Manifestação

Crianças estão há quase dois meses sem aulas em Feira de Santana; pais voltam a protestar

A secretária municipal de Educação, Anaci Bispo Paim, participou do Programa Acorda Cidade, relatando quais são as dificuldades que o município também está enfrentando, para que as aulas sejam retomadas.

Foto: Paulo José/Acorda Cidade
Foto: Paulo José/Acorda Cidade

Prestes a completar, no dia 21 de março, dois meses do início das aulas na rede municipal de Feira de Santana, muitos estudantes ainda estão fora da sala de aula.

Na manhã desta quarta-feira (18), pais e estudantes se reuniram na porta da Escola Municipal Professora Laura Ribeiro Lopes, localizada no conjunto Feira VII para reclamar da situação. Segundo eles, o local é provisório, mas não está em funcionamento devido a falta de professores e funcionários.

Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

“Eu sou mãe de um aluno aqui, e infelizmente está um descaso total. Já iniciou o ano letivo em todas as escolas municipais e aqui não retornou com as aulas, então os nossos filhos estão sendo prejudicados, além de não iniciar as aulas, está faltando professores de matemática, de ciências e geografia em todas as salas. A merendeira já foi dispensada, o porteiro também. Eles mudaram a localidade da escola para o Francisco Pinto e está muito distante para a gente trazer as crianças, então estamos precisando cobrar do prefeito um transporte que ficou pendente, ele não veio resolver isso e está prejudicando muito, eu sou mãe e eu preciso que meu filho esteja dentro da escola”, relatou Adriana Cardoso, mãe de um estudante.

Edneia França, é mãe de um estudante do 5º ano. Segundo ela, em 2023 o filho iria estudar na rede estadual, mas teme do filho não adquirir total conhecimento ainda neste ano, devido à falta de aula.

Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

“Meu filho estuda aqui, ele tem 10 anos e está no 5º ano e este é o último ano dele aqui. Todo dia ele fala, ‘olha mãe eu vou ficar prejudicado’. Eu pretendo colocar ele no colegiado do estado no próximo ano, mas a gente nem sabe quando vai começar as aulas, e se ele vai conseguir finalizar os estudos nesse ano ainda. Eu aqui estou chorando porque é um absurdo uma coisa dessa. Como é que a gente vai ficar com os nossos filhos? Já ficamos dois anos de pandemia em casa com as nossas crianças em casa, e agora na hora de retornar com as aulas não tem mais aula por conta do descaso da Secretaria Municipal de Educação”, desabafou.

Com uma filha estudando na Escola Municipal, Jaciane Santos, moradora do conjunto Feira VII, relatou das dificuldades encontradas durante o período da pandemia com a unidade fechada, e agora enfrenta mais uma batalha de não ter aula.

Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

“Eu tenho uma filha de 10 anos e está estudando no 5º ano. Estamos aqui buscando os nossos direitos para que os nossos filhos estejam dentro da sala de aula, são dois anos sem estudar, eles ficaram de forma online, mas o online não aprende muita coisa como na escola, eles precisam disso. Minha filha vai passar para o 6º ano praticamente sem saber quase nada. Temos que reivindicar sem baderna, sem nada, para que nossos filhos voltem para sala de aula”, afirmou.

Lindinalva de Jesus, informou à reportagem do Acorda Cidade, que a direção da escola informava que antes não tinham as carteiras suficientes, mas agora, novos problemas surgiram.

Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

“É muito doloroso estar em casa este tempo inteiro, nós compramos os materiais para os nossos filhos, deixamos tudo preparado, eles choram porque querem vir para a escola, mas a gente fica sem poder fazer nada. O prefeito não dar uma posição, a secretária também não fala nada, antes estavam dizendo que não tinham carteiras suficientes, agora está faltando a merendeira, o porteiro e por isso que estamos pedindo ajuda da imprensa para que as autoridades competentes, possam nos dar uma solução”, disse.

Outro grupo de pais e estudantes, também se organizaram na porta da Escola Municipal Izidro Alves de Jesus, localizada no povoado de Alecrim Miúdo, distrito da Matinha.

Segundo eles, o mesmo problema da Escola Municipal Professora Laura Ribeiro Lopes, também está acontecendo na unidade.

“Nós estamos correndo atrás dos nossos direitos, está faltando tudo aqui nesta escola, não era nem para abrir, já que não tem aula. Não tem professor, não tem material didático, não tem merenda escolar, não tem fardamento, serviços gerais, não tem mais porteiro. Teve um dia que entrei, ninguém me abordou, e se fosse para sequestrar alguma criança, como é que fica? O prefeito precisa olhar para a zona rural também, porque estamos ficando no esquecimento”, relatou Faustina Lima Cerqueira, avó de estudantes.

