Gabriel Gonçalves
Vários pais e mães ocuparam a sede da Secretaria Municipal de Educação (Seduc) de Feira de Santana na manhã desta quarta-feira (16), para solicitarem esclarecimentos sobre o motivo de não encontrarem mais vagas disponíveis nas escolas municipais.
Foto: Ney Silva/Acorda Cidade
Ao Acorda Cidade, Elisângela Sena Souza, moradora do bairro Fraternidade, explicou que a única escola disponível da residência fica muito distante para realizar o trajeto, e alegou que não tem condições de pagar transporte escolar.
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"Minha filha tem 8 anos de idade e precisa estudar na Escola Maria Helena que fica no Ouro Verde porque eu moro no bairro Fraternidade e esta escola seria a mais próxima da minha casa. Eu não tenho condições de pagar alguém para levar e buscar ela na escola. A diretora de lá, me ligou dizendo que não era para fazer a matrícula, que eu esperasse até terça-feira, porque poderia ter desistência de algum aluno. Estou aqui com minha filha recém-nascida desde 5h tentando resolver isso aqui na fila e não temos nenhuma resposta, ficamos neste sofrimento", alegou.
Foto: Ney Silva/Acorda Cidade
Celidalva Da Silva Barbosa, moradora do bairro Mangabeira, informou à reportagem do Acorda Cidade que desde o ano passado, não consegue encontrar uma vaga para o filho.
"Meu filho tem 4 anos de idade, vai fazer 5 agora. Desde o ano passado que procuro a escola para ter uma vaga, mas alegam que não tem vaga e meu filho está desde o ano passado sem estudar, porque eu tento colocar ele, mas não tem vaga. Disseram que ele estava em uma lista, mas até hoje nada", disse.
Foto: Ney Silva/Acorda Cidade
O porteiro Sérgio Batista Souza, pai de um estudante, informou que recebeu a informação que as matrículas estavam sendo realizadas na Secretaria de Educação, mas ao chegar na unidade, a informação não foi confirmada.
"Eu recebi a informação que aqui na Secretaria de Educação estavam fazendo as matrículas, inclusive foi uma funcionária da Escola Janete Gomes de Medeiros que fica no Conjunto José Ronaldo, lá no bairro do George Américo. Então me falaram que teriam 15 vagas para serem preenchidas e de repente, não tem nada disso aqui. Estamos agora aguardando um retorno", afirmou o pai do estudante ao Acorda Cidade.
Foto: Ney Silva/Acorda Cidade
Moradora do Conjunto Feira VII, Aline de Jesus Valadares está tentando uma vaga no Centro Municipal de Educação Infantil Professor José Raimundo de Azevedo (Caic).
"Eu moro no Feira VII e estou procurando uma vaga no Caic para minha filha. Eu fui informada ontem que não teria mais vagas, e olha que desde o mês de dezembro estou me deslocando para a escola, me organizando, separando documentação e não fui atendida. Por isso que estou aqui junto com outros pais, solicitando este retorno, esperando para ver o que pode ser resolvido, porque as crianças possuem o direito de estudar", afirmou.
Foto: Ney Silva/Acorda Cidade
Também aguardando ser atendida, Daniela Barreto de Oliveira, moradora do Conjunto Conder, informou que o filho está na lista de espera desde o ano passado.
"Desde o ano passado que meu filho está na lista de espera e quando é hoje, recebo a informação que não tem mais vagas. Estamos aqui aguardando um retorno, estamos passando por dificuldades, estamos insatisfeitos com tudo isso", concluiu.
Foto: Ney Silva/Acorda Cidade
A secretária municipal de educação, Anaci Paim ressaltou que a matrícula para novos alunos da rede começou hoje e que o aumento da demanda está associado a uma configuração urbana que decorre de novos bairros populares implantados em várias áreas da cidade, o fechamento de escolas privadas e o aumento de alunos de educação infantil.
“Eu não vou tirar o aluno que está matriculado, a vaga decorre da saída para o segmento posterior, e primeiro atende o aluno da casa. As vagas que sobram das saídas para segmentos posteriores são ocupadas por novos alunos. A capacidade instalada das escolas não pode ser modificada aumentando o número de carteiras na sala. Tem uma legislação própria que eu só posso matricular para educação infantil 15 alunos por sala para 2 e 3 anos, 20 para 4 e 5 anos e 35 para os demais segmentos. Então a capacidade existente abriga um número de alunos que são atendidos dessa maneira”, disse.
Ela informou também que a secretaria irá inaugurar na próxima semana quatro centros de educação infantil, para reordenar a rede para que haja a condição de expansão e de ampliação de vagas em algumas dessas localidades.
“Tem vaga na rede tem, é necessário que os pais voltem à escola, que conversem com a diretora e ela informe qual é a outra unidade escolar que tem a vaga. Estamos com 40 escolas em processo de construção. Temos 75 obras em andamento, que incluem ampliação e construção. Há vagas e a necessidade da comunidade ter um cuidado em acompanhar onde elas existem. Estamos com um aplicativo em tempo real, sabendo como é que está se comportando a matrícula em cada uma”, concluiu.
Com informações do repórter Ney Silva do Acorda Cidade