o não conhecimento de si mesmo, é um medo de estar consigo mesmo, e o medo de estar sem ninguém em sua volta. Mas é muito sobre quem eu sou para mim, quem é essa pessoa que quando está só, não se suporta. Então normalmente, aqueles que se conhecem mais, sofrem menos da solidão, porque a gente faz uma distinção entre solidão e solitude, você pode estar sozinho, mas você está acompanhado consigo mesmo com seu autoconhecimento com a sua segurança interna, então isso às vezes não move esse sofrimento", explicou.

Foto: Ney Silva/Acorda Cidade

De acordo com o psicólogo, mesmo sozinha, uma pessoa não se sente na solidão.

"Ele pode estar sozinho, não solitário. Pode estar sozinho, mas pode estar consigo mesmo, então a sua própria companhia te faz muito bem e aí não causa o sofrimento. Mas quando a pessoa depende muito da estância de estar com outro, vai causar o sofrimento e o homem ele não foi criado para ser um ser sozinho, ele depende do outro para sobreviver, porém existem pessoas que não conseguem ficar sozinhas durante o dia, durante dois dias, elas precisam estar se comunicando e esta falta de comunicação com o outro, principalmente nesse mundo líquido que nós estamos vivendo. Balmam foi muito preciso em sua fala e aplicamos isso nas redes sociais, dessa multidão de pessoas que eu não conheço, mas que coparticipam da minha vida e se tornou extremamente importante. Então se alguém não curte sua foto, se alguém não dá um like, se alguém não comenta no seu Instagram sobre a sua vida, você está absolutamente solitário no mundo, e essa solidão é uma das mais impactantes hoje na nossa modernidade principalmente na pandemia", destacou.

Ainda segundo Alfredo Morais, a solidão possui níveis, atrelado com acúmulos.

"A solidão tem níveis como qualquer tipo de sofrimento. Tem que se ver, onde está este sofrimento e hoje existe uma estatística feita pela APA, Associação de Psicologia Americana, que já fez esse estudo entre homens e mulheres principalmente nos Estados Unidos de onde faz parte a Associação, verificando que 55% dos homens não tão preciso, mas que eles sofrem mais com a solidão com essa coisa do autoconhecimento. Isso também pode ser um acúmulo e principalmente quando parte do princípio da sua consciência de si mesmo, quando você não se conhece e depende muito mais do outro do que você, depende da opinião do outro, da visualização do outro, e isso faz com que você comece a se afastar do ser social. Atinge muito mais sim os homens principalmente no envelhecimento, os idosos, as pessoas da melhor idade, começam a ter esse impacto principalmente quando os seus amigos e familiares começam a fazer a sua viagem pessoal para outro plano e isso realmente causa um impacto de solidão", concluiu.

 

Com informações do repórter Ney Silva do Acorda Cidade

 

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