Mundo do Trabalho

Conheça histórias de quem transformou a fotografia em carreira

Muito mais que hobby ou profissão, paixão.

Bárbara Maria

Quando a fotografia vira uma paixão, é impossível não registrar até as mais simples cenas do dia a dia e fazer desse hábito uma arte. Foi o que aconteceu com João Machado. Quando ele ainda trabalhava como ajudante de pedreiro em uma construção civil, em São Paulo, comprou a sua primeira câmera fotográfica na mão de um colega de trabalho. Depois disso, buscou conhecimento em revistas especializadas e começou a fotografar profissionalmente em 1993.

A arte de João Machado inspira e vem abrindo caminhos para novos talentos. Ele resolveu ajudar outros que já tinham despertado o dom pela fotografia a dar visibilidade para seus trabalhos. Após compartilhar conhecimentos em uma imersão na zona rural de Alagoinhas, na Bahia, lançou a exposição “Caminhos do Sertão”, onde seis fotógrafos estreantes estão tendo a oportunidade de expor cenas do cotidiano sertanejo registradas nas 18 imagens que compõem a mostra.

“Foram 32 horas de oficina. Fizemos dez encontros teóricos e dois práticos”, contou Machado, feliz por abrir caminhos para uma nova geração de talentos. “Tudo aconteceu de forma muito espontânea. Os fotógrafos que participaram já acompanham o meu trabalho e gostam do meu processo criativo. Hoje, eu criei um carinho enorme por eles e uma relação de amizade”, contou satisfeito.

O amor pela fotografia está na genética de Alisson Luz, um dois seis participantes da mostra “Caminhos do Sertão”. Natural de Alagoinhas, o gerente da área de Tecnologia da Informação se tornou fotógrafo profissional há dois anos. “Meu pai tinha a fotografia como hobby. Ele foi a minha inspiração”, contou. Toda a família de Alisson tem origem sertaneja, ele mora em Salvador há mais de 20 anos mas não esquece as suas raízes. “O sertão me encanta. Sempre que posso, aos finais de semana, viajo para Alagoinhas para ver a família, amigos e, claro, fotografar”.

Longe do universo da informática, Alisson adora exercitar a criatividade e sensibilidade por trás das lentes de uma câmera. Dos mais de 500 registros fotográficos da última viagem, difícil foi escolher cinco para apresentar para o curador da mostra João Machado, que selecionou três fotografias de cada participante. “Cada imagem revela um sentimento, algo que você viveu e ajudou a retratar de alguma forma”, define.

Do hobby à profissão

A história de Elvis de Vasconcelos Freitas começou bem parecida com a de João e de Alisson. Trabalhando há cinco anos com fotografia, ele deu o primeiro passo para o mundo fotográfico ao comprar uma câmera bem simples e fazer os primeiros registros. “Tudo começou como um hobby, mas isso cresceu tanto em mim, que eu percebi que deveria fazer disso minha profissão”, contou.

O incentivo de amigos e familiares também foi importante para que não desistisse. Com o tempo, adquiriu equipamento mais avançado e começou a participar de um concurso de melhor fotografia na sua cidade natal, Manaus. “Das cinco vezes que participei do concurso, ganhei quatro”, contabiliza orgulhoso.

O reconhecimento o incentivou a buscar mais. Hoje, Elvis está começando uma graduação em Fotografia na faculdade Cruzeiro do Sul EAD. “Nunca foi fácil, aqui é pequeno e não possui esse curso nas faculdade. Mas eu fui além, pesquisei bastante e encontrei o que eu precisava. Agora a minha vontade é crescer na fotografia de Moda”, disse animado.

Quando fala sobre o seu sentimento em relação à fotografia, o estudante expressa muito amor. Para ele, essa arte é uma forma de revelar a beleza. “Para muitos, a fotografia é terapia. Ela consegue elevar a autoestima das pessoas. Muitas vezes, já me senti emocionado ao ver o brilho nos olhos das pessoas que foram fotografadas e a emoção delas em ver o resultado das fotos que tirei. Fotografia é mágica”, define. 

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