Feira de Santana

‘Manifestações em escolas foram planejadas com cunho político', diz prefeito

O prefeito relatou que o parcelamento das horas extas e do deslocamento tem acontecido porque há uma série de ações judiciais e a prefeitura faz o pagamento dentro das suas condições e orçamento.

Foto: Ed Santos/Acorda Cidade
Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

O prefeito de Feira de Santana, Colbert Martins da Silva, concedeu na manhã desta quinta-feira (19), uma entrevista ao Programa Acorda Cidade e comentou sobre a situação da educação em Feira de Santana. Os professores alegam que estão recebendo salários parcelados e não há estrutura para retorno as aulas e frequentemente são realizadas manifestações e paralisações de atividades. Para Colbert, os protestos tem cunho político, assim como manifestações em escolas são planejadas.

Ontem (18), houve duas manifestações, uma no Conjunto Francisco Pinto e outra na localidade de Alecrim Miúdo e ele declarou que tais atos, são articulados por partidos políticos, assim como foi a ocupação de professores na prefeitura em abril deste ano.

“É uma ação politicamente organizada e que se acentua nesses períodos próximos das eleições como aconteceu inclusive na minha eleição. Não tenho a menor dúvida que tem o cunho político e partidário, Ontem houve dois movimentos simultâneos, sem professor na frente, algo planejado e organizado e entendo isso como uma estratégica política. Lembro da invasão da prefeitura que as pessoas estavam vestidas com camisas de partidos. Existe sim uma ação política deliberada nessa questão”, afirmou.

Questionado sobre o parcelamento de salários que tanto é reivindicado pelo Sindicato dos Professores (APLB), Colbert explicou que o que está sendo parcelado não é o salário, mas sim as 20h extras a mais e o deslocamento para os professores que trabalham nos distritos.

“Com relação a questão específica de salário, a prefeitura faz o concurso pelas 20h e paga rigorosamente dentro do mês. Nós pagamos o salário no final do mês a todos, indistintamente, as outras 20h a mais são 20h extras e isso é separado. Nós temos até o 5º dia útil do mês subsequente para fazer todos os pagamentos. Mas, mesmo assim fazia-se o pagamento antecipado e nós separamos o pagamento do que é hora extra e do que é deslocamento. Professores que saem por exemplo da sede para o distrito de Maria Quitéria recebem 40% a mais de salário e vão no carro da prefeitura. Isso é um privilégio da categoria e um estímulo que foi dado anteriormente”, disse.

O prefeito relatou que o parcelamento das horas extas e do deslocamento tem acontecido porque há uma série de ações judiciais e a prefeitura faz o pagamento dentro das suas condições e orçamento. Segundo ele, o assunto está sendo discutido junto à APLB. Ele relatou que o sindicato está solicitando que o pagamento de todas as gratificações seja incorporado ao salário.

Na opinião dele, é preciso que os professores não se preocupem apenas em discutir sobre pagamentos, como também sobre os índices do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), que cerca de 180 escolas municipais apresentam nota abaixo de 5.

Resposta da APLB

A professora Marlede Oliveira, presidente da APLB afirmou que o sindicato não tem nenhuma dificuldade em dialogar com o prefeito, no entanto, não tem encontrado espaço.

“Não temos dificuldades. Assim como sentamos com a professora Anaci, entregamos pautas de reivindicação há muito tempo e não temos resposta de nada. Queria pontuar que hoje (19), os professores não receberam parte do salário de abril, tem professor que falta receber o salário de março. Ele não cumpriu o que a justiça determinou que não pode mais pagar salário parcelado, tem que ser integral porque não é hora extra. E quando ele falou que recebemos 40% de deslocamento não é, é 20%. Está na Lei e que foi o pai dele que determinou. Um deslocamento que na verdade é a gratificação”, encerrou.

Leia também: Crianças estão há quase dois meses sem aulas em Feira de Santana; pais voltam a protestar

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