Educação

Secretária de Educação diz que a Uefs está mantendo diálogo aberto com estudantes em greve 

A secretária falou sobre o Programa de Gestão de Aprendizagem, implementado no primeiro semestre desde ano na rede estadual.

Uefs
Foto: Ney Silva/Acorda Cidade

Em entrevista ao Acorda Cidade na manhã desta segunda-feira (30), a secretária de Educação do estado, Adélia Pinheiro, falou sobre os programas que estão sendo desenvolvidos em sua gestão e da greve dos estudantes da Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs), que já perdura por mais de 20 dias.

A secretária falou sobre o Programa de Gestão de Aprendizagem, implementado no primeiro semestre desde ano, com o objetivo de suprir as lacunas educacionais que o período da pandemia deixou na rede pública estadual e reforçar a aprendizagem dos alunos. 

Inauguração do Colégio de Tempo Integral de Amélia Rodrigues. (Foto: Ney Silva/Acorda Cidade)
Foto: Ney Silva/ Acorda Cidade

“Com base na identificação de que a pandemia de covid impôs um impacto desaforado às aprendizagens de nossos estudantes, nós intensificamos colocando a disposição do estudante plataforma, monitoramento, avaliações simuladas três vezes ao ano para que a gente possa acompanhar o estudante, nesse caso, estudantes do 9º ano e do 3º ano do médio e do ensino profissional para saber como ele está. Não só a avaliação, mas também material pedagógico dirigido a ele para fazer essa recomposição, material para o professor de língua portuguesa e matemática, e acompanhando esses materiais. Aulões aos sábados, oficinas pedagógicas fora do tempo letivo habitual, um conjunto de atividades com monitoramento constante”, colocou. 

Segundo Adélia Pinheiro, a evasão escolar deve ser um assunto tratado dentro e fora das escolas. Ela apontou alguns investimentos que o estado tem realizado para erradicar a ausência dos alunos nas salas, com mais de R$ 394 milhões aplicados nas estruturas físicas das escolas. 

“A escola que nós entregamos esse ano de Tempo Integral no Aviário (Feira de Santana), demonstra nosso investimento e isso contribui para a diminuição da evasão do estudante e chama o estudante para dentro da escola, que tem uma estrutura de teatro para que floresça a cultura, a arte, mas tem também espaços dedicados ao esporte, a atividade física, com quadra poliesportiva coberta, arena de luta, campo, piscina semi-olímpica, restaurante estudantil acolhe e permite que o estudante alongue seu período de permanência dentro da escola e para aqueles estudantes da zona rural temos o programa estadual de transporte escolar, sem esquecer da conectividade nas escolas”, relatou. 

Além disso, a secretária ressaltou a continuidade do Bolsa Presença, que em Feira atende mais de 20 mil famílias. O programa fornece aos estudantes da rede estadual um valor de R$ 150 por mês, acrescido de R$ 50, a partir do segundo filho matriculado para auxiliar com a compra de alimentação, medicação e material de limpeza. A secretária acrescentou também sobre outros programas. 

“Temos outros como o Mais Estudo, o Educa Mais Bahia que oferecem oficinas fora do horário letivo, de cultura, arte, atividade física e recomposição de atividade e falar também de uma terceira dimensão que são todas as ações de valorização do professor que envolve o pagamento do piso da educação básica, da pecúnia ou fruição de licença prêmio, que nos levou a regulamentar o Geap que é uma gratificação por estímulo a qualificação do professor, que nos levou a realizar a primeira convocação para concurso público, ampliando nosso quadro de professores efetivos”, acrescentou. 

Ainda durante a entrevista, ao comentar sobre a greve dos estudantes da Uefs, que já perdura por mais de 25 dias, Adélia Pinheiro pontuou sobre o orçamento das quatro universidades estaduais que somam mais de 2 bilhões ao ano e falou sobre anúncio do concurso e das nomeações de mais de 600 professores e técnicos, em 6 de outubro (mesmo dia que foi deflagrada a greve). 

“Esse orçamento ele é operado pelas universidades lá no conjunto de suas atividades, por outro lado, nós temos de acordo com a liderança do governador Jerônimo, pautado todo nosso relacionamento com a universidade e as representações que estão vinculadas aos estudantes, professores e técnicos administrativos, nós temos mantido e pautado a nossa relação em diálogo aberto”, disse. 

Segundo ela, a Uefs ficou com 268 autorizações, sendo 105 para docentes e 163 para técnicos e que agora, cabe à universidade, no uso de autonomia, fazer as convocações, nomeações e publicações de editais. 

