Feira de Santana

Pais de estudantes são contra municipalização de escola no bairro Gabriela

De acordo com a assistente administrativa Maria Helena, os pais solicitam há muitos anos a implantação do ensino médio nesta escola, porém até hoje não tiveram uma posição favorável acerca do assunto.

Laiane Cruz

Na manhã desta terça-feira (25), um grupo de pais e mães de estudantes da Escola Estadual Reverendo Severino Soares, no bairro Gabriela, se reuniu em frente à unidade de ensino para reclamar sobre o processo de municipalização do colégio e pedem a implantação do ensino médio no local.

Eles também reclamaram que foram pegos de surpresa no último dia 20, sendo informados pela direção sobre a transferência dos filhos para outras unidades em bairros diferentes, mais distantes da Gabriela.

De acordo com a assistente administrativa Maria Helena, os pais solicitam há muitos anos a implantação do ensino médio nesta escola, porém até hoje não tiveram uma posição favorável acerca do assunto.

Foto: Paulo José/Acorda Cidade

“Essa escola tinha ensino fundamental e solicitamos há muitos anos para implantarem o ensino médio. Desde as eleições do ano passado, que fizemos um abaixo-assinado e entregamos para o professor Ivamberg Lima e para o deputado Zé Neto e eles garantiram que iriam lutar para implantar o ensino médio. O ano passado tivemos aqui o nono e o 1º ano do ensino médio. Estávamos crentes que iriamos ter o ensino médio e que a matrícula iria começar agora dia 20. Quando foi nessa data, os pais já receberam um documento informando que não iria ter porque não implantou.”

Ainda conforme a mãe de estudante, não tem nenhuma escola do ensino médio na região do bairro Gabriela e muitos alunos do Campo do Gado, Pedra Ferrada, George Américo, dentre outros bairros, vão andando para a escola Reverendo Severino Soares, a fim de estudar.

“Imagine como vão ficar esses pais, que os filhos vão ter que atravessar a pista para ir estudar no Assis ou no Carmem. É longe e tem o perigo da BR, pois não tem uma passarela, sem contar a violência. É ano de política e vocês prestem atenção em quem votam. Porque esses políticos prometem, quando querem ser beneficiados. Quando eles ganham, não estão nem aí. Governantes que não valorizam a educação, não valorizam mais nada”, declarou.

Outro pai de aluno, Francisco Carlos disse que também não concorda com essa municipalização.

“Minha filha já estuda aqui há vários anos. Fizeram aqui um abaixo-assinado para que tivesse o ensino médio e não surtiu efeito. Chegamos aqui e fomos pegos de surpresa com a transferência dos nossos filhos para o Carmem ou para o Assis. O que nós temos medo é que aqui na Gabriela todo mundo se conhece, os filhos podem ir e vir para casa tranquilamente. E atravessar a pista é difícil, pois a BR é perigosa”, citou.

Foto: Paulo José/Acorda Cidade

Segundo Raimunda Soares dos Santos, alguns estudantes da escola têm deficiência, a exemplo do próprio filho, que necessita estudar no local. “Todo ano fecha um colégio, e onde ficam nossos direitos. Eu mesma fui pega de surpresa, não é assim. Aqui é tranquilo e tem muitos meninos que precisam muito daqui.”

Outra mãe, que preferiu não se identificar à reportagem, informou que por se tratar de escola estadual, muitas famílias em situação de extrema pobreza recebem benefícios sociais, que serão perdidos com a municipalização.

“Se a escola municipalizar, a gente vai perder o benefício de R$ 150, que é uma ajuda que a gente recebe mensalmente, para alunos de extrema pobreza. Também vamos perder o benefício do kit absorvente, de três pacotes por mês, para as meninas, vamos perder também os R$ 55 do vale merenda. O município não vai repassar isso para os alunos da casa. São 840 alunos matriculados nos dois turnos nesta escola, que vão perder. Até então eles não deram uma satisfação se vão municipalizar, não comunicaram nada aos pais. A gente sabe por alto”, ressaltou.

Fotos: Paulo José/Acorda Cidade

Com informações do repórter Paulo José do Acorda Cidade

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