Bahia

Terceirizados da Educação protestam por pagamento em diversas cidades da Bahia

Diversas escolas foram afetadas por suspensão de serviços no estado. Governo diz que adota providências e que profissionais não serão afetados.

Acorda Cidade

Um grupo de trabalhadores do Centro Estadual de Educação Profissional em Gestão e Meio Ambiente (Ceep), localizado em Brumado, no sudoeste da Bahia, protestou na manhã desta sexta-feira (13) em frente à instituição de ensino. Eles alegam falta de pagamento por uma empresa terceirizada do Governo do Estado.
 
"Estamos há dois meses sem receber pagamento, tem gente em situação pior, que saiu de férias e não recebeu. As aulas foram suspensas a partir de hoje, porque sem os servidores não tem como elas acontecerem", afirma Alex Sandro Xavier Lopes, que atua há pouco mais de um ano como porteiro.
 
A queixa em relação ao atraso salarial por empresas terceirizadas ocorre também em outras regiões do estado. Em Feira de Santana, uma profissional, que prefere não se identificar, alega que além do atraso no recebimento do salário, também não tem recebido os benefícios.
 
"Estamos há dois meses sem receber salário, transporte e vale alimentação. Eu e outra recepcionista estamos fazendo revezamento porque não temos dinheiro para a locomoção. Fica difícil, porque você trabalha, só tem aquela renda e ainda paga para trabalhar", reclama a mulher.

 
Em Ilhéus, sul da Bahia, alguns funcionários de empresas terceirizadas também protestaram no início desta semana contra a falta de pagamento. Já em Juazeiro, região norte, as 24 escolas estaduais que funcionam no município foram afetadas por uma paralisação dos trabalhadores na quinta-feira (12). Embora as aulas tenham ocorrido em alguns instituições, muitas tiveram a carga horária reduzida por causa da falta de serviços prestados na área administrativa.
 
Em Salvador, funcionários das áreas administrativa e de limpeza pararam as atividades e algumas escolas ficaram sem aulas. Na quinta-feira (12), também há colégios funcionando sem o trabalho dos servidores.
 
O Colégio Estadual Raphael Serravalle, situado no bairro da Pituba, abriga cerca de 2,3 mil estudantes e está com as aulas suspensas desde quarta-feira (11). "A escola está suja, não tem condição de funcionar nessa situação. É difícil manter a escola desse jeito", afirma Ramilton Cordeiro, diretor da unidade de ensino.
 
Cordeiro acredita que os trabalhos serão retomados na escola a partir de segunda-feira (16). A situação é parecida no Colégio Estadual Thales de Azevedo, no bairro do Costa Azul. Funcionários da unidade informaram que não há aulas desde segunda-feira (9) devido à paralisação dos servidores. A direção da unidade não foi encontrada pela reportagem para falar sobre o caso.
 
Posição da Secretaria da Educação
 
Por meio de nota, a Secretaria da Educação do Estado da Bahia informou nesta sexta-feira que repassou na quarta (11) o recurso referente ao mês de agosto à empresa Delta, alvo de várias denúncias por funcionários terceirizados. A previsão do governo é de que até o final desta semana a empresa pague tanto os salários quanto os benefícios devidos.
 
Sobre os repasses às empresas Monkal e Líder, que também têm pendências com profissionais, o pagamento será realizado por intermediação do Ministério Público do Trabalho (MPT) e Sindicato dos Trabalhadores em Limpeza (Sindilimp), informou a Secretaria. De acordo com a nota, as empresas descumpriram cláusulas contratuais e uma reunião está agendada com o MPT para a próxima segunda-feira (16).
 
O Ministério vai mediar ainda os repasses às empresas Contrate e Shalev, atuantes na região sudoeste, também devido ao descumprimento de cláusulas contratuais. A Secretaria afirma que todos os direitos trabalhistas serão cumpridos, assim como assegura a permanência dos funcionários em novas empresas que serão contratadas.
 
O governo não soube informar o número total das escolas que estão sem funcionar. Segundo a pasta, cada centro opera de uma forma diferente e o andamento das aulas está sendo normalizado gradativamente. As informações são do G1.
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