USP aprova curso de graduação inédito no Brasil

Licenciatura em educomunicação será oferecida no vestibular do ano que vem

 A USP aprovou a criação de um curso de graduação inédito no Brasil, que será oferecido a partir de 2011. Chamado de licenciatura em educomunicação, ele vai ter 30 vagas no período noturno e estará disponível para candidatos  já no vestibular do ano que vem.

O objetivo do curso é formar profissionais para atuar ao mesmo tempo no campo da comunicação e da pedagogia, tanto em escolas de nível fundamental e médio quanto em universidades e ONGs. Os graduados poderão, ainda, trabalhar em jornais e outros veículos de comunicação voltados para a infância e juventude.

Segundo Ismar de Oliveira Soares, professor da ECA-USP (Escola de Comunicação e Artes) e um dos idealizadores do curso, há muitas possibilidades para os futuros formandos:

— O mercado de trabalho na área de comunicação, em áreas tradicionais, como jornalismo, relações públicas e publicidade, está saturado. Mas o educomunicador terá uma perspectiva bem mais aberta. A aposta da USP nisso é que as escolas e organizações não-governamentais também considerem o tema [da comunicação].

Atualmente, cerca de 500 colégios da rede municipal de São Paulo adotam a educomunicação, principalmente usando o rádio. Os alunos criam programas, selecionam músicas, preparam e divulgam notícias através de rádios de baixa frequência nos colégios, tudo com supervisão de educomunicadores. A formação destes profissionais é feita pela própria Secretaria Municipal de Educação. Com o novo curso, eles poderão sair da USP já graduados para atuar nas escolas.

Sobre o novo curso

O curso de licenciatura em educomunicação foi aprovado nesta terça-feira (17) pelo Conselho Universitário da USP. As aulas serão dadas na ECA-USP e na Faculdade de Educação da universidade.A graduação estava sendo planejada há 15 anos, informa Soares. Ele relata que já havia cursos de extensão e pós-graduação na área pelo país, mas não uma graduação:

— A USP teve a coragem de ser a primeira universidade no Brasil a abrir esse curso, que vai tratar da educomunicação em profundidade.

A LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional) permite que escolas adotem matérias específicas sobre comunicação e imprensa. A proposta destas disciplinas, no geral, é que os alunos aprendam a produzir conteúdo através de rádio, jornal, vídeo, internet e fotografia, entre outros meios de comunicação. Também há disciplinas de análise crítica da mídia.

O educomunicador seria o professor mais capacitado para conduzir ou coordenar essas aulas.

Como será o currículo do curso

No primeiro ano do curso, os alunos vão ter mais aulas teóricas, para aprender a ler a mídia atual de forma crítica. Matérias mais ligadas à pedagogia, como didática, serão dadas na Faculdade de Educação.A universidade não deve contratar nenhum professor a mais para a nova graduação, em um primeiro momento. De acordo com o professor Soares, o departamento de Comunicação e Artes da ECA, que ele chefia, já tem 19 professores habilitados para o curso.

Os laboratórios de multimeios, necessários para o curso (com computadores e programas específicos), já estão previstos no orçamento da universidade e devem ficar prontos em 2012.
 

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