Andrea Trindade
Os candidatos aprovados no concurso público da Polícia Civil, realizado em 2013, ainda aguardam homologação do certame, que deve acontecer no dia 9 de janeiro de 2015. Caso isso não ocorra, eles correm o risco de não alcançar as fases que antecedem a nomeação – matrícula na Academia de Polícia Civil e Curso de Formação.
Uma comissão formada pelos candidatos realizou vários atos públicos ao longo do ano com a finalidade de reivindicar mais agilidade no andamento do concurso. Os candidatos tiveram alguns avanços, mas por conta de um descumprimento do novo cronograma – que foi criado após uma Ação Civil Pública movida por candidatos que recorreram de resultados de exames – os aprovados temem que com a aproximação da data da homologação, todas as fases do cronograma não sejam concluídas.
Em contato com o Acorda Cidade, um deles explicou que a Secretaria de Administração do Estado da Bahia (Saeb) ainda não publicou convocação para a apresentação da prova de títulos dos candidatos que entraram com ação judicial e os demais estão se sentindo prejudicados, uma vez que os candidatos que entregarem a prova de títulos depois terão vantagens sobre os que já entregaram. Segundo eles, houve tempo suficiente para concluir uma graduação ou até mesmo pós-graduação. A situação preocupa mais de 800 candidatos que temem a perda do prazo de homologação do concurso.
“A população baiana precisa mais do que nunca da vontade política de seus representantes do governo para que isso se revolva e tenhamos o mais rápido possível, novos policiais civis para investigar milhares de crimes parados nas delegacias. O concurso público da Polícia Civil 2013 continua esquecido”, desabafam candidatos em contato com o Acorda Cidade.
Por conta da ação civil pública o concurso foi suspenso, porém em setembro deste ano a juíza federal da 4ª Vara, Cláudia da Costa Tourinho Scarpa, revogou parcialmente a liminar que suspendia o certame, e autorizou a convocação de apenas 15 – 11 delegados e quatro investigadores – do total de aprovados que aguardam fazer o curso de formação.
Na ocasião, de acordo com a juíza, não havia razão para suspender o andamento do concurso para os candidatos que estão melhores classificados, visto que o edital do concurso garante que deve ser rigorosamente observada a ordem de classificação final.
Ao Acorda Cidade, no período da decisão, um dos aprovados discordou da decisão. “É uma decisão absurda. Como em um concurso com 800 candidatos aptos, só foram convocados apenas 15? Quem sofre com isso é a população, que convive com a impunidade”, declarou o candidato que pediu para não ser identificado.
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