Rachel Pinto
Nesta terça-feira, 15 de outubro, comemora-se o Dia do Professor. A profissão é desafiadora e requer muita dedicação, amor e coragem. Alguns professores de Feira de Santana, em entrevista ao Acorda Cidade comentaram sobre o contexto atual da categoria, principais dificuldades, avanços e quais motivos que têm para comemorar neste dia. A professora Maria Nice contou que durante toda a sua vida teve influências de professores. Desde criança, ela cultua admiração pela profissão. Tudo começou com uma professora que ela teve na infância, quando estudava na zona rural de Serra Preta.
“Hoje eu sou educadora e é o reflexo de toda uma história e toda uma referência também que eu tenho sobre a educação. Estudei na zona rural, em salas multisseriadas. Lá eu tive uma professora que era minha grande amiga. A professora Linal. Ela era uma pessoa que me dava o norte, que conversava comigo, me dava conselhos e me orientava. Depois eu vim pra Feira de Santana com os meus irmãos para continuar o ginásio. Toda a minha história continuou aqui em Feira de Santana. Minha mãe também era professora leiga e eu sempre soube que a única forma que a gente tinha de fazer sucesso na vida era através dos estudos. Isso tudo me deu um norte e uma orientação que me fez hoje ser educadora”, frisou.
Marilene Rocha que é professora do departamento de Ciências Biológicas da Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs) e coordenadora da Associação de Docentes de Feira de Santana, relatou que sente muito orgulho da profissão, embora lamente a falta de empenho dos governantes em ter um olhar diferenciado para melhorar a educação do país.
“Um dia realmente repleto de reflexões e para que nós possamos desejar tudo de melhor que a profissão possa trazer. É um exercício diário difícil, principalmente do que nos aponta a conjuntura atual, onde o professor é responsabilizado por muitas falhas na educação. Costumo dizer que existe hoje um projeto de governo que nos intimida, que nos limita e então ser professor é acima de tudo como Paulo Freire dizia, ser professor é ser revolucionário. Então, a gente deseja a mudança em cada aluno, uma estrutura diferente e essas mudanças muitas vezes vem nas bases da educação”, relatou.
Para a professora, um país que não tem como referencial a educação é fadado a falência. Uma falência cultural e humana.
Na opinião da professora Patrícia Azevedo que é diretora da Escola Estadual Helena Assis Suzart, no Conjunto Feira X, o trabalho do professor se tornou muito complexo nos últimos tempos, principalmente em virtude do desamparo familiar que é evidenciado na sociedade.
“Trabalho por quase duas décadas na educação. Percebi o quanto o espaço de educação tem se tornado complexo, com a ampliação do desamparo familiar. A escola e, por consequência, o professor têm sido cada vez mais requisitados para oferecerem amparo emocional para os jovens, que por muitas vezes não contam com profissionais de psicologia nas escolas, além de espaços voltados ao esporte, arte e cultura. Um desejo neste dia é sabedoria e saúde para que possamos cooperar com a formação de uma sociedade justa e equilibrada”, disse.
Danilza Braga, professora da Escola Municipal Celso Ribeiro Daltro, relatou que enxerga a profissão de professor como uma ajuda para a construção de uma sociedade melhor.
“Ser professor é tudo na minha vida. Quero desejar um Feliz Dia do Professor para todas as minhas amigas da escola e todos os professores”, concluiu.
Com informações do repórter Ney Silva do Acorda Cidade.