Educação

Saiba como funciona o ensino no Colégio da Polícia Militar

O Major Fernando, diretor adjunto do CPM, contou ao Acorda Cidade que a maior diferença do CPM em relação aos outros colégios é o regime militar.

Foto: Elói Corrêa/GOVBA
Foto: Elói Corrêa/GOVBA

As aulas já começaram em muitas unidades escolares em Feira de Santana, como no Colégio da Polícia Militar (CPM), localizado na rua Monsenhor Moisés Gonçalves do Couto, nº 2225, no bairro Campo Limpo. Neste conteúdo explicamos como funcionam as aulas no CPM e trazemos as principais curiosidades sobre esse modelo de ensino, que possui como um ponto central a cultura militar.

O Major Fernando, diretor adjunto do Colégio da PM informou ao Acorda Cidade que a expectativa para o ano letivo é muito boa.

Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

“Em nome do nosso diretor, Tenente Coronel Leonir Moraes, é uma expectativa muito boa. Nós iniciamos no dia 6 de fevereiro o ano letivo e a gente sabe que tem muita procura. A concorrência a cada ano que passa aumenta e nós recebemos novos alunos, eles vêm com muita expectativa em relação à escola, mas desejo tudo de bom para nós. São novos alunos, o ano se incia com o objetivo de transmitir para eles os nossos conhecimentos, a cultura militar, então é com muita expectativa que recebemos os alunos para que eles se transformem em excelentes cidadãos”, disse o Major Fernando.

Conforme o edital publicado no final de dezembro, o CPM está recebendo 176 novos alunos.

“O maior número de vagas tivemos para o 6º ano, tivemos 116 alunos novos no 6º ano, matriculados na faixa etária de 10 a 12 anos. E tivemos 32 vagas para o Ensino Médio. E no total, temos na unidade 845 alunos”, elencou.

A diferença do CPM comparado a outras escolas é o regime militar.

“O CPM é um colégio diferente, em que mantém o nosso regimento disciplinar. A diferença maior com uma escola de ensino normal é o nosso regime militar. É a presença do policial militar contribuindo para a disicplina do aluno. Todos os alunos têm um chefe do setor que é um militar que fica à frente da turma, passando os ensinamentos, fiscalizando o comportamento do aluno, então nós temos esse diferencial. E é uma das razões pela qual existe essa procura e concorrência para ingressar no Colégio da Polícia Militar”, descreveu.

A comunidade cria expectativas para o ingresso do aluno ao CPM, abordou o Major.

“A gente procura dá o melhor de nós para que formemos excelentes pessoas, excelentes cidadãos que são o futuro da sociedade”.

Atividades desenvolvidas na unidade

No Colégio da Polícia Militar existem várias atividades.

“Nós temos práticas esportivas, as paradas que são os desfiles que temos em todas as sextas-feiras. O aluno vem para cá e aprende toda essa cultura militar e temos também o 7 de Setembro que é aquele evento maior, em que a comunidade percebe o trabalho desenvolvido durante o ano para que o aluno chegue à Avenida Presidente Dutra e faça aquele desfile maravilhoso, que a população aplaude. Nós temos também a formatura do 3º ano última série do Ensino Médio, na qual acontece a nossa solenidade, em que o aluno que está saindo da escola se despede do CPM, mas leva consigo o legado da cultura militar e que servirá para ele até o resto da vida”, pontuou.

Como conseguir uma vaga?

O sistema para ingressar no CPM de Feira de Santana é por meio de sorteios, assim como em todas as unidades.

“No final do ano passado, 2022, foi publicado um edital conjunto entre a Secretaria de Segurança Pública e a Secretaria de Educação do Estado e é esse edital que rege o trâmite para o ingresso do aluno ao CPM. Tivemos uma concorrência tremenda”, revelou.

No último edital o CPM teve em torno de 42 mil inscritos para 6 mil vagas.

“É muita procura. Então responsável precisa inscrever o aluno, aguardar o sorteio, após o sorteio o pai do aluno deve se dirigir até a unidade indicada no momento da inscrição e efetuar a matrícula. É importante se atentar a toda documentação exigida, conforme o edital. E aí vem ao CPM, efetua a matrícula e recebe todas as informações, inclusive informações sobre a Semana de Adaptação que a gente tem antes do início das aulas, e conhece toda a rotina do aluno na escola. E é só seguir as regras certinhas que o aluno vai conseguir lograr êxito no CPM”, especificou.

