Rachel Pinto
Atualizada às 15h
Uma carreata com o objetivo de chamar a atenção da população para as dificuldades enfrentadas pelas escolas particulares foi realizada na manhã desta sexta-feira (17) em Feira de Santana. Participaram além de donos das escolas, funcionários. Representantes de cidades da microrregião de Feira de Santana também estiveram presentes.
A professora Angeleide Franco, presidente da Associação das Escolas Particulares (Assinee) e dona da escola Rubem Alves, disse em entrevista ao Acorda Cidade que a situação das escolas particulares no município é crítica. De acordo com ela, muitas estão enfrentando dificuldades financeiras, mesmo com as aulas remotas perderam muitos alunos e algumas não tem mais condições de se manterem. Ela comentou que a carreata buscou chamar a atenção da população e do poder público para que possa contribuir com a recuperação dessas escolas.
Foto: Ney Silva/Acorda Cidade
“O objetivo dessa carreata é fortalecer e valorizar a educação. A educação muitas vezes é deixada para segundo plano e nós sabemos que um povo que tem uma educação de qualidade pode transformar o mundo. Esse momento é para mostrar para a comunidade de Feira de Santana e região o valor que tem o educador, o professor, a escola e que nós precisamos desse apoio de toda a comunidade para continuar fazendo o nosso trabalho. As escolas, principalmente as da educação infantil e as creches estão passando por dificuldades e as famílias muitas vezes não conseguem perceber a necessidade de manter as crianças na escola. Mesmo as crianças de três anos, dois anos é importante, porque a criança se desenvolve através das relações e essas relações, mesmo que sejam remotas elas continuam com esses processos”, observou.
A professora relatou que os donos de escolas particulares estão solicitando que o poder público municipal possa isentar as escolas de algumas taxas e que o governo como um todo auxilie as escolas. A proposta, segundo ela, é o fornecimento de um voucher para as escolas da educação infantil.
Foto: Ney Silva/Acorda Cidade
“Porque se todas as crianças saem das escolas particulares, o município não vai conseguir dar conta de absorver todas as crianças das creches e da educação infantil nas suas instituições. Esse é um momento de dar as mãos, onde as escolas particulares, as instituições e também o poder público possam contribuir com isso e uma das maneiras é isentar as taxas dos impostos, criar vouchers para a educação infantil. Outra questão também é em relação as escolas que tem um porte menor, solicitamos que a prefeitura doe testes de covid-19. Nós pagamos impostos e esse momento precisamos estar juntos”, frisou.
A professora Gabriela Azevedo, proprietária da escola Casa Amarela, confirmou que as escolas, principalmente as menores, estão sofrendo os efeitos da pandemia, com a saída dos alunos e também a demissão de funcionários. Para ela, é importante que o poder público possa olhar para o setor e valorize a educação.
“Estamos vivendo tempos de guerra. Mas, é preciso que cuidemos uns dos outros. Quando as escolas abrirem, quem vai cuidar das crianças? A taxa de inadimplência é muito alta e as escolas precisaram dar desconto para as famílias. A escola é feita de gente, estamos lutando pelos nossos educadores que compõem a escola. Muitas famílias perderam os seus empregos e não conseguem pagar as mensalidades. As escolas querem acolher essas famílias e pedimos as famílias que não perderam renda que por favor não deixem de pagar a escola, quem pode pagar, se orgulhe de poder manter a escola. A pandemia vai passar e para onde as crianças vão voltar?, convoco a sociedade a pensar sobre isso e também sobre que o poder público pode fazer pela educação nesse momento”, concluiu.
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Com informações do repórter Ney Silva do Acorda Cidade.