Pesquisa realizada pelo LinkedIn, indica que 3 a cada 5 brasileiros pretendem buscar um novo emprego. De acordo com o levantamento, eles querem melhores salários, equilíbrio entre vida pessoal e profissional, além de oportunidades de crescimento, mas se esbarram em um mercado competitivo onde, muitas vezes, não é possível avançar nos processos seletivos.
A psicóloga e recrutadora do Instituto Euvaldo Lodi (IEL) da Bahia, Lara Monic Simões, tem notado o crescimento desse perfil no estado, mas, de acordo com ela, está faltando qualificação, senso crítico e postura para acessar novas oportunidades, inclusive nas gerações mais velhas que costumam buscar cargos de gerência e supervisão.
No quesito técnico, a recrutadora indica a falta de qualificação específica.
“Hoje a gente tem vaga, por exemplo, na área de engenharia ambiental com conhecimento no estudo do carvão. Para encontrar um profissional desse a gente acaba buscando até fora da Bahia”, explica Lara, que usa o LinkedIn para localizar esses perfis— uma ferramenta, que segundo ela, ainda é pouco utilizada pelos baianos.
Ao abordar a questão do senso crítico, Lara indica que os profissionais não estão agregando conhecimento de vivência nas suas entrevistas e acabam sendo “rasos” em suas respostas. “Por exemplo, o trabalho em equipe, quando eu coloco esse tema, não é só pensar num trabalho em equipe, mas como funcionar dentro de um time, entre a relação interpessoal, a escuta, a empatia”, detalha a especialista.
Já a questão comportamental abrange diversos aspectos. “Nós trabalhamos muito com vagas para consultores, especialistas, que são mais específicas. Alguns candidatos, quando a gente vai para a entrevista, verifica que eles até têm o conhecimento técnico, mas falta postura, falta uma comunicação bem desenvolvida, bem arrojada, que aquele cargo mais elaborado precisa”, explica a psicóloga.
A profissional comenta ainda que são comuns os casos em que os candidatos interrompem os demais em dinâmicas em grupo, trazem visões extremamente pessoais para questões mais técnicas, ou mesmo iniciam um assunto paralelo entre eles. As ‘gafes clássicas’ como: não se vestir adequadamente e não ter informações sobre o cargo e a empresa que se pretende trabalhar, são frequentes. “Muitos enviam tantos currículos que chegam sem saber nada sobre a vaga”, conta a recrutadora.
“A gente vive essa escassez de competências mais comportamentais, de análise crítica. Recentemente, por exemplo, eu fiz uma dinâmica, após a entrevista técnica, e levei três temas para candidatos que pretendiam atuar no financeiro de uma empresa: diversidade, trabalho em equipe e trabalho sob pressão. Eles tinham experiências com contas a pagar, planilhas, sistemas, mas na hora de discorrer sobre essas temáticas alguns nem sabiam o que era diversidade e como ela ‘atravessava’ a sua área, só diziam ‘a gente tem que respeitar as diferenças’”, exemplifica Lara.
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