Concursos

Proibição de concursos públicos não deve afetar o mercado de cursinhos preparatórios

Independentemente do que foi divulgado o aluno que quer passar em concurso público deve se dedicar. Há alunos que já passaram dois anos se preparando para um concurso sem previsão de edital.

Acorda Cidade

Apesar da decisão do governo de não permitir novos concursos públicos este ano, os cursinhos preparatórios para os processos seletivos garantem que as turmas serão mantidas e que os concurseiros vão continuar se preparando. A suspensão dos concursos faz parte do pacote de ajuste dos gastos do governo. O ajuste fiscal prevê o corte de R$ 50 bilhões no Orçamento Geral da União, anunciado esta semana pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega.

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"Independentemente do que foi divulgado pela mídia, o aluno que quer passar em concurso público deve se dedicar. Há poucos meses passamos por algo parecido, quando o problema era o concurso do Ministério Público da União [MPU]. Os alunos passaram dois anos se preparando sem previsão para o edital. O do Senado, concurso que foi suspenso na quinta-feira [10], sabemos que vai acontecer mesmo sem data definida e, por isso, vamos manter [as turmas atuais] e abrir novas turmas", disse Antônio Geraldo, professor do IMP Concursos, um dos muitos cursinhos preparatórios de Brasília.

Para o presidente do Gran Cursos, um dos maiores da capital do país, professor José Wilson Granjeiro, a decisão do governo não afeta o mercado de cursinhos. “A decisão é apenas para concursos do âmbito federal, que representam 10% dos concursos com os quais a gente trabalha”. Ele lembrou que, em 2008, o então ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, também anunciou a suspensão dos concursos. Granjeiro disse que, mesmo assim, o número de matrículas aumentou 30%.

O professor está convicto de que o governo federal vai ter que abrir concursos nos próximos anos. “Os quadros funcionais estão envelhecidos, com muitos servidores já em idade de aposentadoria”. Segundo ele, “o governo precisa ter coragem para enfrentar o problema real do desperdício, que é acabar com terceirizados e cargos comissionados”.

Além dos professores, os concurseiros também estão convencidos de que a suspensão dos concursos não vai durar muito. João Paulo Teixeira, que mora em Salvador, disse que vai continuar estudando. Ele acredita que "a contratação de terceirizados é mais onerosa à União do que os servidores de carreira".

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