Feira de Santana

Professores municipais ocupam Secretaria de Administração em protesto contra salários atrasados

De acordo com a presidente da APLB, o prefeito Colbert Martins deve ser preso por não cumprir ordem judicial.

Gabriel Gonçalves

Os professores da rede municipal de Feira de Santana, se reuniram mais uma vez na manhã desta segunda-feira (9) na secretaria de Administração para protestarem contra os salários atrasados e parcelados.

Ao Acorda Cidade, a professora Daiane Araújo contou que ainda não há perspectiva para data de pagamento.

"Agora no mês de abril, nós recebemos um contracheque complementar que é referente aos 17 dias de março, além de receber o deslocamento, que é a gratificação do mês de fevereiro, mas com relação às 20h e deslocamento do mês de abril, ainda não recebemos e também não temos nenhum posicionamento da secretaria, do RH, quando este dinheiro vai sair. Já temos professores que estão ficando doentes, apresentando crise de ansiedade, estão precisando fazer tratamento, mas não possuem nem dinheiro para isso. Tem professores com aluguel atrasado, financiamento, e dessa forma não têm como pagar as contas. Infelizmente ninguém trabalha de graça, estamos aqui e por isso as aulas são suspensas, porque estamos lutando pelo que é nosso, não estamos trabalhando em paz, não conseguimos ir para sala de aula em paz, tudo por conta dos salários atrasados", contou.

Foto: Ney Silva/Acorda Cidade

Segundo a presidente da APLB Feira, Marlede Oliveira, os professores estão sendo afetados emocionalmente, principalmente pelo fato de não terem recursos para quitar as dívidas pessoais.

"O prefeito está deixando a nossa categoria doente, todos os meses os professores ficam sem honrar seus compromissos, não conseguem pagar os débitos e toda esta situação já se arrasta desde 2020, quando os nosso salários foram cortados, mas o prefeito vem provocando todo este sofrimento para a classe. Neste ano, Feira de Santana vai receber 257 milhões de Fundef, e vamos ter que procurar a justiça para prender o prefeito, porque existem as determinações da justiça e ele não está cumprindo. Iremos agora conversar com o nosso setor jurídico para que a justiça possa determinar esta prisão, ou ele paga os nossos salários em dia ou ele vai para a cadeia. A professora Anaci ainda me disse que neste mês de abril, o pagamento não seria parcelado, porém veio novamente parcelado. Agora se fosse eu, já queriam me prender, porque quando saiu a determinação da justiça, nós suspendemos a greve. Então os professores estão abalados com tudo isso, os professores precisam pagar aluguel, financiamento, mas o prefeito continua calado, até porque no mês passado, ele chegou na imprensa e falou que não devia para ninguém, mas olha só quantos professores estão aqui protestando, então como é que ele não está devendo?", questionou.

Foto: Ney Silva/Acorda Cidade

Em nota enviada à imprensa a prefeitura informou que o pagamento dos salários dos professores acontece em dias, assim como o repasse para APLB. Confira:

A Prefeitura de Feira de Santana investe perto de R$ 300 milhões, por ano, no setor de educação, valor que supera muitos municípios brasileiros, conforme avaliação do secretário da Fazenda, Expedito Elói. “O Governo Municipal também é um dos poucos que já garantiram o pagamento do novo piso nacional para a categoria dos professores”, acrescenta.

O investimento de R$ 300 milhões significa cerca de R$ 25 milhões por mês. O Governo Municipal ressalta que o pagamento dos salários é feito em dia. E cada mês são investidos cerca de R$ 21 milhões em remunerações, quase 40% da folha total da Prefeitura. Também em dia é feito o repasse para a APLB. Em 2020, o sindicato recebeu uma média de R$ 108.041,70 por mês, totalizando R$ 1.296.500,40 por ano

Foto: Ney Silva/Acorda Cidade

Com informações do repórter Ney Silva do Acorda Cidade

 

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