Acorda Cidade
Método de extração da raiz quadrada, quebra-cabeça com proposta didática e o Crivo de Eratóstenes, entre outros. Os temas são comuns nas aulas de matemática no Ensino Fundamental II, do 6º ao 9º ano. Mas, nem sempre são apresentados aos estudantes de maneira interessante e atraente, o que muitas vezes contribui para a falta de interesse ou mesmo a dificuldade para aprender.
Daí, os próprios alunos do 6º ano do Centro de Educação Básica (CEB) da Uefs, escola da Rede Municipal, foram motivados a ministrar uma aula para estudantes do terceiro e quinto semestres do curso de Matemática da Universidade Estadual de Feira de Santana.
O objetivo é mostrar aos professores, a partir de um exemplo real, como as aulas podem ser mais lúdicas. Com a parceria, os adolescentes da Educação Básica demonstram então aos futuros docentes qual é o tipo de professor que eles gostariam de ter.
A experiência, realizada na última semana, integra o projeto “Troca de Saberes – o protagonismo da Educação Básica”, iniciativa do professor de Matemática Cristiano dos Santos e da professora Márcia Suely de Oliveira, que ministra a disciplina Didática, também na Uefs.
No primeiro momento, foram os universitários que visitaram os alunos do CEB e também o Colégio Estadual Governador Luiz Viana, que ficam no bairro Cidade Nova. No segundo encontro, os estudantes vivenciaram uma situação contrária ou revés.
Encarados com muito respeito pelos estudantes da universidade
Segundo o professor Cristiano, foi uma experiência incrível. “Foi muito bacana por que os alunos de 11 anos deram aulas para futuros professores; e eles foram encarados com muito respeito pelos estudantes da universidade, foi uma generosidade legal. Os mais jovens estão ensinando aos mais velhos como tornar as atividades de matemática mais dinâmicas, atraentes, a despertar o interesse das crianças”, conta.
Algo mágico, diz aluna
Ísis Karoline de Sousa Maciel, de 11 anos, foi a responsável por abordar o Crivo de Eratóstenes – algoritmo ou método simples para encontrar números primos até um determinado valor. “Achei algo mágico! Foi a minha primeira vez dando aula e pra gente que já sabia o assunto, que vai ser professor em breve”, disse, entusiasmada.
Ísis fez questão de destacar como positiva, inclusive, as estratégias pedagógicas utilizadas pelo seu professor, Cristiano. “Ele tem métodos diferentes. Não explica só baseado no livro ou ditando pra gente escrever. Ele gosta muito de perguntas e respostas”, pontuou.
Importante aprenderem que tipo de aula funciona mais com os alunos
Ranielle Pereira, de 12 anos, fez a introdução da aula com uma dinâmica denominada “Matemágica”. Ela sugeria que os universitários pensassem em um número e, após algumas operações matemáticas, ela os adivinharia. “Foi quase um truque, né? Eles acharam diferente e legal. Acho importante eles aprenderem que tipo de aula funciona mais com os alunos”, comenta.