Outra mãe de estudante, Analice Vitório, informou à reportagem do Acorda Cidade, que muitas crianças estão comendo apenas arroz e macarrão com salsicha.

Foto: Paulo José/Acorda Cidade

“Aqui não tem merenda, as crianças estão comendo arroz com macarrão e salsicha e ovo. Outra coisa, está faltando serviços gerais, uma funcionária pediu demissão, a outra saiu para procedimento médico e está sem merendeira, sem funcionário dos serviços gerais. O prefeito esqueceu da gente, são cinco turmas aqui, cinco turmas de manhã, cinco turmas de tarde e o prefeito sabe que esse problema não é de agora”, relatou.

A secretária municipal de Educação, Anaci Bispo Paim, participou do Programa Acorda Cidade, relatando quais são as dificuldades que o município também está enfrentando, para que as aulas sejam retomadas.

“A situação que ocorre tanto na Escola Municipal Laura Ribeiro Lopes e Izidro Alves, com relação aos funcionários, se dar pelo contrato que já encerrou e a empresa não tem mais condições de renovar o contrato com a prefeitura, que neste caso, era vinculada com a secretaria de Administração. Todos os prazos já foram encerrados e agora estamos aguardando o processo licitatório que ainda não foi concluído por diversas situações. Então a prefeitura está fazendo um contrato emergencial para suprir todas estas necessidades”, informou.

Segundo ela, os professores que participaram do processo de Regime Especial de Direito Administrativo (Reda), estão sendo convocados proporcionalmente para assumir as turmas.

“Quanto aos professores, toda população de Feira está acompanhando que estamos admitindo vários professores. Fizemos a primeira convocação de 183 profissionais, na segunda convocação, foram mais 317 professores e a terceira convocação, mais 160. Alguns professores já estão assumindo seus cargos, mas ainda existem muitos profissionais que fizeram parte do processo, mas não estão tendo a compatibilidade com a nossa rede para atuar em sala de aula”, disse.

Ainda se tratando da Escola Municipal Professora Laura Ribeiro Lopes no conjunto Feira VII, a secretária explicou que a sede antiga, está passando por um processo de reforma, e por conta disso, foi necessário, transferir todos os estudantes para uma outra escola da rede privada, que estava desativada.

Com informações do repórteres Ed Santos e Paulo José do Acorda Cidade

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Márcio moreira

Estamos indo pro terceiro ano perdido nas escolas públicas, e quem está preocupado com isso?

Ana souza

Kd os órgãos de proteção a infância e juventude e os vereadores?

João

A educação de Feira de Santana um caos. Os professores sem receber o salário. E o Ministério Público fingindo que nada está acontecendo…

FABIA CRISTIANE

A Educação da Rede Municipal de Feira de Santana está pedindo “SOCORRO”!!! Quem poderá socorrer diante desta situação tragica, já que quem pode não está fazendo nada. Lamentável.

Malaquias

Vocês da impressa devem falar também sobre os professores que já estão a dois meses sem receber metade do salário. Se esses professores que desdobram a carga horária entregarem suas turmas do desdobramento serão cerca de 700 a 800 turmas sem aula, um prejuízo a aproximadamente 30% ou mais dos alunos de toda rede. Acorda Ministério Público, vocês tem o dever de intervir e obrigar o gestor municipal a respeitar e pagar aos professores corretamente ou então o prejuízo para o alunado será irreparável.

Crispiniano de Santana Silva

Na verdade é um situação muito constrangedora os pais e alunos da rede pública municipal de ensino é,preciso uma providência urgente para mudar esta situação w também não venha causar danos maiores à o estudantes e os pais dos alunos.

Josie Pereira

Uma coisa sabe-se ao final as prejudicadas são as crianças!! Dois anos gente se teve para organizar a vida de professores ; arrumar escolas e afins! Quanta procrastinação!!!

Ruy Gledson

APLB é um câncer da Educação Feirense .

Malaquias

Você é um câncer para a sociedade…

Mario

Você é quem é um câncer pra sociedade!

José Carlos Machado Pedreira Filho

Será possível que a população dessa cidade ainda não enxergou que esse demente desse “prefeito” não tem a mínima condições de permanecer no poder? FORA COLBERT URGENTE