Acorda Cidade
De acordo com o Instituto Paulo Montenegro, 27% dos brasileiros são analfabetos funcionais. Isso significa que eles sabem ler e escrever, mas são incapazes de compreender plenamente um texto simples.
Portanto, não é à toa que o português para concursos faça muitos candidatos tremerem na base. Além dos índices alarmantes de analfabetismo funcional no Brasil, muitas pessoas associam a disciplina às aulas do colégio, nas quais os professores se limitavam a repassar uma série de regras arbitrárias e que nem sempre faziam sentido.
Felizmente, o modo de avaliar o conhecimento da língua portuguesa mudou muito de uns anos para cá. Atualmente, as bancas de concursos elaboram os exames de modo a verificar se o candidato tem um domínio aceitável da norma padrão, compatível com o exercício da função pública. É difícil encontrar um enunciado que diga, diretamente, para encontrar o objeto de uma frase, por exemplo.
A outra boa notícia é que há uma série de conteúdos de português que estão presentes em praticamente todas as provas, de todas as bancas, para todos os cargos. Ou seja: se a pessoa entende estes conteúdos para um concurso, já os dominou para todos!
Por outro lado, alguns concursos específicos para cargos de nível médio dão peso especial para o quesito redação. A prova de redação do concurso do Banco do Brasil, por exemplo, costuma atrapalhar muitos candidatos. Nesses casos, como se não bastasse compreender as regras de português para as questões de múltipla escolha, o pretendente a uma vaga deverá ter a capacidade de ordenar e expor um pensamento coordenado sobre um determinado assunto. Para sair em vantagem, é fundamental contar com cursos focados em redação para concurso e também exercitar praticando com questões de provas de concursos anteriores do Banco do Brasil.
Principais conteúdos de português para concursos
Outra forma de se preparar é dedicar-se a conteúdos gerais de português que saem na maioria dos concursos. As provas de português para concursos estão cada vez mais interpretativas. Isto significa que quase todas as questões contam com um texto base, cujas relações de sentido o candidato deve analisar.
Portanto, os conteúdos mais cobrados são os que estão mais próximos disso. Ainda assim, alguns exigem a boa e velha decoreba: é o caso da crase.
Confira estes 5 tópicos que são presença garantida em praticamente todos os concursos:
1. Interpretação de textos
Textos científicos, jornalísticos, de opinião… Para ser aprovado em um concurso, a pessoa precisa ser capaz de interpretar e identificar diversos gêneros textuais.
Só que não basta encará-los de forma literal: cada vez mais, as bancas pedem que os candidatos saibam ler as entrelinhas e extrair significados mais profundos dos conteúdos.
Além disso, os chamados textos gráficos – como charges e quadrinhos – estão cada vez mais presentes nos exames. Assim, dominar a linguagem não verbal também é fundamental para conquistar a aprovação.
Por fim, há a questão das figuras de linguagem. Metáforas, hipérboles, ironias… os candidatos têm que ser capazes de identificá-las em diferentes trechos de textos.
2. Concordância verbal e nominal
Usar os verbos corretamente é fundamental para se comunicar bem. Portanto, não é nenhuma surpresa que a concordância verbal esteja presente em concursos. O candidato deve ser capaz de identificar com qual elemento da frase o verbo concorda, se é com o sujeito ou com o objeto.
Do mesmo modo, é preciso compreender como os substantivos da frase se relacionam com os outros elementos, visualizando com qual deles concorda. É a concordância nominal. Em suma: é preciso entender como os elementos da frase se relacionam e produzem sentido.
3. Regência verbal e nominal
A regência também estuda a relação entre os elementos da frase. Contudo, ela observa apenas as proposições. Já ouviu falar em verbos transitivos diretos? Indiretos? Bitransitivos? É exatamente isto que se aprende ao estudar este assunto.
O mesmo acontece com os substantivos: eles são acompanhados de diferentes preposições. É preciso identificá-las e entender qual é o sentido que esta regência agrega à frase.
Parece inútil? Pense de novo: a regência pode mudar totalmente o sentido de um período. Por exemplo: o verbo “agradar” pode ser transitivo direto (agradar alguém) ou indireto (agradar a alguém). Cada regência tem um significado totalmente diferente: enquanto a versão transitiva direta significa fazer carinho, na versão transitiva indireta significa dar satisfação a alguém. Portanto, este conhecimento também é muito útil para a temida redação.
4. Novo acordo ortográfico
O novo acordo ortográfico entrou oficialmente em vigor em caráter obrigatório em 2016. Só que dois anos ainda são pouco para mudar hábitos que fizeram parte da maior parte da vida.
A mudança que mais confunde os candidatos – e que mais aparece nas provas – é a questão do hífen: ele continua sendo usado em alguns casos, caiu em outros e isto confunde muita gente. Para saber mais, confira o post que preparamos sobre o assunto.
5. Crase
A crase é outro elemento da língua portuguesa que confunde a todos: desde estudantes do ensino fundamental até concurseiros de nível superior. Porém, valeo esforço aprender. Justamente porque muitas pessoas se confundem, ao acertar uma questão sobre o assunto a pessoa com certeza vai sair na frente.
Apesar do alarde, o tema nem é tão complexo: a crase é apenas a junção do A da preposição com o A do artigo.
Dica: se estiver em dúvida sobre um A ser craseado, tente substitui-lo por “para a”. Se a troca for possível, há crase. Por exemplo: “você já foi à Bahia?” pode ser reescrito como “você já foi para a Bahia?” sem perda de sentido.