No total o CPM possui 14 turmas pela manhã e 14 turmas pela tarde.

“São 12 turmas do Ensino Médio e duas do Ensino Fundamental. E à tarde nós temos 14 turmas do Ensino Fundamental”, concluiu o Major Fernando.

Mirela Santos Ferreira chegou ao Colégio da Polícia Militar, há três anos, através de um sorteio que ocorreu durante a pandemia e hoje está no 8º ano.

Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

“As minhas expectativas para o início das aulas são de aprender cada vez mais e de ser algo diferente de como foi na pandemia, que foi muito inseperada”, desejou a estudante.

Mirela é chamada de sargento no Colégio da Polícia Militar.

“Eu sou chamada de sargento, porque a escola possui uma disciplina, e após o estudo temos uma graduação de acordo com as nossas metas”, contou.

Disciplina

O Capitão Wilson Junior, comandante do Corpo de Alunos, falou que a disicplina do colégio militar possui uma logística natural.

Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

“Às vezes quem está fora da realidade do Colégio da Polícia Militar tem uma leitura equivocada, e às vezes cria até um preconceito. Mas a nossa disciplina aqui aproveita muito a educação que o aluno traz de casa, e a gente complementa. A Polícia Militar caminha em parceria com a direção pedagógica, e nós não fazemos nada além de verificar disciplinas, a fim de instruí-los. De maneira que eles possam degustar as funções de liderança, chefia, condicionamento emocional, resistência, competitividade, que são atributos militares que trabalhamos aqui e que esses alunos levarão para fora dos muros das escolas”, explicou o Capitão Wilson.

As notas estão ligadas ao processo disciplinar.

“A gente observa que os alunos que são mais disciplinados conseguem alcançar as melhores notas. No final do processo seletivo somamos as notas disciplinares com as notas pedagógicas e, em média, 30% do alunado que alcança os primeiros lugares nas suas séries são promovidos aos postos e graduações semelhantes aos postos da Polícia Militar”, ressaltou.

Semana de Adaptação

A Semana de Adaptação ajuda os alunos a descontruírem ideias que não correspondem ao ensino do CPM.

“Acolhemos os alunos recém-sorteados e matriculados na Rede Estadual de Ensino do Colégio da Polícia Militar e trabalhamos as questões de adaptação, para o aluno descontruir a ideia de que no Colégio da Polícia Militar capina, faz faxina, limpa banheiro, e não é isso que ocorre aqui. Na verdade ocorre aqui a construção da educação e do saber. Nessa Semana de Adaptação o aluno é convidado e encerramos com a presença dos pais, para que os pais tenham a noção exata de onde eles estão colocando os filhos para estudar. Na nossa Semana de Adaptação especial tivemos a oportunidade ímpar de fechar o evento com uma palestra, que foi uma experiência de vida, na qual contamos com o policial médico Gileno Cerqueira que nos abrilhantou com a sua história. Um negro, da periferia, oriundo de uma escola pública, como esta e que ascendeu na vida, um exemplo a ser seguido. E como o nosso lema é ‘A Palavra Convence e o Exemplo Arrasta’, nada melhor do que trazer um preposto da instituição para demostrar na forma prática que as coisas acontecem”, abordou.

Henrique Sampaio, de 11 anos, morador do bairro Gabriela, é aluno do 6º ano do Colégio da Polícia Militar.

Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

“É a primeira vez que estudo no Colégio da Polícia Militar. Sempre foi o meu sonho, porque eu sou uma pessoa que gosto do militarismo e essa escola tem o respeito entre alunos e militares. E além da parte pedagógica que existe nas escolas que viemos ela tem também a parte militar”, disse o estudante.

Henrique relatou ao Acorda Cidade que gosta do respeito e da disciplina entre os militares.

“Depois que eu me formar eu pretendo ser médico, mas se eu não conseguir eu vou entrar para Polícia Militar e na Polícia Militar estudar para ser médico. Eu sou um aluno dedicado e pretendo estudar em busca do meu futuro”, destacou.

Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade.

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