As matrículas na rede municipal de educação em Feira de Santana começaram na última terça-feira (14), e muitos pais e responsáveis estão enfrentando dificuldades para encontrar vagas em algumas escolas. Esse foi o motivo da manifestação realizada por alguns deles na manhã desta quarta-feira (15), em frente ao Colégio Estadual de Tempo Integral Carolina Maria de Jesus, no conjunto Fraternidade, no bairro Tomba.
O grupo reclama da exclusão do 6º ano na unidade, o que afetará a rotina dos estudantes que moram no conjunto. Caso não sejam atendidos no antigo Colégio Uyara Portugal ( o novo Carolina Maria de Jesus), precisarão se deslocar para outra localidade, o conjunto Feira VII, que fica mais distante no bairro Tomba.
Segundo os pais, apesar do ensino fundamental passar a ser de responsabilidade do município, algumas escolas estaduais ainda estão ofertando determinadas séries, como o 6º ano.
Vale lembrar que o Colégio Estadual de Tempo Integral Carolina Maria de Jesus foi entregue reformado pelo governador Jerônimo Rodrigues em agosto do ano passado. A ampliação permitiu que a unidade saltasse de 19 para 29 salas, com espaço para cerca de 1.800 estudantes nos três turnos.
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Nete da Silva Gonçalves, moradora do bairro Fraternidade, conversou com o Acorda Cidade sobre a situação.
“Tivemos na Secretaria de Educação, e a secretaria informou que não são todos os colégios, são alguns colégios da rede estadual. Perguntamos qual foi o critério que cortaram o Uyara Portugal. Eles disseram que é porque tem pouca demanda. E isso não existe aqui. É o único colégio do bairro. Como é que tem pouca demanda?”, questionou.
Outra mãe, Elsa Pereira da Silva, que mora no Fraternidade há 17 anos, também estava reivindicando o 6º ano na unidade.
“Na segunda-feira colocaram o aviso e pegaram a gente de surpresa, dizendo que não ia ter mais vaga e mandando a gente para outro colégio. Mas a demanda aqui do 6º ano é muito grande e a gente precisa de vaga para nossos filhos estudarem. Já procuramos a rede municipal, mas está superlotada, não tem vaga.”
Elsa também afirmou que o colégio é mais próximo de sua casa e de seu trabalho, sendo muito mais viável para deixar o filho na unidade e participar efetivamente da comunidade escolar. Ela cobra a garantia do acesso à educação em colégios próximos à sua residência.
Outros pais também encaminharam à produção do Acorda Cidade um apelo e confirmaram o quanto a mudança deve trazer um grande impacto para a rotina das famílias.
“Retiraram o 6º ano e, para nós, ficou complicado, porque é o único colégio próximo às nossas casas. Não temos como sair daqui do Fraternidade para levar nossos filhos todos os dias para estudar no Feira VII. Peço essa ajuda para que consigamos, junto à Secretaria de Educação ou a quem for responsável, colocar o 6º ano novamente, para que nossas crianças possam estudar”, apelou uma das mães ao Acorda Cidade.
Andréia Santos Evangelho, que mora no conjunto Feira VII, contou que a filha ficou o último ano sem estudar porque não encontrou vaga.
“É injusto para nós, mães. Tem estrutura, reformaram tudo aqui. E eu acho injusto gente de fora vir, achar vaga, e nós que moramos perto não encontrarmos. Em vários colégios não tem mais vagas, então o recurso da gente tem que ser aqui.”
Gleiciane Conceição da Silva também criticou o fato da escola ter sido recentemente reformada, mas ainda assim não oferecer vagas suficientes. Ela precisa de uma vaga próxima para a filha de 11 anos.
“O colégio reformou recentemente, fizeram várias salas e disseram que seria tempo integral. Para integrar quem? Não é para as crianças, para não ficarem na rua, fazerem um curso, atividades? Agora dizem que vão ficar só as turmas do primeiro, segundo e terceiro anos. Um colégio desse tamanho, com essa estrutura, é para integrar quem? Como pode não ter vagas? Isso é injusto.”
O que diz o secretário de Educação
Durante entrevista no Programa Acorda Cidade na manhã desta quarta-feira (15), o secretário municipal de educação e vice-prefeito de Feira, Pablo Roberto, confirmou que o 6º ano no Colégio Carolina foi encerrado e disse que há unidades como a Escola Municipal Dr. Gamaliel, no Parque Panorama, o Faustino Dias Lima, no Conjunto Feira Vll e a Escola Reitor Edgard Santos localizada no conjunto Jomafa, como soluções para os pais que reivindicam vagas no 6º ano.
“Nós estudamos todas as possibilidades, percebemos que existe uma procura em determinadas escolas, conversamos com o gestor, chamamos o departamento de engenharia para conversar se há como ampliar escola. Só recomendamos outra unidade que não seja tão próxima a residência, pois realmente não há de fato o que ser feito. Nesse momento temos essa dificuldade porque o estado deixa esse ano de ofertar”, declarou.
Ele reforçou que os pais devem buscar essas unidades que foram recomendadas por ele como alternativas e também confirmou que há vagas para o 6º ano nessas unidades. Qualquer outra dificuldade, os pais devem buscar a Secretária de Educação.
O Acorda Cidade também entrou em contato com o Núcleo Territorial de Educação e aguarda retorno.
Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade
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