Atualizada às 16h20
Estagiários da rede municipal de ensino paralisaram as atividades, nesta quarta-feira (28), para cobrarem uma resposta da Secretaria de Educação (Seduc) acerca dos pagamentos que estão atrasados, o vale-transporte e a renovação dos contratos.
Segundo o estagiário Taielson Leão, alguns estão sem receber os pagamentos retroativos e os contratos foram finalizados.
“O nosso dinheiro está preso, a gente trabalhou e não tem previsão do pagamento. Os contratos aditivos finalizaram dia 21 e ninguém sabe o que vai fazer. E a Seduc, a gente vem e está sem resposta, não pode passar nenhuma informação para a gente. Estamos na ativa, todo mundo continua trabalhando”, informou ao Acorda Cidade.
A estagiária Nádia Ribeiro contou que está há quatro meses sem receber e precisa tirar do próprio bolso para ir trabalhar.
“A gente trabalha três meses para receber, a gente se vira no vale-transporte, temos despesas e como é que fica isso? Você tem que trabalhar três meses de graça, sendo que a gente não falta um dia, temos compromisso com eles, e quando chegamos aqui, eles não sabem informar. No meu caso, fiquei quatro meses sem receber e quando eu vim saber o porquê, um funcionário falou que eu não fui sorteada. Estou em sala de aula, leciono no Vanilda Barros, no Alto do Cruzeiro”, reclamou.
Adriana Oliveira Santos, que também atua em sala de aula como estagiária há quase dois anos, informou que a bolsa foi cortada.
“Cortaram agora o valor e recebi a notícia de que meu contrato só vai ser reativado em outubro. Neste caso só vou receber em dezembro. E o valor que a gente recebe é bem baixo, a gente queria pelo menos uma resposta do prefeito e da Secretaria de Educação em relação a isso, e a questão do vale-transporte, porque a gente recebe o cartão, e pelo menos pra mim que trabalho perto, não tem utilidade”, disse.
Iasmin da Silva Oliveira informou que o contrato dela venceu no início de setembro e não tem previsão de renovação.
“Isso é um descaso, porque não tem resposta. Vão fazer uma nova seleção. Quando, não sabem. E nós que estamos aguardando, somos influenciados a voltar para as salas, mesmo não recebendo nada. Trabalhar sem receber é impossível, ainda mais que está tudo caro, temos que nos manter, é uma vergonha. É horrível essa falta de diálogo, de informação e é uma falta de respeito. Estamos paralisados hoje e a depender da resposta que tivermos vamos decidir se iremos retornar à sala de aula. Eu trabalho na Escola Municipal Dr. Noide Cerqueira, que está apoiando nossa causa. Eu trabalho com alunos especiais, e imagine não ter ninguém para auxiliar o filho com dificuldade de aprendizagem”, protestou a estagiária.
Ao Acorda Cidade, a secretária municipal de Educação, Anaci Bispo Paim, informou que uma nova política do acesso de estagiários aos órgãos da prefeitura, foi implementada, e explicou que aqueles que ainda não ingressaram, devem realizar a manifestação individual através do portal da prefeitura.
“Essa política está definida em um novo procedimento aprovado e publicado em um novo portal que foi implementado, e estes estagiários que ainda não ingressaram na rede municipal, podem estar fazendo esta manifestação de forma oficial através do portal da prefeitura. As secretarias diversas irão recrutar os candidatos de acordo com a especificidade de cada área. Aqueles estagiários que já estavam trabalhando, terão um novo contrato assinado a partir do dia 1º de outubro, e estamos mudando essa dinâmica operacional para facilitar o procedimento dos contratados”, afirmou.
Ainda de acordo com a secretária, todos os contratos ficam armazenados na secretaria de Administração.
“Todos os contratos são montados na secretaria de Administração e nós buscamos uma forma de viabilizar a coleta das assinaturas pelo responsável da instituição de formação, seja faculdade, centro ou universidade, para que não tenha uma perda de tempo com a emissão de documentos individuais. A partir de hoje, esses termos serão enviados para as assinaturas dos responsáveis de estágio, tudo isso em formato de bloco daquela unidade de formação, para que tenhamos um tempo hábil e possa reduzir o prazo para que possamos estar fazendo as convocações”, concluiu.
Com informações do repórter Paulo José do Acorda Cidade
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