“Isso é um investimento que demonstra um diálogo com os reitores, a intensa ação e apoio das universidades estaduais; com os técnicos não é diferente, cito como exemplo a portaria publicada em 12 de outubro no Diário Oficial, que resulta de diálogo permanente com a entidade que representa os técnicos e que atende uma demanda desse grupo”, ressaltou. 

A secretária ainda colocou que a reitora da Uefs, Amali Mussi tem dialogado com os estudantes em greve e divulgado os resultados dessas discussões. A exemplo, ela falou que hoje (30) haverá mais uma reunião da instituição com seus estudantes para chegar a uma solução. 

Segundo informações apuradas pelo Acorda Cidade, 150 professores concursados aguardam convocação para a Universidade do Estado da Bahia (Uneb). Por lá, os estudantes também passam por dificuldades similares. Sobre isso, a secretária também pontuou a convocação realizada no dia 6. 

“Nós acompanhamos as quatro universidades, volto a dizer, que esse conjunto de autorizações que foram feitas que envolvem 638, em diferentes formas de incorporação, tem professor substituto, efetivo, visitante, tem declaração e convocação de concurso; eles correspondem a 100% das solicitações das quatro universidades dirigidas ao governo do estado naquele momento e todos eles numericamente foram autorizados. Cabe à universidade fazer a gestão do provimento dessas vagas existentes.”, declarou.

Além disso, a secretária explicou porque abrir convocação para Regime Especial de Direito Administrativo (Reda), além dos concursos públicos efetivos. 

 “O professor Reda tem um motivo para contratação que é temporária e o efetivo, contratado através do concurso público, tem a motivação de ocupar uma vaga definitiva,  também quando em alguma situação não está disponível o professor efetivo para aquele lugar, para aquela matéria ou campo de conhecimento, lança-se mão de professor temporário até que seja feito o provimento definitivo, tudo isso na forma da legislação disponível”, pontuou. 

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Jorge s

É muita falta de inteligência estudante fazer greve, visto que só prejudica a si mesmos, além das famílias que vivem de negócios no campus. Deveriam ter lutado politicamente pra mudar o partido que já governa há 17 anos e não cuidou da educação. Se forem espertos vão retirar o apoio ao governo atual e apoiarão a oposição nas próximas eleições.

Omas Sensato

Falou o Carlista querendo aproveitar a situação para eleger ACM. Só esqueceu que na UEFS e na Bahia fascista não se cria.

Arauto da Verdade

Bla bla bla! Cursos faltando professores faz tempo e estudantes sem poderem se formar; quinto mandato e PT não resolve mas bla bla bla sabe fazer. Fornecedores sem receber e merenda escolar nas escolas estaduais perigando faltar…

Peter Rhue

Só não pode é a Administração concordar e apoiar ações como votação em situações em que não há quorum para isso e, em consequência, disseminar informações equivocadas para induzir a opinião publica. Muito menos apoiar a participação de agentes estranhos à Universidade.
Trata-se de um espaço com pessoas informadas, na qual não cabem artifícios como uso de figuras como Kanário para induzir pessoas incautas
Dentro de ambiente em que se preza pela excelência, é fundamental manter a credibilidade.

Pessoa

Muita conversa e pouco resultado. Essa greve precisa acabar tem estudante de verdade querendo estudar!

F.S.A

A UEFS ERA PARA CORTAR O RESTAURANTE UNIVERSITÁRIO, E VER O QUE ELES IRIAM FAZER…. PASSAM A MAIOR PARTE DO TEMPO DEITADOS E ***, NA VERDADE ESTUDANTE QUE QUER ESTUDAR REALMENTE NÃO PARTICIPA DESSA MANIFESTAÇÃO GREVISTA BAGUNCEIRA….

ELES NÃO VÃO AGUENTAR MUITO TEMPO NISSO AI…. EU JA ESTOU VENDO ELES MUITO DESMOTIVADO…..A SITUAÇÃO JÁ ESTA SATURADA

Deve ser a reitora falando 🫡

Ela nem aparece lá .

Omas Sensato

Em que mundo você vive? Na terra plana? Todos estão acompanhando o esforço que a gestão vem fazendo para negociar uma pauta já vencida e que a Reitoria não pode fazer muito a não ser negociar com o governo. E o que dizer de um movimento grevista que humilha funcionários e terceirizados, arromba prédios públicos e não marca uma nova Assembleia dos estudantes com medo de acabar a greve e perder seu palco político? Acorda estudante, se os grevistas não deixam os funcionários trabalharem, não tem como pagar as bolsas. Vocês vão ficar aí parados?