Pais e alunos realizaram uma manifestação na tarde desta terça-feira (10), em frente ao Colégio João Durval Carneiro, localizado na Avenida João Durval, em Feira de Santana, devido a rumores que a unidade será municipalizada, assim como ocorreu com outras unidades da rede estadual. Com isso, os estudantes do Ensino Médio terão que buscar vagas em outras escolas da rede estadual para o ano letivo de 2023.
Mãe de uma estudante, Bárbara Vitória declarou que não aceita a municipalização da Escola João Durval.
“Estamos aqui para o colégio João Durval continuar sendo estadual e não se tornar municipal. A gente não aceita isso. Como é que pode um colégio em frente ao viaduto, com pista, ser municipal? E as crianças? Não existe. E outra coisa: todo ano ficar trocando filho de escola, ninguém merece! A gente já renovou a matrícula e estou revoltada. Fomos surpreendidos. Foi o primeiro ano da minha filha aqui. Os professores e o diretor são maravilhosos. A gente não quer que troque, também porque temos ajuda aqui, temos o auxílio. Aqui eu tenho uma filha só. Ela vem com as colegas. E a gente mora perto, eu posso levar e trazer. Caso mude, não vou poder estar observando assim de perto”, protestou.
Silvana dos Santos Conceição também se declarou revoltada com a informação. “Minha filha estuda aqui e não quero tirar para colocar em outro colégio. Não aceito o colégio estadual virar municipal. Passaram isso para a gente em 14 de dezembro, e não gostamos”, disse.
Segundo Jucenilde dos Santos Barbosa, com a municipalização, ficará mais distante para os alunos estudarem e com isso terão que pagar o transporte.
“Eu não aceito que um colégio estadual seja municipalizado. É um colégio de anos, que serve a Feira de Santana. Os outros colégios são longe, os estudantes moram nessa região, vai ficar perigoso para eles e nós não aceitamos isso. É uma situação que nos pegou de surpresa, o governo tem que mudar isso. Os alunos vão ter que estudar distante, só tem colégio estadual longe. A gente vai ter que gastar com transporte, e o governo vai dar?”, questionou.
A dona de casa Idaiane Santana tem um filho e um sobrinho que estudam no local e ela considera a situação inaceitável.
“Tenho um filho aqui e um sobrinho também, mas eu não aceito que troque. Em primeiro lugar é perto da minha casa, eu trago meu filho e foi uma agonia para poder matricular ele, e agora tirar para colocar em outro colégio, outra confusão, por causa de matrícula e aqui eu achei vaga para meu filho. Ele estuda aqui há dois anos.”
O professor Jomar Cunha, que atua no colégio há 25 anos, disse ao Acorda Cidade, que também foi pego de surpresa com a informação de que a unidade será municipalizada.
“Completarei 25 anos em março ensinando aqui. Fui surpreendido. Esse boato está correndo desde o início de dezembro e nós como professores de ensino médio vamos ter que sair para ir para outra escola. No meu caso, já tenho efetividade aqui, já estou acostumado com a comunidade escolar, e vou ser prejudicado juntamente com os colegas e os alunos. O boato corre desde o início de dezembro, mas não foi publicado nada ainda em diário oficial. Por enquanto, continuamos como escola de ensino médio, e espero que não aconteça a municipalização e tudo aconteça como antes”, desejou.
Alguns estudantes da escola também falaram em entrevista ao Acorda Cidade e se disseram insatisfeitos com a possibilidade de mudança, a exemplo de Victória Carneiro, que estuda no Colégio João Durval há três anos.
“Acho um absurdo, isso é um desrespeito a nós, estudantes, que estamos acostumados com as regras, com a nossa querida diretora Clarice, com os nossos professores, as tias da merenda, diretores e vices. Então acho isso absurdo.”
Outra estudante, Vitória Oliveira estuda há cinco anos no local e também considera a decisão uma falta de respeito.
“Isso é uma falta de respeito com os professores, diretores, alunos, esse colégio já existe há muitos anos. E tem um viaduto em frente ao colégio, então é impossível municipalizar esse colégio. É o único colégio mais próximo que temos aqui, tem estudantes da Mangabeira, Conceição e não tem outro que seja mais perto”, disse.
O Acorda Cidade entrou em contato com o Núcleo Territorial de Educação (NTE-19), e aguarda retorno.
Com informações do repórter Paulo José do Acorda Cidade
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